VIII - Confusão

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Sulla escutou atentamente o relato do homem nervoso, que desatou a língua logo que a porta do consultório se fechou, apesar de ter feito um esforço enorme para não fazer um esgar de incredulidade quando Miruku mencionou o detalhe de que o seu raptor voava. Resolveu acreditar no seu paciente de longa data, só porque o conhecia, pois na verdade quem o acompanhava era alguém muito estranho, que fizera demasiadas exigências e tinha um porte imponente, chegando a ser desagradável.

Decidiu prosseguir com o teste e retirar a amostra de sangue para determinar o DNA de Miruku, mas decidiu também avisar a polícia e, enquanto a enfermeira tratava dos procedimentos necessários para obter essa amostra, agarrou no telefone e ligou para as autoridades.

A chegada da força policial aconteceu em poucos minutos e, desde a sala de espera, Vegeta escutou as sirenes no exterior. Pela barulheira que faziam seria um contingente de peso, com vários carros patrulha e muitos homens armados. De braços cruzados, encostado à parede, franziu uma sobrancelha. Percebeu que o riquinho mimado o tinha denunciado, fora a primeira coisa que fizera assim que ficara a sós com o médico e preparou-se, não sem um pouco de fastio.

Desencostou-se da parede quando os policiais irromperam clínica adentro, empunhando armas e vestindo coletes à prova de bala, e o cercaram. Mostrou-lhes uma carranca de assustar qualquer um, mas os policiais não se deixaram intimidar. Erro crasso.

O sargento disse numa voz grossa:

- Você está preso por sequestrar o senhor Miruku, proferir ameaças contra o mesmo e perturbar a clínica do doutor Sulla.

Vegeta rolou os olhos.

- Você tem direito a um advogado. Tem o direito de permanecer calado. Tudo o que disser...

Vegeta interrompeu-o dizendo de forma sinistra:

- Se eu fosse vocês, saíam daqui. Não estou com paciência hoje.

O sargento apertou o punho da arma mais decididamente.

- O senhor vai mesmo resistir? – perguntou.

- Se não me deixarem outra hipótese... Mas acho mesmo que devem ir prender bandidos e me deixar em paz.

Com um simples mover de olhos, o sargento deu uma ordem ao polícia que estava à sua esquerda que avançou um passo segurando um par de algemas. Vegeta respirou fundo, tentando se acalmar. Mas não havia forma de resolver aquela situação a não ser pela força, infelizmente. Quando o polícia das algemas se aproximou, Vegeta socou-o no estômago com um movimento rápido. O homem caiu inanimado.

- Então, quem é o próximo? – perguntou aborrecido.

Um par de agentes evacuava a receção da clínica e outro saía correndo com o rádio transmissor chamando por reforços. O sargento disse num tom autoritário:

- Você só está piorando a sua situação.

- Cale-se, verme! Só estou esperando o riquinho terminar o exame e depois devolvo-o à sua mansão. Você é que vai piorar a sua situação se insistir em querer me prender. – Revirou os olhos e concluiu: – Bando de loucos!!

Olhou para a porta fechada do consultório. Se aquele miserável não saísse rapidamente, iria acontecer uma desgraça. Voltou-se para a força policial e sorriu de canto. Não se iria importar nada de fazer um pequeno aquecimento com aqueles infelizes.

***

Chichi dirigia tranquilamente de regresso a casa e reparou que Goten estava demasiado quieto, seu semblante triste, uma das mãos no rosto, olhando pela janela as árvores que passavam lá em baixo. Ela ergueu a sobrancelha, suspirou fundo e resolveu perguntar:

Tempestade de PrimaveraOnde histórias criam vida. Descubra agora