Capítulo 15

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"Oh, querida, todas as luzes da cidade, nunca vão brilhar tanto quanto os seus olhos, eu trocaria todas elas por apenas um minuto com você."

- James

~ Car's Outside ~

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~ Car's Outside ~

Foi durante aquela mesma madrugada, o telefone da casa tocou, e Ana se apressou em sair da cama com cuidado para não acordar Christian e nem Anne, e logo correu para atender o aparelho estridente.

Era Hollings, a detetive de seu caso.

_ Encontramos o galpão e as meninas - ela declarou num sentença, e Ana sabia que o sentimento de alívio se estendia a ela também.

Ela havia dado todas as informações que se lembrava no dia anterior, foram quatro longas horas de interrogatório que resultou até em coisas que ela sequer sabia saber. Jackson Hyde podia estar morto, mas ele ainda tinha uma extensa lista de comparsas e crimes, e pior, uma enormidade de vidas humanas destruídas por ele. Ana apenas esperava que assim como ela, aquelas pessoas também pudessem se encontrar algum dia.

Ela encerrou a ligação e se sentou no sofá da sala escura, o silêncio tomando o lugar é seu choro acabou sendo inevitável. Não era nem por ela, era pelas outras. Eram lágrimas pelas outras garotas que não tiveram a oportunidade de entrar em coma por seis anos, que não puderam ter escolhas, que não tiveram seus pais reivindicando sua cultura, que não tiveram alguém disposto a amá-las o suficiente para pular num lago de gelo para salvá-las.

O trauma ainda estava fresco em sua memória, talvez nunca fosse desaparecer, talvez Ana nunca superasse, mas ela sabia que tudo iria ficar bem quando não se importou em ter o Pipoquinha subindo em seu colo e choramingando porque ela estava chorando.

O cachorrinho apenas ficou ali, deitado em suas coxas e mirando seus olhos, estava ali por ela e para ela.

E aí o tempo passou, majestoso como só ele podia ser.

O tempo passava de forma natural, como sempre entre eles, as coisas se encaixavam e se criavam como se fossem apenas a forma que deveriam ser, como um dia ensolarado depois de um longo e doloroso inverno.

Christian ainda teve de passar por mais uma cirurgia de reconstrução após um mês do acidente, mas três meses de fisioterapia foi o resultado para uma garantia de que ele poderia sim voltar a fazer cirugia, e cinco meses após ele realizou a primeira.

E Ana o amou em cada dia, sempre mais e alguns dias ainda mais. Até quando Christian se frustrava, até quando ele perdia as esperanças, até quando no começo, ele sequer conseguia se mover sem ter o corpo inteiro doendo, até quando ele a pediu por alguns minutos que ela se afastasse dele.

Ana queria estar em seu lugar, queria o salvar daquele furacão que parecia nunca passar e sim ficar parado acima dele, queria afasta-lo daquele temporal apenas o abraçando e o beijando, mas não podia. Nada do que fazia tornava as coisas menos grandes do que eram.

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