Capítulo 14

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Cheguei à você sem esperança e me deu mais que uma mão pra segurar, me segurou antes que eu caísse. Você tomaria a direção se eu perdesse o controle? Se eu só me deitasse aqui você me levaria para casa?

- Jess

~ Take me home ~

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~ Take me home ~

Ana se lembra de ler uma vez que nao se pode voltar atrás depois de um erro, mas se pode lidar com ele com a forma que se decide viver com as consequências.

O amor que seus pais sentiam por ela sempre fora muito maior que qualquer regra e religião, ela soube daquilo desde o momento em que contou que estava grávida e seu pai foi contra todos os seus ensinamentos e princípios para salvar sua vida, e não para preservar a própria honra. Mesmo Ana soubesse que amor não é sobre sacrifícios, ela também sabia que muitas vezes eles eles eram exigidos, e você não pode se culpar por eles, você não pode culpar alguém por te amar e querer continuar a fazer isso apesar das circunstâncias ruins. Ela estava aprendendo muito sobre aquilo ultimamente.

Ana nunca pensou realmente sobre o que seus fizeram por ela, sobre como havia sido difícil para seu pai, como havia sido quase impossível para sua mãe, ela apenas pensava no fato de que precisava ser salva, nunca pensou no fato de ter errado de alguma forma.

Porque ela errou sim, ela foi contra sua cultura e costumes, teve consequências que levaram sua família junto a ela, e pessoas ruins se aproveitaram disso.

E por aqueles segundos, ali, enquanto seus pais ultrapassaram os policiais e os médicos, se apressando até ela e a agarraram num abraçado tão apertado, sequer se incomodando ou parecendo nem perceber que havia uma criança em seu colo, bem entre eles, ela pensou sobre aquilo. Pensou sobre como aquele abraço tinha saudade e desespero, como tinha longos seis anos de tristeza e amor, muito amor. Pensou sobre como o que fez foi errado e resultou em consequências para eles, mas eles estavam ali, lhe abraçando. E pensou em como passou os últimos meses sem sequer por uma vez ceder e contar a verdade para tê-los perto de ti. Ela não cedeu nem por um segundo porque aquilo significava colocar Anne em perigo, porque aquilo significava colocar toda a sua família na linha de fogo mais uma vez... significava mais consequências das suas atitudes erradas.

Mas as consequências eram tão ruins assim?

Ela foi criada como qualquer outra menina de boa classe da Bulgária, criada para ser a esposa de um homem poderoso, criada para tomar conta da casa e dos filhos, para ter uma boa aparência, foi criada muito bem para aquilo. Mas ela também foi criada sendo protegida, seus pais a colocaram numa redoma de vidro onde nada era permitido entrar e nem sair. E ela sempre teve dentro de si aquela necessidade de viver, aquela necessidade de ir para o mundo procurar por algo que em sabia que faltava dentro de si. Ela apenas era nova demais para descobrir o que faltava, para entender que estava indo ao lugar errado, que estava usufruindo de algo que não era o que precisava de verdade.

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