Epílogo

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Lauren pov's




Depositei um bonito lírio branco em cima de cada túmulo diante de mim. Já havia conversado com cada um, mas faltava uma pessoa. Ajoelhei-me diante do túmulo da Sofia, sem me importar com o gramado sujando minhas roupas.

Sofia, minha amiga, minha irmã que me amou da forma mais torta possível. Apesar dos anos passados eu não me esquecia. Não me esqueci da morte dela e Taylor e da morte dos meus pais. Aquele havia sido o dia escolhido para relembrar os bons momentos e para visitar o túmulo de todos. Pela manhã visitei os túmulos de meus pais e tive companhia, mas agora ele recusava-se a entrar. Eu o entendia. Não o forçaria a fazer algo que o desagradasse.

–Sofia... –Comecei. –Eu estou sempre falando com você onde quer que eu esteja, mas... Aqui, neste lugar, eu sinto que estamos mais próximas. Eu sempre serei grata por tudo que fez por nós. Você foi um anjo em nossas vidas e, ao lado de Taylor e dos seus pais, tenho certeza que ainda está cumprindo essa missão. Sentimos sua falta, especialmente ele. Espero que todos estejam bem e felizes. –Levantei.

Não era fácil revisitar as coisas dolorosas, mas às vezes precisamos fazer isso para nunca se esquecer dos problemas passados e, lembrando, evitar que eles se repitam.

–Você não demorou. –Ele falou quando me viu sair do cemitério. Estava fora do carro e parecia cansado. Também pudera, carregava nossos dois filhos no colo.

–Cameron! Por que está carregando os dois ao mesmo tempo? Vai machucar as suas costas assim! –Esbravejei indo ao seu encontro e segurando Sofia, que com suas mãozinhas erguidas quis ir aos meus braços assim que ofereci. Taylor continuou quietinho, apreciando o colo do papai. Sofia sorria, aconchegando-se a mim. Quando Cameron fez menção de pegá-la novamente ela lhe lançou um olhar feio, desestimulando-o.

–Acho que não foi uma boa ideia dar aos nossos filhos os nomes da Sofia e do Taylor. Tenho a impressão de que eles foram possuídos. Minha filha é uma cópia da Sofia, sempre me olhando feio. –Cameron comentou enquanto seguíamos para o carro, colocando os gêmeos com cuidado nas cadeirinhas no banco de trás. Isso só era possível por que ele optara por um carro mais espaçoso, dizendo adeus ao seu antigo e luxuoso carro importado.

–Como você é dramático! –Eu ri, apreciando as boas e velhas piadas que volta e meia Cameron dizia. –Por que não entrou comigo? Seria bom visitá-los. –Comentei enquanto entrava no carro. Cameron, após abrir e fechar a porta para mim, ele entrou no carro. Só depois disso ele respondeu e sua expressão fácil estava séria, algo que só acontecia recentemente nos dias em que vínhamos para essas visitas.

–Não sou forte ainda. Ver o túmulo deles... Seria como confirmar suas mortes. Prefiro me distanciar de tudo isso, acreditando que Sofia está no exterior gastando dinheiro com roupas caras Taylor está ao seu lado, tentando controlar seus gastos. –Deu um meio sorriso triste, mas sua tristeza se atenuou tão logo ele olhou para mim. –Vamos para casa amor. –Disse e sua voz era doce como o mel. Sorri para ele, segurando a mão que ele afastara da marcha para pegar a minha.

"E eles viveram felizes para sempre..." – Já diziam os grandes escritores de contos de fadas.

É, acho que a ficção não está tão distante da realidade.





FIM

The ContractOnde histórias criam vida. Descubra agora