Capítulo 31

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Lauren pov's



Não estava com ânimo para o trabalho. Queria dormir, sumir, tantas coisas! Mas eu sabia que ficar em casa, tendo pensamentos conflitantes, não seria bom. Optei pelo trabalho, como sempre, arrumando-me mecanicamente e pretendendo seguir para lá de moto. Meus planos foram por água abaixo quando me deparei, a alguns metros da minha vaga, com uma baixinha com um vestidinho azul piscina.

–O que está fazendo aqui? –Perguntei, tentando me desviar de sua figura e assim ir embora. Sofia deu alguns passinhos, colocando-se diante de mim.

–Falei com seu chefe e, fingindo ser você, disse que não trabalharia hoje. –Sorria como uma criança confessando uma travessura. –Hoje você é minha! –Sua voz cantou.

–Está brincando! –Segui até a minha moto, estacando ao perceber que os dois pneus estavam furados. –QUE PORRA É ESSA?

–Só garantindo que você não fugirá na sua moto. Se for uma boa menina e me seguir, eu pago por pneus novinhos. –Me antecipei e avancei nela, querendo estapeá-la até perder as forças. Desviou, graciosa.

–EU VOU MATÁ-LA! –Ameacei enquanto tentava respirar. Ela era mais rápida do que eu poderia esperar. Sofia continuava a sorrir, achando graça da minha raiva e do fato de eu estar cansada com uma pequena corrida.

–Vamos Lauren, não seja tão bruaca! Você conseguiu um dia de folga e não pode usar a moto. O que resta a você? Ficar em casa comendo porcaria e lastimando sua vida? Ou sair comigo para nos divertirmos e conversarmos?

–Que tal assim Sofia: você cai fora e eu vou para qualquer lugar, até para o inferno, porque é melhor do que sair com você. –Minha fúria parecia diverti-la mais e mais. –Eu não quero nada com você e o seu irmão. Aliás, tem algo que eu quero do seu irmão e conseguirei via litigiosa. Agora eu vou trabalhar.

Pretendia pegar um táxi e seguir para a empresa. Após meu expediente pararia em uma delegacia comunicando o que acontecera a minha moto por culpa de Sofia, assim conseguiria fazê-la pagar pelo prejuízo. Sofia correu e ficou diante de mim.

–Juro por Deus Sofia eu estou prestes a ser presa por assassinato! Já não basta o que você fez nos pneus da minha moto? Rasgou os dois! –Esbravejei, apontando para o seu crime. Ela me olhou tristonha.

–Eu pretendia fazer um furinho, mas não funcionou. Eu compro pneus novos. Eu até deixo você em paz... Se você jantar com o Cameron hoje.

–O QUE? –Eu a olhei, atônica. Sofia falava sério, pude perceber. Por alguns instantes não consegui reagir, ela nunca havia se metido entre nós antes. Agora...

–Isso mesmo. Se jantar com o Cameron eu pago os pneus, até dou uma moto nova. E deixo você em paz para ir ao seu trabalho. Mas se não aceitar eu vou infernizar sua vida! Será algo pior do que furar os pneus de sua moto ou impedi-la de trabalhar! –Seus olhos cor de ocre, iguais aos de Cameron, estavam tão ameaçadores que estremeci. Ela não estava blefando, pronta para encher o meu saco e me comprometer no meu trabalho.

–Ainda que eu dissesse sim, jantar com Cameron não vai mudar o que eu decidi. Eu quero a separação e hoje falarei com o meu advogado para que ele entre com o pedido litigioso. –Sofia não parecia afetada com o meu comentário e desconfiei que já soubesse do assunto através de Cameron. Ela respirou fundo, parecendo procurar algo para dizer que me convencesse. Enfim encontrou e o sorriso que esboçou não me agradou nenhum pouco.

–Apenas jantar. Se você for, tudo vai se resolver, acredite. Ou Cameron vai assinar os papéis do divórcio, ou você vai desistir da separação e voltar para ele.

Suspirei. Só havia uma forma de me livrar dela.

–Se eu disser sim você vai pagar pelos pneus e vai me levar agora para a empresa. –Ela sorriu mais ainda, se é que era possível.

The ContractOnde histórias criam vida. Descubra agora