Capítulo 18

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Lauren pov's


Tirei minha aliança e a joguei novamente no chão. Eu não queria carregar o símbolo da maior burrice que fiz.

Eu havia mudado, uma mudança ainda mais abrupta se comparado ao dia em que descobri que Cameron me traia. Desde o evento, ele era como um fantasma para mim. Durante uma semana eu agi como se ele não existisse. Eu não falava com ele, sequer o olhava e seguia com minha vida normalmente.

–Bom dia. –Cameron me cumprimentou. Continuei fitando meu prato. Bufou e fez mais barulho do que normalmente faria ao arrastar a cadeira e sentar à mesa. –E então, vai fingir que eu não existo agora? –Resmungou. Ao término do meu café da manhã fui embora.

A princípio Cameron pareceu se incomodar, mas eu não liguei. E com o passar de uns dias, uma semana pelas minhas contas, Cameron pareceu se aquiescer com a situação.

Passei por Cameron enquanto seguia para o refeitório com Sofia, por algum motivo ela quis que comêssemos juntas, e fingi não o notar. Cameron não disse nada.

Eu trabalhava pela manhã e ao final do expediente saía com meus amigos. Às vezes ia a uma boate, ou em um barzinho, sem, porém, ingerir bebida alcoólica. Minhas amigas estavam cientes da minha situação, não pude ocultar delas a verdade, mas ao contrário das outras vezes nada falaram. Elas sabiam pelo modo como eu contava os fatos, que eu não queria nenhum sentimento de pena de Ally ou conselho infrutífero de Dinah.

Pensei que as coisas seguiriam desse modo. Eu vivia com um fantasma até que tivesse coragem suficiente para pedir divórcio, mas as coisas mudaram após a chegada de Charlie após nove dias viajando.

–E ai moça! –Disse quando nos encontramos naquela noite de terça (Charlie havia me ligado para avisar que estava chegando e fui até o aeroporto).

–E ai? –Eu o cumprimentei sorridente. Charlie me puxou para um abraço. Eu correspondi embora seu ato tenha me deixado desconcertada.

–Senti sua falta! E também fiquei preocupado. Infelizmente para o lugar onde fui não tinha sinal para o meu celular, caso contrário teria ligado para você. Como você está? Ainda está brigada com o seu marido? –Perguntou enquanto fazíamos caminho para sair do aeroporto. Lembrar de Cameron sempre me deixava amarga, mas procurei não demonstrar isso a Charlie. No entanto, eu não conseguia aceitá-lo como marido. Não seria agora que eu aceitaria.

–Eu não tenho marido. –Falei e não ousei olhá-lo. Charlie ficou calado enquanto seguíamos para fora do aeroporto e quando pegamos um táxi. No entanto, eu sabia que ele diria algo. Para a minha surpresa não foi sobre Cameron que Charlie falou.

–Vamos passar em casa para eu deixar minhas malas. Trouxe um presente para você da viagem. –Ele disse com os olhos fixos em mim. Sorri. Era impossível não sorrir diante de Char.

–Claro. Estou livre a noite inteira, mas, por favor, vamos comer algo por aí.

–Claro Lauren! Eu também estou faminto. Passamos em minha casa e saímos.

Eu precisava mesmo me distrair e Char era o único que me oferecia conforto pela minha vida caótica sem perceber. Era bom ser apenas Lauren e não Lauren, a esposa amargurada do maior empresário dos EUA.

Charlie deixou seus pertences em seu apartamento, mostrou o local para mim, e me deu o presente que trouxe. Aceitei constrangida, Charlie comprou chocolate e um lindo canguru de pelúcia.

–Aonde quer ir? O céu é o limite! –Disse animado enquanto subia em sua moto. Ofereceu um capacete para mim, prontamente o aceitei sentando-me na moto atrás dele.

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