Capítulo 4

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Lauren pov's

Sonhei com Cameron. Não era a primeira vez, mas... Estranho dizer que nem nos meus sonhos eu era feliz. Em meu sonho eu via Cameron, lindo como sempre, trajando um blazer preto.

"Cameron?" –Eu o chamei uma, duas, três vezes. Eu o vi se afastar cada vez mais e então desaparecer. Algo que eu já estava acostumada a ver, Cameron estava sempre fora do meu alcance. Ainda sim foi doloroso e eu acordei, como sempre, com os olhos marejados.

Mais um dia no meu tedioso trabalho. A única diferença dos outros dias é que eu estava atarantada com trabalhos. Eu não era a única, Dinah também estava superocupada. Ainda sim ela arranjou tempo enquanto trabalhávamos em nosso cubículo para falar sobre o seu relacionamento intenso com Keaton e como até mesmo Ally conseguiu ficar com alguém. Eu ouvi a tudo e falei quando necessário, mas senti algo estranho, uma pressão no peito. Durante a minha ida ao refeitório eu entendi o que era: eu estava triste. Todas as minhas amigas, poucas eu admito, estavam seguindo com suas vidas. Iriam se casar e teriam filhos, teriam uma vida. Eu não. Eu estava parada enquanto todos seguiam com suas vidas e este pensamento me sufocou. Ainda sim fingi estar bem ou, pelo menos, normal e ninguém pareceu perceber que eu estava deprimida.

–Hei Lauren, que tal saímos? –Ally perguntou. Ela já havia acabado seu trabalho e estava na minha divisória. Eu arrumava meus pertences em minha pasta. Dinah conversava animadamente com Keaton pelo seu celular, do lado de fora de nossa divisória.

–Obrigada Ally, mas vou para casa. Hoje foi um dia cansativo. –Disse. –Você vai sair com Dinah?

–Sim. Vamos nos encontrar com alguns amigos. –Ally disse levemente rubra. Deduzi que os amigos que ela se referia eram Keaton , namorado de Dinah, e o cara com quem Ally estava ficando. Certamente eu seria um candelabro e tanto!

–Espero que se divirtam. –Disse e afastei-me. –Vou sair antes que Dinah tente me arrastar para sair. –Pisquei para Ally, a mesma sorriu. Caminhei para fora da divisória, por trás de Dinah, e segui para o elevador destinado aos funcionários.

Caminhei para o elevador, estava tão cansada que mantive meus olhos fechados boa parte do percurso enquanto arrastava-me para lá. Entrei, apertei o botão do térreo, ou, pelo menos, achei que apertei, e encostei-me no fundo do elevador. Quando eu abri meus olhos, após um longo suspiro, eu estaquei. Cameron Cabello estava no mesmo elevador que eu, o que era estranho já que aquele elevador era apenas para empregados comuns. Os altos executivos usavam um elevador muito mais opulento.

Ok, eu deveria agir normalmente. Ele nem sabia quem eu era e que estava no elevador junto a ele. Estava de costas para mim e falava ao celular. Fiquei encolhida em um canto do elevador o mais distante dele, meus olhos nele. O cheiro de sua colônia tomou rapidamente o pequeno espaço. Subitamente Cameron, com o celular ainda no ouvido, encostou-se ao fundo do elevador sem olhar para mim.

Desviei meus olhos e os fechei. Eu não queria ficar olhando-o como uma idiota. Eu sabia, pela demora, que logo estaríamos no térreo. Uma parte de mim queria fazer algo, puxar assunto. Eu era covarde demais para isso. Resignei-me a sentir seu perfume e mais nada e então...

O elevador pára.

Abri meus olhos e notei que a porta estava fechada então nós não havíamos chegado. Estranhei. Cameron parou de falar ao telefone e olhava a porta. Aproximou-se dos botões e os apertou freneticamente.

–Que droga! Parece que o elevador parou. –Ele murmurou para si, certamente. Eu fiquei parada. Cameron mexeu no seu celular, parecia ligar para alguém. Após alguns minutos alguém do outro lado da linha do celular de Cameron atende.

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