"Acho que é muito óbvio e simples
Demos tudo que podíamos
Mas é hora de eu acenar um adeus pela janela
Vamos terminar isso como deveríamos e dizer que estamos bem" - We're Good (Dua Lipa)
Charles
Monte Carlo, Mônaco
Voltar para casa depois de um Grande Prêmio distante, como foi o do Canadá, era poder desligar a mente do trabalho e da Ferrari por apenas alguns dias e recordar que ainda existia vida fora dos portões do paddock.
Eu deveria estar mais tranquilo e com menos inseguranças rondando a minha cabeça depois de uma etapa que fora até promissora para nós em Montreal, com Carlos terminando em P2 e eu levando o terceiro lugar depois de largar em último. Além do carro não ter apresentado qualquer problema aparente. E eu fiquei mais aliviado ainda depois da reunião do time em Maranello, onde o time de projeções mostraram que encontram uma solução para a nossa falta de confiabilidade no carro.
Na verdade, foi Felicite que encontrou a solução e nos apresentou tudo o que estaria sendo feito nos carros para não termos que nos preocupar com novos abandonos nas corridas por aquela questão.
Felicite também era um assunto que eu não conseguia tirar da minha cabeça.
Eu tinha feito o que Mia me sugerira e pedi desculpas para a italiana pelo que acontecera no Azerbaijão, pelas coisas que eu dissera. Mas, enquanto estava tendo uma curta conversa com Felicite na sede da Ferrari, após a reunião, eu entendi que não estava fazendo aquilo apenas por ser um pedido de Mia, estava fazendo aquilo por mim... Por nós dois.
Eu sabia que se iríamos trabalhar juntos naquela temporada, nós teríamos que ter ao menos uma relação respeitosa com o outro. Deveríamos colocar as nossas diferenças e mágoas de lado. Colocar no fundo da mente os nossos problemas e fazer o que era melhor para a Ferrari.
Felicite precisava de mim para trabalhar. Eu precisava dela para trabalhar.
A Ferrari precisava da nossa relação amistosa para fazer daquela a nossa melhor temporada e conquistar tudo o que poderíamos em um ano: o Campeonato de Construtores e o Campeonato de Pilotos.
Era aquilo que eu iria me focar enquanto precisasse ficar no mesmo ambiente que Felicite Vezzini, ignorando todas as coisas que gritavam dentro de mim por causa dela.
Droga! Eu odiava por Felicite Vezzini ser quem era. Porque ela era a definição de complicado e confuso de um jeito que jamais fui capaz de explicar.
— Eu desisto! — A voz conhecida me tirou de meus pensamentos.
Desviei meus olhos para Camille que estava ao meu lado. Nós estávamos em meu apartamento, era a minha primeira folga em um tempo e minha namorada disse que seria um bom momento para passarmos juntos sem interferências externas. Ela apenas não contava que não era preciso de acontecimentos externos para me distrair nos últimos dias.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Last Time
FanfictionSe você tivesse a chance de mudar o passado, o que seria capaz de fazer? Felicite Vezzini tinha uma resposta rápida e fácil para a questão: não entregar o seu coração para quem apenas iria despedaçá-lo no final. Já Charles Leclerc tinha uma respos...