23 | Perdendo a mim mesmo

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"Eu quero você ou eu preciso de você?

Eu não sei a diferença

Eu quero que você chegue perto

Não, não mantenha distância

Se nosso amor está quebrado

Então eu não quero consertar isso" - The Difference (Daya)

Então eu não quero consertar isso" - The Difference (Daya)

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Charles

Monza, Itália

A atmosfera que a Itália sempre nos recebeu era sem dúvida uma das minhas favoritas de todo o campeonato, mas por ser em Monza tinha um peso ainda maior.

O circuito era a casa da minha escuderia. Era onde a atmosfera dos tifosis era mais emocionante e a torcida fervorosa. Era onde me dava ainda mais vontade de fazer das corridas na Itália as melhores que eu poderia fazer em toda a temporada, principalmente depois dos resultados frustrados das últimas duas etapas, que me fizeram perder a liderança do campeonato. E Monza era a oportunidade perfeita para recuperá-lo.

Nada poderia dar errado e deveria ser perfeito...

Nas ninguém previu um problema que passou indetectável por toda equipe, durante a classificatória.

O carro parecia esquisito demais para dirigir.

Xavier, meu engenheiro, e outros membros da equipe tentavam identificar o problema para definir se daria para consertá-lo até a corrida do dia seguinte. Aquilo já me deixava preocupado demais sobre o que poderia acontecer, por causa do problema eu conseguiria largar apenas da quinta posição, e para quem vinha colecionando posições na primeira fila, aquilo poderia ser considerado um imprevisto.

Mais uma vez eu me via sem saída, como aconteceu em Barcelona e em Baku, e mais uma vez, eu percebia que eu não tinha controle do que poderia acontecer na equipe, no carro ou...

Em minha vida.

A pressão que eu colocava em meus ombros havia se triplicado desde o início da segunda parte da temporada, e piorou ainda mais depois da etapa da Holanda.

Não ajudava nada que as outras partes da minha vida também estavam caindo aos pedaços dia após dia. Felicite Vezzini se encontrava naquele caos.

Eu não via a italiana desde que ela aparecera no meu quarto de hotel em Maranello. Ela não se fez presente nas etapas e eu não sabia se ela tinha voltado a fazer o seu trabalho na sede, pois eu evitara pisar em Maranello desde então.

Era como se Fizzy sempre fosse um quebra-cabeça em minha vida. O quebra-cabeça mais complicado que me fazia querer desvendar cada um dos encaixes de suas peças.

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