08 | O destino não muda de repente

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"(...) Esperando para estar outra vez entre os seus braços

E juntar os pedaços que ainda restam

Eu sei que sentir sua falta nunca será suficiente

O destino não muda de repente" - Diciembre (TINI)

O destino não muda de repente" - Diciembre (TINI)

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Felicite

Formigine, Itália

Suspirei, trancando o carro em frente à casa conhecida por mim, me sentindo frustrada com os pensamentos irritantes que ecoavam em minha mente desde que acordara naquela quinta-feira.

E não era apenas aquilo que frustrava naquela quinta-feira.

A lista enorme de coisas que eu precisei fazer na Ferrari, devido ao Grande Prêmio do Canadá, que acontecia naquele final de semana, me deixava frustrada.

A reunião extensa com o restante do time de projetistas que tivera quase que o dia inteiro, para discutirmos sobre os possíveis problemas do projeto daquela ano,mas sem nenhum avanço, também me frustrava.

Não conseguir me concentrar em meu trabalho, me frustrava.

A pessoa que não saía da minha cabeça me frustrava há algumas noites que passei em claro.

Eu não tinha o visto desde a nossa discussão em Baku, e mesmo assim, não tinha existido um dia desde então, que eu não pensava nele. E aquilo me frustrava em extensões catastróficas.

Por isso, eu tinha decidido que as quintas-feiras me deixavam muito frustrada.

Eu não gostava mais das quintas-feiras. Elas passaram a ser cinzentas e sem graças, mesmo que o sol estivesse no ponto mais alto do céu e sem nuvens.

As manhãs de quinta-feira poderiam ser douradas, o meio do dia poderia ser alaranjado, a noite num tom azul cristalino e a madrugada uma tonalidade de violeta. Mas, as quintas-feiras cinzentas continuariam aparecendo e aquilo nunca mudaria.

O que acabava afetando o meu humor, apesar de tentar parecer bem na frente de todos e em todos os compromissos que teria que cumprir. Mas, a verdade: eu passara a odiar as quintas-feiras porque significava que eu precisava estar no paddock, e, consequentemente, encontrar com Charles Leclerc.

Mas não naquela quinta-feira. 

Eu tinha ficado na Itália, enquanto o resto da equipe embarcou para o Canadá no dia anterior, e eu sentia que o peso em meus ombros tinha diminuído apenas com a certeza que eu não encontraria com ele por no mínimo quatro dias. Eu poderia ir até a Ferrari, algo que não fizera desde que voltei do Azerbaijão, sem correr riscos.

Existiam alguns lugares em Formigine que eram os meus favoritos, além da garagem de vovô, a grande casa dos Ferrari era um deles. Eu não sabia se era porque eu crescera ali e com a presença constante de Florence Ferrari, ou as memórias felizes que eu cultivara naquele lugar... 

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