25 | O futuro nunca chegou para nós

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"Se eu tiver que escolher entre te ver de novo

Ou aceitar que você foi embora

Eu prefiro fingir que estou feliz por você

Embora você não tenha me escolhido

Se eu tiver que ficar com o coração todo partido

Para te manter na minha vida

Terei que entender logo que nas guerras de amor

Sempre há balas perdidas" - Consejo de Amor (TINI part. Morat)

Charles

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Charles

Milão, Itália

Era possível ainda escutar o barulho dos fãs, dos jornalistas e fotógrafos do lado de fora do salão onde acontecia mais um dos eventos de patrocinadores da Ferrari em Milão. Daquela vez, era um evento de arrecadação de fundos, que eu — para o desespero de Mia — estava atrasado.

Mas, em minha defesa, eu não queria estar naquele lugar.

Eu preferia ter ido para Maranello, como a maior parte da equipe fizera depois do Grande Prêmio do Japão, e me concentrar para as etapas importantes que teria pela frente. Naquele ano, as últimas etapas do ano teriam um peso diferente justamente por eu ter uma grande chance de terminar a temporada no lugar mais alto, não apenas nos pódios, mas da história de campeões da Fórmula 1.

Eu queria estar cento e dez por cento concentrado para fazer aquilo dar certo. Considerando que o carro que eu tinha em mão estava perfeito e não apresentava mais falhas há muitas etapas, os resultados positivos dependiam da equipe — que estava escolhendo cada estratégia com calma e as executando com cuidado — e de mim, que precisava entregar o que todos esperavam de um futuro campeão mundial. Eu faria de tudo para aquele objetivo deixar de ser apenas uma promessa e se tornar realidade.

A equipe merecia. Eu merecia. Era muito tempo e dedicação colocados apenas para o time, para ser desperdiçado daquela maneira.

Mas, nem aquele discurso que eu fiz durante as horas de voo do Japão para a Itália foi capaz de convencer Mia Djacic que eu estava certo e que era uma perda de tempo ir até aquele evento.

"Se serve de consolo, Carlos acabou de me passar o mesmo discurso e não funcionou. Vocês terão que ir a esse evento, de um jeito e de outro... Ou vocês acham que eu queria passar mais uma noite sendo babá de vocês dois?", foram aquelas palavras que Carlos e eu escutamos de Mia quando nós acabamos com a sua paciência — que sempre foi muita — com os nossos motivos para ficar em Maranello.

Se ela viera com aquelas palavras apenas por querermos ir para a sede da escuderia, ainda bem que nenhum dos dois pensou em falar que preferia ir para casa... Teríamos escutado um sermão de mais de meia hora apenas por pensar naquela possibilidade. 

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