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E 24 horas se passaram
e outra vez o sol se pôs,
a lua nasceu
E de novo e de novo e de
novo------------
O Yamada acordou, por consequência do alto sinal que ecoou sobre a escola. Se encontrará deitado com a cabeça acima do colo de Hopper, que ainda estava adormecido.O cheiro forte da cabine, agora passava a incomodar.
Suas mãos, antes sobre as pernas do loiro, foram levadas até o chão, sendo usadas como apoio para que o garoto pudesse se sentar. Com rapidez, o mesmo alcançou o objetivo, se sentando acima do pequeno tapete que, por sinal, aparentava não ser limpo à tempos.
Encostou-se na parede e, por longos minutos, se pôs a refletir. Independente de tudo, ainda eram muitos acontecimentos recentes para processar mas, o'que mais o assustava, ainda era o beijo.
A dor de cabeça era absurda e, nem ele mesmo, sabia o motivo.
Um longo bocejo foi-se ouvido ao lado de Bruce. Hopper abria, devagar, os olhos mas, quando se deu conta de que alguém estava o observando, ficou estático.
Inúmeros pensamentos passavam por sua mente e o principal deles era o modo do qual seu corpo estava doendo, ao ponto de mal conseguir mexer os músculos.
– Puta que pariu.. – resmungou – Eu só posso ter ficado muito chapado.– Tentou levantar a mão, falhando miseravelmente.
O moreno observava aquilo com curiosidade mas, principalmente, preocupação. Parte dela se devia ao estado do "amigo" e a outra parte era devida ao fato de que o último sinal já havia tocado, indicando assim, a saída.
– Eu vou te dar um soco se continuar me olhando assim. – os olhos do Yamada se arregalaram – Nossa, você realmente não é alguém com senso de humor. – Bufou, fazendo o outro revirar os olhos como resposta – Pode esticar as pernas?
– Que? Por quê? – Franziu uma das sobrancelhas
– Só estica.
Bruce deu de ombros e descruzou-as, esticando-as de modo que quase chegassem a alcançar a outra parede.
Vance sorriu de canto e, em um movimento rápido – para que a dor fosse mínima – se debruçou sobre o colo do garoto. Agora, ficando com a parte de cima deitada sobre as coxas do Yamada e o resto de seu corpo largado sobre o chão.
O de olhos castanhos tentava processar o'que haveria acabado de acontecer. E, na medida em que sua ficha caía, seu rosto tomava uma coloração avermelhada.
– Qual o problema? – riu fraco – Você pode, e eu não? – virou-se um pouco, de uma forma em que tivesse a oportunidade de olhar diretamente para ele.
A face do Yamada se fechou na hora, odiava comparações. E, o'que estava o deixando mais aflito era o jeito do qual o loiro parecia o cortar com o olhar em busca de alguma prolongação de diálogo. Logo, veio aos seus pensamentos aquela mesma preocupação de antes:
– Como vamos sair da escola com você deste jeito? – levou uma das mãos para os cabelos macios e extremamente bagunçados de Hopper.
– Você poderia tranquilamente me deixar aqui. – disse, um pouco mais para si mesmo, do que para o outro.
– O que? – apertou um pouco sua mão ainda presente entre os fios cacheados – Olha, mesmo que eu te odiasse (...) – fora cortado.
– Então não me odeia mais? – sorriu de canto – que mudança repentina.
– Sinceramente.. – exitou um pouco – eu ainda não vou com a sua cara. – ambos caíram em longas risadas.
– Digo o mesmo – mentiu
Um longo suspiro havia sido ouvido.
– Ainda não respondeu à minha pergunta. – se ajeitou no tapete nem um pouco confortável – como vamos sair?
– Pelo amor de Deus, você nunca ficou até tarde aqui na escola? – Perguntou, incrédulo, como se a resposta daquilo não fosse óbvia.
– Não?!? – franziu o cenho – Por quê eu faria isso? – continuou a passar as mãos por toda a extensão de longos fios loiros, pertencentes ao então amigo, ou parceiro.
– Ah, não sei. – respirou fundo – Talvez para fumar com mais tranquilidade atrás dela ou algo do tipo? – o Yamada soltou uma fraca risada – Do que está rindo? – apertou os lábios, aparentemente confuso.
– Isso é justamente o tipo de coisa que você faria.
Um silêncio mortal se instaurou na cabine assim que passos leves e falas altas foram se aproximando aos poucos. Por puro azar, a pessoa de voz feminina que aparentava estar estressada, se escorou sobre a mesma porta de onde estavam.
Ao menos, puderam ver um pouco. Usava uma bota preta com alguns detalhes em rosa claro que possuía um salto médio que, por sinal, os dois julgaram ser alguém que possuísse estilo. Mas, dali, poucas pessoas tinham o mínimo senso de moda logo, seria uma tarefa difícil distinguir quem era apenas pelo calçado que usaria.A outra no local ainda era um mistério. Não tinham ao menos uma ideia de gênero já que não abrirá a boca, no ângulo em que estavam não tinham acesso aos pés da pessoa, e algumas outras coisas. De qualquer forma, estava sendo até que interessante. Além de estarem conseguindo ouvir sobre alguns assuntos, soava desafiador não poder soltar nem sequer um ruído. Era como questão de vida ou morte, se soubessem que estavam ali, os rumores de namoro só aumentariam e, o que poucas pessoas ainda julgam poder ser falso, iriam com certeza passar à acreditar. Até porque, não deveriam tratar com tanta normalidade duas pessoas opostas que mal conversaram entre sua vida toda de repente serem encontradas em uma parte daquele lugar, juntos, após o sinal tocar, em uma posição minimamente suspeita e, principalmente, não dando as caras quase o dia todo.
– Você nunca saberá caso não tentar, Finney.
Sem muitas palavras, aquela frase conseguiu ser uma das mais esclarecedoras de sua vida para Bruce. Além de saber com exatidão quem era o outro presente no ambiente, agora também sabia à quem aquelas belas botas pertenciam, mas, preferia não saber.
A questão é que, deveria ter desconfiado dês de o início. A única pessoa – mais precisamente garota – do qual usaria algo tão extravagante e se permitiria destacar em meio à coisas tão simples; a única pessoa do qual possuía uma voz tão incomum, mais puxada para o fino e que falava com certa rapidez; a única pessoa que realmente se culparia por não ter pensado.
Se não tivesse ouvido a última frase com mais clareza, não teria percebido. E, na sua opinião, aquilo seria melhor.
Seu coração pulsava a medida em que o Blake se afastava e a mesma, continuava debruçada sobre a porta. Por fim, os passos se tornaram inaudíveis, e a única coisa que escutaram foi o breve pedido dela:
– Você sabe quem está aqui, Bruce. Podem sair, eu encobri vocês. – desencostou-se da porta.
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𝐌𝐎𝐎𝐍 𝐀𝐍𝐃 𝐒𝐔𝐍 - Brance
Fanfiction⏜︵⠀﹒ ֺ⠀⏜︵⠀﹒ ֺ⠀︵⠀﹒ ֺ⠀ ⏜︵ ♡ ݈ "Você é o meu Sol, Yamada. " ⠀𓆪⠀୧ ꒰ Bruce Yamada e Vance Hopper definitivamente não tinham nada em comum. Isso era eminente para qualquer um que morasse naquele lugar. ꒰ Ninguém sequer pensava que os dois futu...