Capítulo 9- I can't

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Toquei a campainha de casa do Louis. A minha mão estava agora entrelaçada com a rapariga de olhos esmeralda. O primo dela veio abrir a porta, com um ar muito preocupado.

-Ainda bem que chegaram. Entrem depressa.- avisou.

Estranhei o seu pedido, mas realizei-o, considerando a preocupação no seu tom de voz.

-Aquela rapariga... A Georgia? Veio contigo ontem?- perguntou Noelle ao rapaz de olhos azuis.

-Está a dormir ainda.- dirigiu o seu olhar para mim e aproveitei para levantar o polegar em sinal de "fixe".

-Mas está tudo bem Lou?

-Não. Nada bem mesmo. Noelle, o teu pai ligou.

-O MEU PAI?!!! Porquê?- ela questionou espantada, e já também com um ar igualmente preocupado.

-Ele está no comboio. Vai mudar-se para aqui.

{...}

Já passaram cerca de 24 horas desde que Louis nos contou as novidades. Noelle tem estado bastante nervosa com isto tudo. Não fala muito. Não me responde as mensagens e ignorou as chamadas que lhe fiz durante todos os intervalos do dia de hoje. As aulas por hoje já tinham acabado, por isso, decidi então ir a casa do Louis, onde sabia que ela estaria sozinha ainda.

-Liam o que fazes aqui?-perguntou

-Tive saudades tuas... Não parecer nada bem...

-Tu devias ir embora... A sério.

-Noelle por favor deixa-me estar contigo! Deixa-me entrar...

A mão dela entrou em contacto com a minha e logo fui puxado para o confortável sofá cor de vinho da sala de estar.

-Não nos podemos demorar. O meu pai deve estar a chegar e tu não podes estar aqui quando isso acontecer.

Aproximei-me mais dela. Agarrei-lhe na zona do maxilar e juntei os nossos lábios num beijo muito intenso, repleto de desejo e saudade. Não quis saber do que ela dissera, não ouvi muito bem pois os seus lábios a mexer só pediam que os beijasse.

-Porra Liam para!- ela pediu afastando-se de mim.- Para! Não percebes que quanto mais tu fazes isso mais difícil vai ser para mim afastar-me de ti! Vai ser difícil para nós! Não tornes tudo pior...- ela pediu com as lágrimas a ameaçar sair.

-Mas eu não quero ficar longe de ti! Eu não aguento ficar muito tempo sem ti! Já te desejei por tanto tempo e eu nunca pensei que...

-Liam, por favor não continues. Eu não... Eu não posso. Tu não podes. Nós não podemos. O meu pai vem aí e ele... Ele nunca vai permitir a nossa relação. Eu não quero que corras perigo. Não quero que te magoes.

-Noelle, a nossa relação não me vai magoar. Seria, de facto, um privilegio ter o coração partido por ti.- tentei aproximar-me dela.

-Não é nesse sentido... O meu pai pode mesmo magoar-te se nos descobrir. Ele é... ele é doente. Ele tem coragem para te matar se for preciso!

Olhei para a rapariga a minha frente. As lágrimas já tinham saltado dos seus olhos, as suas bochechas estavam vermelhas e a respiração irregular. O verniz preto das suas unhas estava lascado indicando que provavelmente as tinha estado a roer nervosa. O verniz da minha mãe também estava estragado quando ela me contou o que tinha acontecido ao meu pai. Por instantes tive um pequeno flashback desse dia, o que me deixou desconfortável.

-Doente?-perguntei coçando ligeiramente a cabeça.

-Sim...- respirou fundo e acalmou-se- Obsessivo-Compulsivo. Tem um problema com pessoas. A sua principal obsessão há cerca de 20 anos tenho sido eu e o meu irmão.- pôs uma madeixa de cabelo atrás da orelha.- Liam ele mata-te se souber de ti. Ele espanca-te se for preciso...

-Nós vamos... Nós vamos superar isso, está bem? Somos bons para isso.- consegui alcançar a sua cintura.- Eu falo com ele... Tudo para que nós resultemos...

-Não!! Estás louco??!! Liam vai-te embora! Por favor... Eu prometo que falo contigo. Mas agora vai...

-Prometes?

-Prometo.

Dei-lhe um último beijo. Enorme, cheio de saudade prévia. Eu não ia ficar muito tempo longe dela. Não era capaz. Sabia que havia algo entre nós. Pode ser muito recente mas eu preciso dela. Ficar sem ela dói. Dormir sem ela agora doi também porque sei o que ela sofre de noite. Não sei quando me tornei tão lamechas, mas aqueles olhos verdes deixam-me assim.

|Noelle Johnson|

Quando Liam saiu fiquei apenas no sofá. Estava a dar um CSI qualquer na televisão mas não lhe liguei nenhuma ao crime por resolver. Memórias daquela noite vinham ter comigo. O vermelho preenchia o meu olhar, recordando-me do sangue que tinha visto.

#flashback#

A minha almofada já estava fria, devido à quantidade de lágrimas que nela já tinham caído. As minhas mãos continuavam a cobrir os meus ouvidos, com o objetivo de abafar o som proveniente do outro lado da porta. Na altura tinha apenas 14 anos, não era nenhuma criança, mas as discussões entre o meu progenitor e o meu irmão já estavam a cansar-me.

-Que merda vem a ser esta?! Tu engravidas-te uma rapariga Jona! Eu não te eduquei?!!- ouvi o som de provavelmente uma mão a colidir com uma face. - QUERO-TE FORA DA MINHA CASA, ESTÁS A PERCEBER?!! FORA! NENHUM FILHO MEU FAZ TAMANHAS ORDINARISSES!- a voz do meu pai soava por toda a casa quase fazendo as paredes despedaçarem-se em pequenas partículas de pó.

-Pai, por favor... Eu juro que vou ser um bom pai!

-Um bom pai Jona?! Tu ainda nem para beber tens idade! Tens um ou outro pelo facial! Vê-se cresces! Desaparece!

-Eu tenho 17 anos caralho! Para de me tratar como se eu fosse uma criança! Estou farto de ti! Farto de não poder fazer nada! A Melodie é minha namorada há 3 anos! 3 pai! E temos tido uma relação hiper complicada por tua causa! E sabes que mais? Eu tenho nojo de ti! Sabes o que é isso?!! Eu tenho nojo do meu próprio pai! Eu odeio-te! Odeio-te com todo o meu ser! E não venhas dizer que era tudo para meu bem, porque tu és uma...

Não ouvi o que ele ia dizer. A palavra foi tapada pelo som de uma bala. Um barulho alto e estridente. Abri a porta do meu quarto, para ver o que tinha acontecido. Sangue espalhado por todo o lado... O corpo dele no chão. As lágrimas caíam pelos meus olhos e o ódio crescia em mim.

#flashback#

A campainha tocou. Limpei as pequenas lágrimas que estavam mesmo à porta dos meus olhos e fui abrir a porta.

-Filha...- o sorriso do meu pai entrou pela casa.- Tive tantas saudades... Estás tão grande!!

Olhei-o de alto a baixo. Bastante receosa. Já não o via desde o dia de ação de graças em que a mãe decidiu que devíamos ir vê-lo. Não gostei muito desse dia, para ser sincero.

-Humm... olá pai?- cumprimentei.

-Então, filhota?! Não dás um abraço ao teu cota já?

Ele puxou-me para os seus braços e deu-me um enorme abraço. Retribui-lhe o ato de carinho. Sorri, porque de repente a coragem para o fazer tinha voltado.

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VOU POR UMA NOTA A PARTE DO CAPÍTULO

EU AMO O LUKE HEMMINGS

Noelle •L.P. Fanfiction•Onde histórias criam vida. Descubra agora