Venha aqui, sente-se com a gente.
A voz de Nevra reverberava em minha cabeça enquanto eu tentava me lembrar como mover minhas pernas para ir em direção a eles. Parei em frente à mesa onde estavam, o sangue parecendo congelar com o convite inusual.
— E por que deveria? — ergui uma sobrancelha, inclinando a cabeça para o lado. Alguma coisa naquele convite fez o meu coração bater mais rápido e agora eu estava lutando para acalmá-lo.
— Porque você está sob nossa custódia. — respondeu o vampiro.
— E vem passado muito tempo sozinha nas refeições. — completou Leiftan. — Um pouco de companhia faz bem às vezes.
— Nesse caso, eu aceito. — sorri. Coloquei a minha bandeja em cima da mesa e sentei-me do lado de Nevra. — Gostei do novo visual. — dei um sorriso de canto para o vampiro, finalmente me referindo ao tapa-olho. Ele retribuiu o gesto. — Como conseguiu isto?
— É um charme, eu sei. — Nevra ronronou. Não o respondi, apenas foquei em começar a comer minha refeição. — Encontrei um mascote selvagem durante uma patrulha rotineira. Ewelein achou melhor usar o tapa-olho por algum tempo.
— Isso significa que você vai ficar cegueta? — eu disse sem prestar atenção e me arrependi do uso da palavra meio segundo depois.
Ezarel quase cuspiu a bebida, enquanto Valkyon e Leiftan apenas se limitaram a reprimir uma risada. Nevra pareceu achar graça.
— Felizmente, não. — o vampiro suspirou.
— De qualquer jeito, combinou com você. — dei de ombros e inclinei a cabeça, pegando mais comida com a colher. — Com o cabelo por cima e tudo mais. Um charme, até. Bem criativo da sua parte.
— Por favor, não o elogie desse jeito. — resmungou Ezarel. Ergui o olhar para ele. — Assim Nevra nunca mais vai querer tirar esse bendito tapa-olho.
— Eu disse seria um imã para mulheres bonitas. — Nevra deu um sorriso convencido e se recostou na cadeira, levando um pedaço de carne até a boca.
— Ei, eu não estava te paquerando! — dei um cutucão nele com a mão livre, a que não estava segurando o talher. Então lancei aquele olhar e abri um sorriso de canto. — Ou estava?
Mesmo na Terra eu tinha o hábito de flertar com todo mundo. Era parte da minha personalidade. E divertido. Até alguém realmente começar a levar a sério.... Aí eu saia correndo. Ou fingia demência. Mas bem, era um impulso. E eu certamente não conteria essa vontade aqui, com toda essa gente nova e interessante. Já que eu poderia morrer, fazeria bom proveito dos meus últimos dias.
Nevra sorriu satisfeito.
— Gosto do seu senso de humor, já vi que nos daremos muito bem. — ele ergueu sua taça para mim e tomou um gole. Sorri para ele antes de levar a colher até a boca.
— Boa noite, pessoal! — uma voz disse atrás de nós. Me virei instantaneamente para ver quem era. Tratei de engolir a comida logo para o responder.
— Ah, oi Kero! — eu disse em meio aos cumprimentos dos rapazes.
— Você salvou a noite, Kero! — Ezarel disse, enfiando uma colher cheia de comida na boca. — Kalina está conosco não faz nem cinco minutos e Nevra já está jogando seu charme para cima dela.
— O Nevra, mulherengo? Tá, agora conta uma novidade. — bufou Valkyon. Arqueei as sobrancelhas, surpresa por ele falar algo. — Vou buscar mais cerveja. — ele anunciou e se levantou.
— Olha só, Ezarel se lembra do meu nome. — observei com um meio sorriso e um tom jocoso. — Achei mesmo que "humana inútil" estava ficando fora de moda.
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Eldarya.
FanfictionA vida de Kalina fica de pernas para o ar quando ela vai parar em Eldarya, um mundo mágico onde tudo parece ser possível. Agora ela precisa encontrar uma maneira de voltar para casa ao mesmo tempo em que descobre mais sobre suas verdadeiras origens...