Capítulo 05 : Jessica Jones.

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Já era de dia na cidade de Nova York e a luz do sol já entrava pelas janelas do quarto em que Natasha dormia, no apartamento pego emprestado com um, aparente, contato de Luke, um velho amigo. Elevando seu corpo, respondendo ao chamado do despertador que tocava de maneira exaustivamente alta por todo o cômodo, a ruiva tratou de higienizar-se e trajar alguma das vestimentas que havia conseguido arranjar no pouco tempo em que havia estado na cidade. Saindo do edifício onde está a hospedada temporariamente, Romanoff seguiu o GPS do celular descartável que havia adquirido para conseguir chegar no endereço dado por Cage, escrito carinhosamente em um guardanapo de seu bar de esquina. Se vendo diante de um típico e velho prédio de Nova York, a Viúva caminha mais alguns passos e bate uma sequência de vezes na porta.. estava trancada. Não tinha nem sequer porteiro ou um interfone para que pudesse ligar para alguém liberar a entrada. Merda. Mesmo que entrar a força não fosse um problema, e certamente ela tinha mais de mil maneiras de o fazer, nenhuma delas resultava em uma forma sútil de entrar em um prédio residencial sem chamar a mínima atenção de algum morador ou fofoqueiro dos prédios vizinhos; esse era o problema de Nova York, tudo era praticamente colado um no outro.

- Problemas com a fechadura? - Disse uma voz masculina atrás da ruiva, que logo tornou a tomar a atenção desta ao se virar em direção da voz para saber quem era. O analisando de cima à baixo, Natasha tem a visão de um homem bem mais alto que ela mas totalmente sem postura.. o corpo um pouco inclinado, barba e cabelo sem fazer, roupas sujas e bem acabadas.. parecia mais como um morador de rua. Tal olhar de desconfiança foi percebido por ele, que logo não tardou em diluir essa percepção da mente de Romanoff. - Eu venho dizendo.. que essa fechadura tem que ser consertada. - Ele continua, com um olhar não fixo, alternando da mulher a sua frente e a porta, embora Natasha não soubesse dizer se era um olhar de confusão ou seu olhar padrão. - As pessoas do prédio não me dão muito ouvidos, sabe? Mas.. não se preocupa. Eu.. tenho meu jeito. - Apanhando a fechadura com ambas as mãos, após uma sequência de movimentos e empurrões na porta, ela se abre para que ambos pudessem entrar.

Se direcionando ao elevador, ela observa o morador se isolar em um canto do caixote metálico enquanto ele subia. Outro fator logo entrou na mente de Nat, o homem inalava um forte cheiro de suas vestes e boca.. drogas, talvez. Não havia dado tanta importância quanto antes, quando este não havia descido no mesmo andar que ela. Uma teoria passou a assolar Suponho cabeça da ruiva.. seria ele um dos agentes do Ross? Sabia que talvez pudesse estar ficando cada vez mais cética à medida do tempo em que se passava desde sua fuga do Complexo - Matt havia deixado isso claro - mas ainda tinha experiência com o ramo da espionagem e sabia como espiões se portavam. O disfarce era tudo. Mesmo não tendo mantido os olhos fixos no desconhecido, mantinha os seus demais sentidos fixos nas movimentações dele, enquanto caminhava pelo corredor. Seus olhos, estando com o campo de visão direcionado à sua frente, logo viu seu destino estampado na vidraça da porta ao final do corredor. "Alias Investigations", era o nome que estava no guardanapo de Luke. Batendo na porta algumas vezes, logo foi recebida por uma mulher de tamanho quase semelhante ao seu, com cabelos negros e com olheiras que claramente indicavam um sono conturbado.

- Posso ajudar com alguma coisa? - Perguntou ela, em tom seco, ao arquear uma de suas sobrancelhas

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- Posso ajudar com alguma coisa? - Perguntou ela, em tom seco, ao arquear uma de suas sobrancelhas.

- Estou procurando por Jessica Jones.. detetive particular.

- Pra quê, exatamente? Ela tem tido uma agenda bem cheia.

- Tenho um caso pra ela. Se puder me dizer onde ela--

- Tem dinheiro pra pagar a investigação? - Questionou, direcionando seu olhar aos bolsos de Natasha, movimento esse que logo foi percebido pela ruiva e correspondido com um bolo de notas de dólares retirados de um dos bolsos. - Bom, seu dia de sorte, está falando com a própria. Entra. - Se deslocando para o lado, permitiu algum espaço para que a ruiva pudesse entrar em seu apartamento. Tendi sua visão liberada, logo notou seu vizinho parado de frente para a porta do próprio apartamento completamente hipnotizado por.. bem, aparentemente o olho mágico da porta. - Hum.. Terra chamando Malcolm? - Repetiu umas duas vezes, enquanto escalava os dedos, antes que o vizinho se tocasse do desleixo que havia cometido.

- Ahn.. ah, desculpa aí, Jessica. Foi mal. Eu só.. - Olhando os arredores, claramente provou que estava completamente perdido ali, até que se tocou que estava de frente para a própria casa. Destrancando a porta, pôs parte de seu corpo para dentro enquanto a outra permanecia virada para a vizinha ao fim do corredor. - Nova cliente? Ela esbarrou em mim na porta..

- "Ela esbarrou em você"?

- É.. completamente perdida.

- Hum.. é claro, por quê não? - Malcolm claramente não se encontrava na melhor posição para fazer julgamentos, mas mesmo não acreditando totalmente nas palavras dele, era algo que havia deixado em sua nota mental. - Então, o que Nova York fez com você? - Questionou Jessica, já dentro do escritório, ao apanhar uma bebida e se sentar de frente para a ruiva.

- Um velho amigo desapareceu. Procurei ele em todos os lugares e nada.

- Já foi onde ele trabalha?

- Sim.

- Checou com os parentes ou amigos próximos?

Natasha podia não ter procurado saber sobre mais aprofundamente, mas no dia anterior foi à casa da irmã de Isaiah e ela parecia normal para alguém que teve seu irmão dado como desaparecido. Sendo assim..

- É claro. E ele sumiu.

- Me fala o nome e me dê tudo que sabe..

- Isaiah Ross.. mas não tenho muitas informações sobre ele. Apenas que trabalhou por um tempo na GLK&H e depois foi para a Hogarth e Associados.

- Então, era advgogado?

- Sim.. espera, "era"?

- Considerando que ele é advogado, não me impressiona que ele tenha sumido. Um sumiço pode ser significar muita coisa nesse ramo de trabalho.

- Eu sei o que pode significar.

- Humm.. certo.. e ele trabalhava pra Hogarth, né? Olha.. eu realmente gostaria de pegar seu caso mas não posso. - Jones tinha um breve histórico com a dona do escritório de advocacia em que Isaiah trabalhava, e ela recebia um bucado para cobrir os casos de investigação dela e da empresa. Um funcionário desaparecido misteriosamente? Certamente era algo que ela mandaria Jessica investigar.

- Eu sei que não é muito mas posso arranjar se dinheiro for o problema.

- Não tem haver com dinheiro, só.. sei lá. Não posso pegar o caso. Fim de papo, tá legal?

- Certo.. certo. - Utilizando de técnicas de persuasão que havia adquirido em seu treinamento, Natasha se ergueu e caminhou em direção a saída, mas, antes de abrir a porta, tornou a encarar a detetive. - Tinha vindo até aqui porque o Luke me indicou. Ele parece confiar em você e o Luke não é o tipo de pessoa que tem a confiança conquistada facilmente. Mas tô vendo que foi uma perda de..--

- Tá legal. Tá legal. Você venceu. Eu pego o caso, mas, antes, vou confirmar a sua história. - Disse ela, apanhando o celular e ligando para Cage. Após alguns minutos de espera, enquanto a ligação ocorria na cozinha, a detetive retornou com as boas novas. - Diz pro Luke que ele tá me devendo um belo de um favor. Vou perder uma boa grana pra repor o estoque para pegar seu caso.

- Agradeço. Vou pedir pra ele passar as informações que tenho na próxima vez que se encontrarem. - Se virando, desta vez se encaminhou para a saída com a verdadeira intenção de deixar o lugar, mas foi interrompida por um questionamento de Jessica:

- Pera aí.. cê nem me disse seu nome.

- A pessoa que tem que procurar.. é tudo que precisa saber. - Com isso, Natasha deixa o escritório com uma Jessica Jones completamente confusa para trás.

When The Skyfall.. || Black WidowOnde histórias criam vida. Descubra agora