Assim que cheguei na Universal de Padre Miguel para o meu primeiro dia de Grupo Jovem, fui direto para trás da igreja, onde havia uma casa com 2 cômodos, uma cozinha e um banheiro. Esse lugar era chamado carinhosamente de CTJ ou Centro de Treinamento Jovem. A primeira sala chamávamos de CTJ1, onde havia alguns bancos de madeira e onde acontecia a primeira parte da reunião, com louvores, palavras e recado. O CTJ2 não tinha nenhuma mobília e depois ganharam algumas cadeiras. Era usado para oração e para discussão de trabalho.
Aprendi muita coisa no CTJ, foi onde fui formado a ferro e fogo. Não tinha sol, chuva, inverno ou tempestade que impedia de estar naquela sala aprendendo mais de Deus.
Uma sala quente pra caramba, mas ninguém reclamava de calor, todo mundo queria estar junto. É o primeiro amor que me fazia não me preocupar com nada além de não querer perder um minuto se quer naquele lugar. Um desejo total de estar ali, naquele calor, aquele momento, com aqueles jovens, meus irmãos.
Como a sala era pequena, logo ficava lotada com jovens do lado de fora, olhando na janela, um silêncio total pra ouvirem a palavra. Ninguém saía da sala, parecia um trem lotado, com os jovens pingando de suor, se abanando, mas ninguém saía. Quando o número de jovens e convidados era demais, íamos para o salão da igreja. Algumas vezes tínhamos 300 jovens na reunião, o que ficava inviável ficar no CTJ.
Depois da oração e palavra, havia a contagem dos jovens e os jovens novos eram separados para o CTJ2 ou do lado de fora no terreno, onde os "jovens maduros" (vou falar sobre eles mais tarde) entrevistavam os jovens novos e ensinavam sobre a Igreja, a liderança, sobre o que a mídia "plantava" contra a Igreja, falavam sobre a bíblia e tiravam nossas dúvidas em relação ao Grupo jovem.
Essa separação dos jovens novos e maduros, durava mais ou menos uns 2 ou 3 meses. Até que eles pudessem participar das reuniões dos jovens maduros e firmes. Não falávamos jovens firmes naquela época, éramos jovens maduros.
Enquanto o novo convertido bebia leite, os jovens maduros do CTJ1 estavam comendo o maná. Éramos muito pentecostais. Em tudo, no linguajar, nas roupas, santidade e outros assuntos eram debatidos dentro do CTJ. Todas as dúvidas sobre a vida cristã, eram tiradas lá.
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Memórias de um Obreiro
Non-FictionMeu nome é Alexandre Fernandes de Lima e em 2007 eu criei um blog chamado Cristão da Universal e gostaria de reunir ali uma parte da minha vida e até mesmo um livro de provérbios pra minha filha que acabava de nascer. O tempo passou e o conteúdo foi...