#Antes de Tudo...
Não tenho como não falar um pouco da minha vida antes das minhas memórias na Igreja Universal; Por que assim como milhares fiéis que estão nela, não caí lá de paraquedas ou fui um visitante que gostou de palavras que confortavam o coração. Mas, fui por meio da minha mãe e entreguei minha vida ao Senhor, pra me livrar de um passado infeliz.
Minha Infância.
Não tinha com não falar da minha infância, como a maioria dos membros da igreja, também sou um dos sofridos que encontrou nela uma causa pra viver.
Sou filho de mãe solteira e só comecei a me relacionar com meu Pai depois dos quinze anos. Antes dos quinze, minha Mãe não permitia sua visita. Eles não nunca se casaram. Mas, pelo menos uma ou duas vezes por ano nos encontrávamos.
Apesar de ter Mãe próxima, fui criado por minha Avó Therezinha (já falecida) e minha Tia Lia e uma parte da minha adolescência com a tia Tide (Clotilde) Tia do meu Pai. Eu era uma criança que vivia em uma redoma. Elas tentavam me esconder e me proteger do mundo em que vivia.
Eu e minha mãe brigávamos muito, nos desentendíamos sempre. E como vim de família católica e supersticiosa, sempre vinha um que dizia que o problema é que éramos do signo de escorpião ou era os nossos santos que não se batiam.
Quando eu saía de casa, costumava ficar próxima a calçada escrevendo na areia. Gostava de fazer rabiscos e construções de barro, linha e palitos de picolé, onde eu chamava de PETROBRÁS.
Ficava sempre sozinho, não tinha muitos amigos e falava com objetos de madeira, papel e por esse motivo, ganhei um apelido de maluquinho de uma vizinha. Eu odiava esse apelido. Trouxe-me muitos aborrecimentos na infância.
Eu nunca procurei saber o significado de "sofrimento", mas ter esse apelido era o início dele. Minha mãe pedia para que eu contasse a ela quem me chamava de maluquinho, para ela poder me defender.
Um dia eu encontrei um vizinho que toda vez que encontrava me chamava de maluquinho. Um dia o chamei e disse que minha mãe queria falar com ele. Como eles se conheciam, ele não duvidou. Quando cheguei perto da minha mãe, falei que ele era uma das pessoas que zombava de mim toda vez que me encontrava.
Lembro-me da Minha mãe que parecia uma leoa querendo defender sua cria, esbravejando com ele, que nem conseguia se defender. Seu nome? Pedro Luiz Soares Ferreira. O Obreiro que me levou a ter um encontro com Deus, me fazendo um convite para participar do Grupo Jovem alguns anos mais tarde. Ainda vou falar mais sobre ele aqui.
#Tensão
Minha família era pequena. Eu morava com minha avó em um apartamento e minha mãe casada com meu primeiro padrasto, vivia em outro apartamento no mesmo prédio e corredor.
No período que vivi com minha mãe e meu primeiro padrasto (Garrincha), não foi um período muito bom pra mim. Eu tinha aquelas coisas de crianças como urinar na cama e só ir ao banheiro da casa da minha avó e ele não gostava disso, por isso não gostava dele.
Quando eu morava com minha avó, me lembro que Ela sempre me acordava na madrugada para ir ao banheiro ou ela já vinha com um pinico pra eu não mijar na cama. Mas morando com minha mãe, era diferente. Um dia tomei uma surra do meu padrasto, por que eu já tinha mais de cinco anos mas mesmo assim ainda urinava na cama.
Dói até hoje só de lembrar o quanto apanhei de cinto de couro até urinar nas calças. Nunca me senti amado por ele. Até que um dia brincando de tinfinco (não me peça pra explicar sobre essa brincadeira de criança com uma chave de fenda) um dos colegas ao atirar a chave de fenda no chão acertou meu pé e quase atravessou.
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Memórias de um Obreiro
Non-FictionMeu nome é Alexandre Fernandes de Lima e em 2007 eu criei um blog chamado Cristão da Universal e gostaria de reunir ali uma parte da minha vida e até mesmo um livro de provérbios pra minha filha que acabava de nascer. O tempo passou e o conteúdo foi...