Eu já fui ex-obreiro nos anos de 1990 e afirmo: Nada se compara a ser ex-obreiro nos dias de hoje (década 10 dos anos 2000). Como aqui eu escrevo apenas sobre minhas histórias, estou classificando os assuntos que podem alertar e ajudar a alguém a não chegar nesse estágio da vida.
Você sabe por que um membro evangelista ou do grupo jovem é levantado a Obreiro? Simples, para defender o povo e ajudá-lo a caminhar em direção a Jesus. Ou seja, acompanhar, orientar, defender contra o diabo e isso é bom demais. O problema é que a preocupação pelo povo muitas vezes é muito maior que com sua própria vida.
Sabe aquela história que uma pessoa não cai da noite para o dia? É verdade. A queda acontece aos poucos e é quase imperceptível.
A primeira vez que eu fui para o banco* eu tinha 17 anos ainda. Foi meu primeiro ano de obreiro. Eu era aquele obreiro que dormia na igreja quase todos os dias, colocava envelopes, pintava a igreja como já citei nos capítulos iniciais desse livro.
Um dia o pastor Teixeira, deu a ordem para todos os obreiros apresentarem na reunião dos obreiros, terça-feira 20h, duas fotos 3x4 para colocar no crachá que a igreja começava a determinar o uso diário. A fotografia deveria ser colorida, mas como nos anos 90 fotografia era caro e como de costume, foto 3x4 sempre foi sinônimo de foto preto e branco, com fundo branco, eu simplesmente fui lá, fotografei e entreguei na mão do pastor minhas fotos.
Foto preto e branco? Era pra ser colorida. Um mês para apresentar a foto e me trás preto e branco? Vá para o banco para aprender a ser obreiro! Falou o pastor Teixeira. Tudo ficou escuro, um buraco se abriu sobre meus pés e perdi a fala.
Quando estava me retirando ele me chama: - Vem aqui e fica aqui em cima do altar pra todo mundo te ver como exemplo. Aí quando eu estava subindo ao altar, o pastor vê minha roupa toda suja de tinta, cabelo grande e encaracolado e começou a reclamar das roupas e postura... eu não conseguia dizer nada.
Aí, um Obreiro antigão (Seu Joel) chegou pro pastor e falou que eu iria dormir na igreja e que fazia manutenção, por isso estava vestido daquele jeito. Então o pastor, me deixou no altar, até o fim da reunião e eu fiquei no banco por tempo indeterminado.
Uma semana depois chamei o pastor pra conversar e ele nem lembrava que tinha me colocado no banco e me permitiu voltar, uma semana depois que mais parecia uma eternidade.
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Memórias de um Obreiro
Non-FictionMeu nome é Alexandre Fernandes de Lima e em 2007 eu criei um blog chamado Cristão da Universal e gostaria de reunir ali uma parte da minha vida e até mesmo um livro de provérbios pra minha filha que acabava de nascer. O tempo passou e o conteúdo foi...