Equipe de Cemitério

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Equipe de Cemitério

"Basta uma palavra do meu Deus, para um milagre acontecer... Se Ele falou, ele vai cumprir."

Trecho de um louvor da Comunidade Internacional da Zona Sul.


Eu fazia parte de um grupo de evangelização especial chamado: Equipe de Cemitério. Foi o grupo de evangelização que me fez querer ser Obreiro.

Participei desta equipe quando estava com 16 pra 17 anos. Era formado por Obreiros, filhos de Obreiros e alguns membros antigos com o objetivo evangelizar nos cemitérios do Rio de Janeiro. O que aparentemente parecia ser fácil, na verdade não era.

Reuníamo-nos todos os domingos à tarde. Não era qualquer um que fazia parte deste grupo. Lembro-me que para entrar, vasculharam minha vida, pra saber se eu estava preparado para enfrentar o diabo de frente em nome de Jesus. Ah! Que saudade eu tenho. Queria desfazer trabalhos de feitiçaria em toda evangelização.

Eu perdi as contas de quantas vezes peguei nomes nas vasilhas de barro com pimenta e óleo, barata de cemitério, dentro de caranguejos, sapos, cabeças de cera, desfazia todos os trabalhos em nome de Jesus.

Pra mim aquilo era o máximo, já que nem obreiro eu era e só tinham mais dois adolescentes no grupo, que como disse anteriormente que eram filhos de Obreiros.

Cada domingo em um cemitério. Muito Jejum e propósitos de oração. O diabo nos odiava muito (ainda nos odeia não é?).

No fim de uma evangelização no Cemitério do Bairro de Ricardo de Albuquerque, andávamos em dupla numa fila grande na volta pra casa. Como num relâmpago, um carro que passava na avenida perdeu o controle e atropelou um dos integrantes do grupo que estava bem na frente, era um dos primeiros daquela fila.

O carro derrapou e levantou muita poeira, não dava para ver nada. Em seguida ouvimos um barulho alto... O carro tinha batido num poste logo à frente. Deus livrou aquele integrante, que mesmo o carro tendo o atingido, ainda teve ferimentos leves. Não sei até hoje como não perdeu a vida naquele acidente. Só Deus mesmo pra dizer. Mais tarde esse rapaz deixou Jesus e até hoje não sei se retornou.

#A derrubada da Cruz do Cruzeiro

Cruz do Cruzeiro não tem nada a ver com futebol ok? Bem próximo da Universal de Padre Miguel, em frente a um colégio público, existia uma encruzilhada com uma cruz gigantesca feita em concreto, onde havia despachos de feitiçaria, como galinha no prato de barro, batatas furadas, bife acebolado, aquelas velas vermelhas e pretas (não é vela do Flamengo hein!), fitas vermelhas, garrafas de cachaça e champanhe entre outras coisas. Eu visitava aquele lugar três vezes na semana... CHUTAVA TUDO, QUEBRAVA TUDO, pegava os nomes e levava na igreja. Eu ainda levava um irmãozinho o Alexsandro Muniz (o Sandro), que o prazer dele era ir lá na encruzilhada todos os dias só pra desfazer os trabalhos.

Tínhamos uma certeza gigantesca que quando desfazíamos os trabalhos e levávamos pra igreja, estávamos libertando aquelas pessoas do mal, então fazíamos todos os dias.

Ah! Quando eu vinha com o Grupo Jovem então, limpávamos a praça. Não tinha trabalho que ficava ali. Já tinha pessoas que colocavam nos cantos da rua, por que se colocasse no cruzeiro, a gente desfazia tudo.

Com o tempo, as pessoas já não colocavam despachos lá e havia dias que aquela cruz estava no chão e não era eu que a derrubava; E na outra semana levantavam novamente. Um dia eu fui lá e a cruz estava no chão de novo; Dias depois estava em pé e na mesma semana no chão até que um dia não levantaram mais a cruz e a Prefeitura tomou a praça e a reformou, retirando aquela encruzilhada de lá, transformando-a em uma pracinha... Saudades de destruir todos aqueles trabalhos.

Gostaria de informar que essas coisas que fiz foi por conta própria e em nenhum momento fui orientado pela direção da igreja a fazer isso. Era meu momento de intolerância.

#Meus olhos viram o primeiro Milagre.

Um dia a Equipe de Cemitério foi evangelizar em um cemitério no bairro de Benjamin do Monte (bairro ao lado de Campo Grande). Logo após, fomos visitar a casa de um senhor, morador também deste bairro. Não sei se era parente de algum membro da Equipe.

Nessa visita, apenas quatro Obreiros entraram e conversavam com a família enquanto eu fiquei com alguns membros do Grupo olhando pela Janela, um senhor com idade avançada, com cabelos e barba grisalhos estava enfermo na cama fazia alguns meses, não andava e nem falava.

Lembro-me que um dos líderes pediu para que uma parte da equipe que estava do lado de fora da casa fizesse uma roda de oração e orasse forte. Me pediram pra que eu ficasse em Espírito de Oração.

Eu fui pra janela do quarto desse senhor enfermo e fiquei assistindo o atendimento do Obreiro, que perguntava a esposa do senhor doente, se ela tinha óleo ungido e se não tivesse, que trouxesse uma lata de azeite.

O Obreiro começou a conversar com o senhor, que só mexia os olhos, então pediu para piscar duas vezes seguidas para saber ele estava entendendo o que estava sendo falado.

A partir daí o senhor fechou os olhos e o Obreiro começou a despejar todo o azeite no peito dele e orar.

Agora eu preciso dar ênfase à história, por que a oração do Obreiro foi uma oração rasgada, do fundo da alma, aquela oração com fogo, como se suas mãos saíssem fogo do céu consumindo todo o mal.

Assim que terminou a oração, diante dos meus olhos, testemunhei o primeiro milagre. Eu sou testemunha ocular desse milagre. O senhor que estava na cama e que há meses não falava, se levantou, caminhou até a sala e depois para o quintal e já falava, com dificuldades, mas falava.

O Obreiro que orou, dava brados de vitória e Aleluias Glória Deus! E eu estava perplexo. Aquele grupo que estava orando do lado de fora, formou novamente uma roda de oração para agradecer e eu fui também, por que fui testemunha daquela vitória.

Esse Milagre foi o que me deu mais certeza do que eu queria... ser Obreiro.

Mas pra ser Obreiro eu ainda tinha um caminho longo para percorrer. Tomei uns tropeções e uns puxões de orelha até finalmente chegar onde queria.

Memórias de um ObreiroOnde histórias criam vida. Descubra agora