O caminho parece ser bem conhecido pelas minhas pernas, percorro toda a cidade de Porto Real em minutos, desde o Fosso de Dragões até a Rua da Seda. Me lembro exatamente da minha última noite aqui: logo depois da morte de Carl, eu apresentei alguns lugares para Allysa. Ela era tão inocente na época.
Eu me visto agora como sempre: uma capa vermelha velha e surrada, um vestido velho preto, que estava com as mangas rasgadas. Meu cabelo negro é minha maior arma aqui, pois ninguém nota que há uma Targaryen na rua dos bordeis.
Porto Real nunca foi um lugar reconhecido como "bom", mas as minhas aventuras na cidade sempre foram no mínimo legais. Minha primeira vez na Baixada Das Pulgas foi em uma fuga incrível do castelo, fiquei curiosa para saber o que meus primos tanto falavam do lugar, e entendi no mesmo momento.
Sabia que teria que me casar mais cedo ou mais tarde, mas o prazer sempre estaria ali. Não importavam com meu nome, apenas se eu poderia pagar. Quase nunca fui reconhecida como uma Targaryen se não tivesse perto de minha dragão, ou do estandarte, mas aqui, eu posso ser Visenya, apenas Visenya, e não ligarei para isso.
Mas as pessoas nas ruas começam a correr em direção à uma pequena praça, e são muitas. Sou empurrada, levada com a multidão, e então, separada para um lado por homens com capas douradas. Escuto um deles falar que eles são a Patrulha da Cidade, mas mal posso acreditar. Eles estão vestidos com a melhor das armaduras, e sua capa dourada cintila.
Olho para minhas companheiras, e vejo que são prostitutas. É sério que me colocaram junto com elas? Para que?
Um dos homens pega um mendigo, e grita que ele cometeu um crime de assalto há dois dias. A capa dourada fica manchada do sangue da mão retirada do pobre homem, e eu penso no que eles vão fazer com as mulheres aqui. Penso que se Mercury estivesse fora do Fosso de Dragões, ela poderia vir me salvar, mas o que isso custaria? Eu seria dita como uma puta, como uma segunda Saera Targaryen, quem trocou a família por um bordel em Lys.
Não posso perder minha mão, não posso ser vista aqui, não posso sair daqui. O que fazer?
Um homem pega com força no meu pulso, e começa a me levar para o meio da confusão da praça. Vejo mãos sendo cortadas, línguas, membros. Uma mulher perdeu uma orelha, e outra metade do nariz, junto com o seio. Isso aqui é um terror.
- Me solte! - Eu tento escapar das mãos fortes mas não consigo.
Então noto quem está me segurando, Harwin Strong, filho do Mestre das Leis. Não é possível que ele lembre de meu rosto, não é! Éramos apenas crianças da última vez que nos vimos.
- Fique quieta! - Ele ordena.
- Merda!
Se ele não se lembra de mim, e está me levando a força para algum lugar, só significa uma coisa, ele vai me machucar. Eu luto novamente, pego uma faca em seu cinto e tento acerta-lo no peito, mas ela para em sua armadura, que carregava uma imagem de sua casa: três listas, azul, vermelho, verde.
Sua mão parte para meu cabelo, e eu penso em cortar seu pescoço por isso. Sou arrastada por alguns metros até que Strong me solta, e eu fico de frente para um homem de costas que acaba de tirar uma mão de um ladrão de 15 anos. Ele se veste com o manto dourado, mas seu capacete é preto, com o formato de um dragão. Ah, não.
- Comandante Daemon, achei essa mulher entre os acusados. Ela não tem nenhuma denúncia, então trouxe ela para o Senhor, para saber se ela merece ser punida.
Quando Daemon se vira, não fica surpreso em mim ver aqui, porque não é a primeira vez. Três vezes, ele me viu nas casas de prazer, mas nada disse. Acho que em seu interior ele entende que eu faço o que eu quero com a minha vida.
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ROGUE - Daemon Targaryen
FanfictionHᴏᴜsᴇ Oꜰ Tʜᴇ Dʀᴀɢᴏɴ ꜰᴀɴꜰɪᴄ Montadora de 𝗠𝗲𝗿𝗰𝘂𝗿𝘆, a Caçadora dos Céus, 𝗩𝗶𝘀𝗲𝗻𝘆𝗮 𝗧𝗮𝗿𝗴𝗮𝗿𝘆𝗲𝗻 viveu por muito tempo viajando entre a Muralha e as montanhas de Dorne, sem nunca sentir a necessidade de se meter no terrível jogo dos tr...