Tudo me irrita, mas o barulho das ondas parece pulsar minha cabeça, fazendo com que eu queira vomitar. Tenho feito muito isso nos últimos dias, mas Rhaenys tem paciência para me ajudar. Mas Driftmark não é a mesma coisa, deve ser a ausência de Laenor, mas também essa gravidez estúpida.
A barriga cresceu a cada dia, e estou prestes a explodir. O meistre me vê toda manhã, e toda noite. É irritante como todos estão preocupados comigo, até Laena deixou sua dragão, Vhagar, de lado para ficar ao meu lado lendo histórias. Finjo estar apreciando, mas queria mesmo era voar.
Coisa que estou proibida, por Daemon. Ele vai e volta quase todos os dias em Caraxes, indo aos Degraus para "ver a situação". Sinto que há problemas na região, mas ele não me conta para não aumentar minha vontade de sair dessa merda de castelo.
Passo a mão pela grande barriga, e penso em como uma coisa tão pequena como um bebê pode ocupar tanto espaço, e ainda por cima, está dentro de mim.
- Está tudo bem, majestade. - O meistre diz, mas então olha para Rhaenys. - Devemos nos preparar para fazer o parto nos próximos dias.
- Claro, obrigada, Meistre Aello. - Ela o cumprimenta.
O velho homem cheio de correntes sai do quarto, o som das mesmas ecoa pela minha mente, e eu coloco a mão no rosto.
- Já escolheram os nomes? - Rhaenys pergunta se sentando na cama.
- "Fudeu" ou "Merda". - Resmungo, impaciente.
- Daemon chegará amanhã.
- Ótimo. - Murmuro.
- Visenya, o meistre falou comigo semana passada sobre uma coisa.
- Minha provável morte?
- Pare. - Ela dana comigo. - Ele me disse que tem a probabilidade de não ser apenas uma criança.
Era só o que me faltava, ter dois bebês irritantes. Sinto minha coluna doer e me arrumo na cama.
- Então eu morrerei. - Digo e ela não nega. Isso que dói, todos saberem e ninguém poder fazer nada.
- Então, os nomes? - Ela repete a pergunta.
Ela estava tentando me fazer pensar em outra coisa, mas eu não conseguiria pensar em anda além de minha morte. Meus olhos se enchem de lágrimas, e minha voz quase não sai.
- Isso não é justo.
- Não. Não é.
Olho para a janela, vejo o mar que tantas vezes cruzei em cima de minha dragão, Mercury. Sinto mais sua falta do que qualquer outra coisa, mas não posso me movimentar muito, e nem voar. Eu prefiro morrer em cima de um dragão, no meio de uma batalha, do que como uma covarde na cama.
- Rhaenys, me deixe voar em Mercury. - Digo. Implorando novamente.
- Se você voar...
- Morrerei. Se ficar na cama, adivinha, vou morrer. Se eu ter esse bebê, eu vou morrer. O meu destino parece ser bem certo.
Rhaenys se levanta da cama, coloca as mãos na frente do corpo e me encara, seriamente.
- Somos Targaryen, querida. Podemos fazer qualquer coisa. - Ela dá um passo para trás. - Se desafiamos os poderes dos deuses, por que não desafiar o próprio destino?
...
No outro dia, eu consegui andar pelo quarto, buscando apoio em minha serva, preciso da minha força de volta. Escuto a porta do quarto se abrir e vejo Daemon entrando, seus cabelos prateados agora já estavam mais longos.
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ROGUE - Daemon Targaryen
Hayran KurguHᴏᴜsᴇ Oꜰ Tʜᴇ Dʀᴀɢᴏɴ ꜰᴀɴꜰɪᴄ Montadora de 𝗠𝗲𝗿𝗰𝘂𝗿𝘆, a Caçadora dos Céus, 𝗩𝗶𝘀𝗲𝗻𝘆𝗮 𝗧𝗮𝗿𝗴𝗮𝗿𝘆𝗲𝗻 viveu por muito tempo viajando entre a Muralha e as montanhas de Dorne, sem nunca sentir a necessidade de se meter no terrível jogo dos tr...