Welcome to ⸙; ⁱᵐᵃᵍⁱⁿᵉ ᵐⁱʳᵃᶜᵘˡᵒᵘˢ

☂･.｡.:*･𝐓𝐞𝐚𝐫𝐲 𝐞𝐲𝐞𝐬･*:.｡.･☂ - ᴄᴀᴛ ɴᴏɪʀ/ᴀᴅʀɪᴇɴ ᴀɢʀᴇꜱᴛᴇ

Alerta de gatilho: Abandono afetivo, ansiedade, bullying, depressão, idealização suicida, pais ausentes e tentativa de suicídio.

Lembre-se: Você não está só

Número de telefone CVV (Centro de Valorização à Vida): 188.

Aquele definitivamente era o pior dia da sua vida.

___ saiu correndo da pequena loja de conveniência, sentindo as grossas e pesadas gotas da chuva que cobria Paris. Sua mente estava tão nublada quanto o céu, passando diversos flashbacks do dia terrível que tivera.

De início, havia acordado terrivelmente doente, sem disposição para ao menos permanecer acordada. Por mais que seu ser clamasse pelo descanso, não podia ceder a tal luxo, afinal, era uma bolsista no colégio Françoise Dupont e tinha medo de qualquer coisinha que fizesse de errado custasse sua bolsa de estudos.

Logo que a primeira aula começou, foi bombardeada com suas notas incrivelmente baixas, culpa de semanas conturbadas devido a alguns problemas em suas relações, o que a fez perder foco pelo resto do dia, pensando na reação terrível que seus pais teriam ao descobrirem seus resultados.

No almoço, tentara comer uma simples maçã, mas seu estômago rejeitou o alimento, fazendo-a correr para o banheiro mais próximo para vomitar.

Durante a aula de educação física, Kim havia esbarrado a mando de Chloé, fazendo-a cair, o que serviu de piada para muitos, principalmente aqueles que um dia chamara de amigos, ainda sob o efeito da manipulação de Lila.

Era incrível ver que seus amigos haviam simplesmente lhe virado as costas por conta de mentiras criadas pela Rossi, até mesmo Marinette, que um dia já tinha sido alvo da garota. Era simplesmente horrível sentir os olhares de repulsa de todos por algo que nunca tinha acontecido e ver os sorrisos convencidos de Lila fazia com que a garota se arrependesse de tê-la desafiado.

E como se o Universo já não estivesse suficientemente satisfeito com o seu sofrimento, havia sido demitida de seu trabalho de meio-período com uma desculpa esdrúxula dada por seu chefe, faltando cinco minutos para seu turno acabar.

Chegou às margens do Sena soluçando escandalosamente, já não sabendo mais diferenciar as lágrimas dos pingos de chuva que escorriam pelo seu rosto.

Questionava a si o motivo de ainda estar viva, já que não via mais propósitos para continuar vivendo.

Ela não tinha ninguém ao seu lado para lhe apoiar. Seus pais? Ocupados demais consigo mesmos para se importar com a filha que colocaram no mundo. Seus amigos? Haviam todos deixados de ser a partir do momento em que lhe viraram as costas. Bicho de estimação? Não tinha um, seus pais nunca deixaram-a ter um. Parentes distantes? Fazia anos que não via nenhum deles.

Olhou para as águas, vendo o quão agitadas estavam por conta da tempestade e o pensamento de se jogar dali passou por sua mente, pois sabia que não conseguiria sair dali devido a força da água. Não haveria ninguém para lhe salvar, afinal, já se passavam das 10 da noite, todos já estavam em suas casas, se preparando para dormir.

Rapidamente pegou a mochila e tirou papel e caneta para escrever uma despedida, mas no final acabou decidindo por não fazê-lo. Afinal, quem se importaria?