•-)•----❥𝐓𝐚𝐩𝐚 𝐛𝐮𝐫𝐚𝐜𝐨 - ʟᴜᴋᴀ ᴄᴏᴜꜰꜰᴀɪɴᴇ

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Avisos: Baixa auto-estima, comparação, dependência emocional, relacionamento tóxico (não proposital) e término.



Não era mistério para ninguém o quão Luka foi apaixonado por Marinette Dupain-Cheng, mas que já havia superado e partido para um relacionamento com ___, uma das melhores amigas de sua irmã gêmea.

Porém, por mais que ele repetisse para si diversas vezes que não amava mais Marinette e sim ___, seu coração lhe dizia outra coisa. Por que seu coração palpitava tanto ao pensar na franco-chinesa e não tanto assim quanto pensar em sua própria namorada?

Desde que embarcara naquela relacionamento com a pessoa por quem nutria sentimentos há anos, a garota sabia que no fundo, seu namorado não havia esquecido completamente sua "antiga" paixonite. Mesmo tendo ciência disso, entrou de cabeça, na expectativa de que ele pudesse amá-la de fato

Mas à medida que os meses passavam, ela percebeu que o Couffaine não esquecia de forma alguma a azulada independente de seus esforços. Mesmo que não fazendo isso propositalmente, ele estava usando-a como um tapa buraco para (tentar) esquecer a pessoa por quem era apaixonado. Saber disso doía demais, mas ela não podia continuar com isso.

Ela não podia mais ser um tapa buraco.

Por isso estava decidida a colocar um ponto final naquele romance que nem ao menos deveria ter começado.

Por mais que uma vozinha lhe dissesse que precisava persistir, mas ela sabia que não tinha mais cabimento dar continuidade, pois aquilo só estava fazendo-lhe mal. As inevitáveis comparações entre si e Marinette, querendo ser como ela para fazer Luka sentir uma fagulha daquilo que sentia por esta, as crises de choro por não ser capaz de fazê-lo se apaixonar, entre tantas outras coisas.

Era horrível amar alguém e não ser amada de volta.

Havia mandado uma mensagem para o garoto de cabelos negros e mechas azuis, pedindo para que ele a encontrasse na Praça do Trocadero pois precisava conversar urgentemente com ele. Sentada nas escadas, observava as pessoas que passavam ao redor, grupos de turistas aproveitando o local para tirar fotos da Torre Eiffel, executivos caminhando a passos rápidos para chegarem aos seus trabalhos, famílias reunidas e casais loucamente apaixonados.

Era estranho estar naquele lugar, em que todos pareciam tão felizes e ela parecia ter uma nuvem escura e carregada de chuva seguindo-a.

- Nada como o sorvete dos apaixonados para fazer alguém triste ficar feliz!

Ao ouvir aquela voz caricata, ___ se virou para ver o sorveteiro André com o seu típico carrinho e sorriu tristemente. Por mais que toda aquela alegria do homem normalmente acabasse contagiando-a, aquele dia era diferente e nem isso fora capaz de fazê-la se sentir melhor.

- Não sei não, André, Acho que eu não estou muito a fim de saber sobre o amor hoje...

- Não diga isso, jovem! Pegue aqui uma casquinha que combina com sua alma gêmea por minha conta!- O homem rapidamente pegou uma casquinha e a colher para retirar o sorvete.- Deixa eu pensar... doce e delicado como baunilha, mas ao mesmo tempo intenso como chocolate amargo e uma menta por cima por conta de seus olhos!

Ela pegou a casquinha e agradeceu, vendo o homem desaparecer para falar com casais apaixonados que estavam ali. Ao voltar a sua posição inicial, parou para analisar o sorvete em suas mãos. O contraste entre o branco da baunilha e o marrom quase preto do chocolate juntamente da menta a lembrava alguém, por mais que não soubesse exatamente quem era, e esse alguém não era Luka.

"Será que esse tempo todos as evidências de que não daríamos certo estavam tão expostas e só eu que não queria vê-las?"

Estava terminando a casquinha quando viu de relance alguém se sentar ao seu lado e ao reconhecer que era por quem estava esperando, borboletas surgiram em seu estômago, mas não aquelas com o bater de asas suave que trazia um conforto, mas algo desagrável que a fazia ter ânsia.

- Oi, ___!

- Oi, Luka...- O Couffaine a conhecia muito bem e só pela forma como ela o havia cumprimentado, sabia que tinha algo por vir e que aquilo não significava coisa boa.

- O que foi que houve? Eu posso te ajudar de algo de alguma forma? Ou isso tem a ver comigo e algo que fiz...?

- Não, não tem nada a ver... Quer dizer, na verdade sim, é que...- Ela teve que respirar fundo antes de continuar, organizando as ideias em sua cabeça para que tudo ocorresse como o planejado.- O que eu quero dizer é que está relacionado com nós dois, mas que não existe de fato um culpado.

Ele agarrou a mão dela com força, enquanto lhe dava um sorriso, querendo confortá-la para o que quer que estivesse por vir.

- Pode dizer. Independente do que seja, eu vou ficar aqui e e te ouvir até o fim.

Ela inspirou profundamente, criando coragem para dizer tudo e por mais que soubesse que aquilo partiria seu coração, precisava fazê-lo. Por Luka, pela amizade que tinham, por o fim desse relacionamento sem pé e nem cabeça e principalmente, pelo bem da sua sanidade mental.

- Esses três meses em que estamos juntos foram incríveis e sou muito grata pelas memórias que criamos. Eu te amei e ainda te amo com todas as minhas forças, só que não existe um relacionamento se apenas uma das partes ama e a outra não consegue retribuir os sentimentos.- ___ começou a sentir as lágrimas brotarem em seus olhos, mas as afastou rapidamente, não querendo se dar a tal luxo.- Nosso namoro jamais iria funcionar pois você ainda é apaixonado pela Marinette e eu não posso exercer a função de um tapa buraco. Por isso eu quero encerrar a nossa história de amor nesse instante.

Ele ficou parado por um momento encarando as mãos entrelaçadas, absorvendo tudo o que lhe fora dito. No fim das contas, Luka a abraçou, acariciando-lhe as costas.

- Me desculpe por isso, de verdade. Eu não queria te usar e nem te machucar. Eu realmente te amei, mas não com a mesma intensidade que amo a Marinette.

- Não precisa se desculpar, Luka. Eu sei que você não fez isso por maldade e também sei como nós simplesmente não controlamos nossos sentimentos.

Eles ficaram um tempo se encarando, aproveitando aqueles últimos momentos, sorrindo singelamente um para outro. Mesmo que o relacionamento amoroso deles acabasse ali, eles ainda eram grandes amigos e pretendiam continuar assim.

- Eu espero que quando você encontrar a sua alma gêmea, independente se ela for ou não a Marinette, que vocês sejam  muito felizes.- ___ retirou o singelo anel de seu dedo anelar direito e o pôs na mão de Luka, fechando-a com suas mãos.

- E eu espero que quando você achar a sua cara-metade, que ela seja capaz de te dar todo o amor que você merece e que esse alguém possa te ajudar a curar as feridas que eu sei que o nosso relacionamento te causaram.

Os dois se levantaram, ainda de mãos dadas e se encararam profundamente, ambos derramando algumas lágrimas.

- Mas ainda continuamos amigos?- Ele perguntou, estendendo seu mindinho, uma tradição que tinham desde pequenos ao fazerem uma promessa.

- Não tenha dúvida sobre isso- Ela uniu o seu dedo ao dele, selando aquela promessa.

O ex-casal se afastou e cada um seguiu o seu próprio rumo.

Mesmo que não tivesse sido fácil dar um basta e ainda sentisse angústia em seu peito, ___ estava aliviada por ter dado um fim naquilo, pois agora ela se sentia livre do peso que aquele relacionamento lhe causara e principalmente:

Ela sabia que era muito mais do que um simples tapa buraco.

Welcome to ⸙; ⁱᵐᵃᵍⁱⁿᵉ ᵐⁱʳᵃᶜᵘˡᵒᵘˢOnde histórias criam vida. Descubra agora