|17| Meu eterno amor platônico

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MINO

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MINO


Deitado na cama e fitando o teto.

Foi exatamente assim que passei toda essa manhã. Eu não tive saco para ir à escola hoje, muito menos coragem. Minha motivação para qualquer coisa havia se esvaído de mim. Finalmente acreditei que as coisas estavam caminhando a meu favor, mas pelo visto não. Na verdade, quando foi que as coisas foram favoráveis para mim? Nunca, sempre foi assim. Me iludir mais uma vez ao acreditar que Jennie fosse me ver da maneira que eu queria que ela me visse, só me fez mal. Perdê-la para a garota cega conseguia ser pior do que se fosse para Jongin, eu sabia disso. Por que Jongin era um lixo, ele não prestava. Não era digno, a garota cega não. Ela era alguém que não tinha como apontar algo podre. Não tinha como filmá-la traindo como fiz com Jongin, eu podia perceber que ela não era desse tipo.

Isso a tornava ainda pior. Porque, por mais que eu odiasse admitir, ela era decente. Nunca foi minha pretensão humilhar Jennie diante da escola com aquele vídeo, só queria que ela visse quem seu namorado era. Mais que isso, eu queria acabar com a falsa imagem que todos construíram do Jongin. O namorado perfeito, hipócrita. A pior parte disso é que acabei com ela, as piadas e tudo mais. Eu deveria ter tido a noção que Jennie seria difamada, mas deixei minha inveja e ciúmes falarem mais alto. Isso não me tornava melhor do que ele.

Não sabia com exatidão quando esse sentimento surgiu, ele apenas surgiu. Jennie estava na minha vida desde que tenho noção. Como ela gostava de definir, dividimos o berço. Por essa razão, não sei quando a vi pela primeira vez. Talvez eu ainda fosse um bebê. Mas eu me lembro da primeira lembrança que tenho dela. Duas crianças brincando no parque, inocentes e felizes. Jennie parecia como um lindo anjo. E naquela época eu só queria que ela fosse feliz, e eu achava que tinha que protegê-la.

Sempre fiz questão de ficar em meu pequeno universo, não me relaciono muito bem com outras pessoas. Somente com ela, isso deve ter feito o sentimento fluir. Mas ele é doloroso grande parte do tempo, ainda mais quando vejo qual papel sempre terei em sua vida. Seu melhor amigo gay. Me pergunto o por que dela simplesmente achar que eu era gay, eu deveria ter desmentido aquilo logo de cara, mas as vantagens disso foram maiores. Pelo menos posso dormir com ela, e muitas outras coisas. Privilégios que um amigo hetero com certeza seria privado.

Meu eterno amor platônico.

Talvez eu me sentisse melhor se pudesse esquecê-lo, mas não é como se eu conseguisse. Meus pés andam automaticamente em direção a esse sentimento, e acabo arranhando minha própria ferida.

Me sentei na cama sentindo minhas costas doloridas, eu estava deitado há muito tempo. Passei a manhã toda vegetando. Levei a mão em meu rosto e o notei úmido, eu havia chorando sem nem perceber. Às vezes acho que levo essa história de gay muito a sério. Meu celular tocava quase que o tempo todo, mas recusava as ligações sem nem ao menos ver quem era. Claro que era ela, quem mais sentiria minha falta na escola? Joy e Yeri talvez, mas nenhuma faria questão de me ligar. Joguei o aparelho em cima da cama me levantando da mesma, e indo em direção ao banheiro. Me olhei no espelho e estreitei os olhos ao ver minha patética imagem. Acho que perdi um pouco de peso, e tinha olheiras horríveis. Não havia dormido bem. Quando foi que cheguei nesse ponto mesmo? Abri o registro da torneira molhando meu rosto para me "acordar" por completo. Sai do banheiro enxugando meu rosto, mas dei um pulo quando vi Jennie sentada em minha cama.

Eu vi o amor em seus olhos | ChaennieOnde histórias criam vida. Descubra agora