|22| Abra os olhos

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— O que quer dizer? — Lisa perguntou.

— Sim, ele foi diagnosticado com uma doença. Ele reprimiu sua raiva e ódio por muito tempo, isso foi o perturbando até afetá-lo mentalmente. Por isso que com meus pais e com Alice ele era tão gentil, e comigo era daquele jeito — Rosé explicou.

— O que vai acontecer com ele? — Lisa antecipou o que eu ia perguntar.

— Meu pai quer levá-lo para um hospital psiquiátrico, quer tratá-lo. Ele ficará internado por um tempo.

— Seus pais foram gentis demais. Será que eles se deram conta que por causa desse louco você ficou cega? — Lisa perguntou.

— Não esquecemos disso — Rosé disse parecendo chateada. — Mas levar Woobin para uma cadeia não iria adiantar, em um hospital ele tem chance de se recuperar. E além do mais, Woobin na cadeia ou em qualquer outro lugar não fará com que eu recupere minha visão — sorri admirada com a forma que Rosé via as coisas, Lisa coçou a nuca parecendo entender.

— Eu vou ver a Alice, ela deve ta querendo conversar com alguém — ela disse se levantando do sofá que estava. Logo depois me vejo sozinha com Rosé. Vou até ela e me sento no braço do sofá que ela estava.

— Tudo bem? — perguntei tocando seu ombro

— Que semana agitada, não é?

— Deixa eu reformular. Descobri que meu melhor amigo era apaixonado por mim, e você descobre que seu primo tentou te matar e te deixou cega. É, foi mesmo uma semana e tanto — tentei levar na esportiva, ela sorriu apenas por educação. Não havia graça naquela situação. — A pessoa que o Woobin se tornou não foi sua culpa. Ele nasceu assim, essa doença desabrochou nele de alguma outra forma.

— Mas quem sabe se eu o tivesse tratado melhor, não fosse tão violento — ela sussurrou. — Sempre achei mesmo que minha cegueira era um castigo pela pessoa horrível que era, agora tenho certeza disso.

— Acho que deveria parar de querer ser a culpada de tudo — já havia reparado nesse pequeno defeito nela. — Quer ficar na minha casa hoje?

— Sua casa? — ela perguntou aos sussurros.

— É, talvez te faça melhor — sentia que ela precisava sair dali um pouco. Rosé sorriu segurando minha mão, e se levantou sozinha pegando sua bengala.

— Aviso ao meu pai depois — disse.

Aquela noite Rosé passou na minha casa, e se dependesse de mim teria ficado comigo a noite toda. Mas meu pai antiquado que só ele, nos fez dormir em quartos separados. Eu havia contado do incidente na casa dela. Expliquei a situação sobre Woobin, e ele pareceu entender. Tivemos sorte de ser uma sexta-feira, assim sendo Rosé não teria problema de ir para escola pela manhã. Quando acordei aquele dia o sol iluminava toda minha cama, a janela estava aberta até o fim. Foi uma linda manhã, até mesmo para Seul, o que eu estranhei. Fiz minha higiene rapidamente e desci as escadas encontrando uma cena incomum. Minha irmãzinha estava sentada no colo de Rosé, ela ria muito segurando seus óculos escuros. Ela tinha os olhos abertos e a encarava como se realmente estivesse enxergando ela. Rosé sempre odiava quando eu tirava seus óculos, mas ela não parecia incomodada com o fato de Ella ter feito isso.

Eu vi o amor em seus olhos | ChaennieOnde histórias criam vida. Descubra agora