|14| Uma voz sem rosto

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— Como eu sou? — repeti novamente a pergunta a encarando. — Por que isso de repente? — ela nunca havia me questionado sobre isso antes.

— Eu quero saber como você é — disse simplesmente. Mas aquilo não respondeu à minha pergunta.

— Me diga você. Como me imagina? — pedi delicadamente. Sim, parecia divertido. Rosé sorriu gentilmente retirando seus óculos abrindo os olhos quase como se estivesse tentando me ver.

— Pele clara, com bochechas rosadas — começou a dizer. — Cabelos loiros longos.

— Rosie, você descreveu a Barbie — comentei fazendo uma careta. Essa era a visão que ela tinha de mim fisicamente?

— Sim — falou sorrindo. — Uma Barbie, uma boneca.

— Não acredito — soltei uma risada. — Está tão enganada.

— Você não está loira?

— Não — comentei ainda rindo. Por que será que ela achou isso? — Pensou que eu era loira por que sou meio lenta às vezes?

— Não faço esses estereótipos ridículos — aquilo pareceu ofendê-la. — Apenas imaginei que fosse. Me diga como é então.

— Eu tenho cabelos castanhos escuros, e nunca pinto, é bem difícil. Agora estão cortados à altura dos ombros, mas costumam ser grandes. Mino diz que tenho bochechas mordíveis. E deve ser, porque Jongin adorava aperta-las. Falam que meus olhos lembram os de um gato, puxei isso da família do meu pai. Sou um pouco menor do que você. Pouca coisa, mas notável — terminei de falar quando já não sabia mais o que dizer. Rosé me fitava com as sobrancelhas unidas. Parecia irritada. — O que foi? — acho que destruir a imagem de Barbie que ela havia criado.

— Não consigo projetá-la — sussurrou. — Isso é um pouco frustrante. Você é uma voz sem rosto— não entendi sua frase, mas ela não disse mais nada. Voltou a tocar suavemente o piano. — Sábado depois do encontro, provavelmente irão te convidar para jantar na minha casa — mudou o assunto.

— Quem vai convidar? — perguntei ouvindo tocar.

— Alice, ou mamãe — mamãe, que fofa. — Meus pais querem te conhecer e agradecê-la por ter me salvado. Ainda não tiveram tempo, aquele dia no hospital quase não te viram direito.

— Não me importo em jantar na sua casa — falei a verdade. — Mas claro, se não te incomodar.

— Não me incomodo — ela parecia sincera com isso, o que me deixava feliz. — Que tipo de problema você teve com o Jongin e o Mino? — não queria falar disso, mas pelo visto ela queria saber.

— Jongin o de sempre — suspirei frustrada lembrando do pedido escroto que ele me fez. — Já o Mino fez uma brincadeira que não gostei.

— Que tipo de brincadeira?

Eu vi o amor em seus olhos | ChaennieOnde histórias criam vida. Descubra agora