A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família.
Leon Tolstói.
A madrugada estava fria e Pete se encolheu no canto da cama, passando uma de suas mãos pela extensão da mesma à procura de Vegas. Ele não estava. Novamente a maldita insônia, deduziu. Era assim desde o ocorrido e sempre que o mais velho perdia o sono, fazia toneladas de café, se dirigia até seu escritório e se afundava em trabalho.
Pete se sentia triste e de certa forma desapontado consigo mesmo por não conseguir ajudar seu esposo. Não era só Vegas que tinha passado por aquele momento ruim, mas foi ele que resolveu assumir toda uma responsabilidade que não cabia a si, na verdade, não cabia a ninguém.
— Faz muito tempo que você está aí?
Vegas ergueu a cabeça dos papéis em suas mãos ao ouvir a voz melosa acariciar seus sentidos e encarou Pete escorado no batente da porta com os braços cruzados, exibindo um rosto sonolento e cabelos bagunçados e logo um sorriso atravessou seu rosto. Ele com certeza era o homem mais sortudo de todo universo, pensou.
— Não.— respondeu em um tom contido, no entanto, no fundo, ele tinha a certeza que Pete não acreditaria e bem... não estaria errado por isso.
Vegas tinha a mania absurda de trancar seus monstros no porão da sua mente na tentativa inútil de não preocupar seu companheiro, mas no fim, Pete se tornava tão preocupado quanto. Era em vão e ele sabia, mas era sua forma de autodefesa. Em sua mente, Pete não merecia ser atormentado com seus medos, dúvidas ou quaisquer que fossem os outros monstros que vez ou outra o incomodavam.
Pete caminhou lentamente em sua direção, que em um reflexo jogou os papéis sobre a mesa e afastou a cadeira para receber o mais velho em seu colo. Ele gostava de ver a manha de Pete, seu biquinho fofo, seu olhar pidão, seus resmungos dengosos. Eles estavam juntos a mais de cinco anos e Pete conseguia ser ainda mais fofo a cada dia.
Ali, sentado em seu colo, o encarando enquanto enrolava uma mecha de seu cabelo no indicador, Pete sorriu contido. Ele desejava que Vegas se abrisse mais com ele, mas ele sabia que esse era o jeito do mais novo e nunca iria o forçar a nada, tudo o que ele queria e faria, era lhe dar todo o amor e carinho que esse merecia.
— 'Tava muito frio na cama, você sabe que eu detesto dormir sozinho. — confessou fazendo bico e arrancando um sorriso anasalado de Vegas.
— Desculpa, amor... eu só... perdi o sono e não queria te acordar. — explicou acariciando seu rosto.
— Mas eu acordei do mesmo jeito, porque senti sua falta. — Pete rebateu encarando os lábios do mais novo, aproximando o rosto instintivamente e lhe dando um beijinho de esquimó.
— Por que você está tão carente? Hum?
Vegas perguntou enquanto buscava a mão que enrolava seus fios e distribuía beijos doces por seu dorso e palma, finalizando com um olhar curioso pro mais velho.
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Infinitamente Nós↬Oneshot's VegasPete
Fiksi PenggemarEm todo universo ou em qualquer universo, em um ou milhões de anos, pelo amanhecer ou anoitecer, aqueles que nasceram predestinados nunca deixam de contar suas histórias. Seja algo mágico ou não, de um passado recente ou de uma vida passada, todos t...