Doce paixão

1

Eu corria pelas ruas de Roma com a minha bolsa no meu ombro e com meus sapatos em minha mãos. Os italianos com toda certeza devem estar achando que eu sou uma completa louca.

Eu estava extremamente atrasada e o meu chefe sem alma e coração, totalmente gostoso, iria esfolar o meu coro.

Quando passei pela entrada da empresa Sprouse's os seguranças deram risadinhas da minha cara e Charles, meu melhor amigo, gritou que eu estava ferrada.

Camila me olhou com os olhos arregalados quando eu cheguei no último andar do prédio, ela apontou para a porta do chefe e fez um sinal de que eu estaria morta.

__ Ele... Está me esperando?__ falei com a respiração cortante, corri umas três quadras e agora estava morta.

__ Sim, está mais bravo do que o comum. Tenho pena de você.

__ Que Deus me ajude!

Caminhei até a porta do chefezinho gostoso e coloquei meus saltos rápidamente. Olhei para cima vendo a câmera que ficava em sua porta e tendo acesso de todo mundo que estaria ali.

Oh merda. Maldita câmera!

Bati na porta e ouvi um entra. Quando entrei, vi o senhor sem coração olhando para os papéis que estavam em sua mesa.

__ Bom dia senhor.

__ Isso são horas, senhorita Reinhart?!__ sua voz saiu mais grossa do que o normal.

__ Me desculpe senhor, eu tive alguns imprevistos e...

__ Eu não quero desculpas, senhorita! Você é uma das minhas funcionárias mais incompetentes, sabia disso!?__ eu sou uma pessoa extremamente sensível, qualquer coisa me fazia chorar, mas eu aprendi a não chorar na frente de homem nenhum. Mesmo que ele me ofenda com as palavras mais feias desse mundo.

__ Eu sinto muito, Senhor Sprouse. Irei tentar melhor.

__ Você não irá tentar nada, irá melhorar. Caso contrário, você está na rua. Posso achar pessoas mais competentes que você.__ eu só concordei com a cabeça.__ agora saia! E vê se organiza a minha agenda.

Quando eu saí de sua sala, eu não consegui segurar algumas lágrimas solitárias que caiam de meus olhos. Era um desses motivos pelo qual eu odeio homens, eles só sabem gritar e fazerem a gente se sentir uma merda.

__ Ele gritou com você de novo, não foi?__ Cami perguntou enquanto eu ia para o seu lado na recepção.

__ Sim.

__ Eu não sei como você ainda consegue estar aqui, ele só faz isso com você. Eu mesmo não deixo ninguém gritar comigo, mesmo que seja a porra do meu chefe.

__ Eu preciso do dinheiro Cami, você sabe pra que.__ senti as lágrimas brotarem me meus olhos novamente e Cami me abraçou.

__ Oh minha linda, você não precisa trabalhar aqui. Você pode arrumar um outro emprego.

__ Tipo o que?__ ela olhou para mim pensativa.

__ Com o corpo que você tem, eu iria ser uma modelo... Ou então, iria atrás de alguns homens ricos e iria extorquir eles até às bolas. É uma ótima opção para mim.

Dei risada. Camila é a minha melhor amiga e a única pessoa que realmente me ajuda com tudo. Morávamos juntas até alguns meses, mas eu decidi sair de sua casa já que eu achava que estava a incomodando.

Deixei meu pensamentos negativos saírem da minha cabeça e comecei a trabalhar. Trabalhar aqui nessa empresa é extremamente cansativo, ainda mais que eu tenho que ficar sorrindo para cada pessoa que entra aqui.

No final do dia, eu estava faminta e com saudade do meu cachorro Milo. Ele era a minha única alegria ultimamente.

Quando já estava no horário para eu ir embora, fiquei um tempo esperando o elevador chegar. Quando chegou, eu dei um passo para entrar, mas a porta abriu e eu fui derrubada por alguma coisa que saiu correndo.

Eu gemi de dor quando as minhas costas entrou em contato com o chão duro e gelado. Uma garotinha de cabelos negros e olhos azuis olhou para mim horrorizada e com as mãos pequenas em sua boca.

__ Moça! Me desculpe! Eu não vi a senhola...

__ Aí... Tudo bem.__ me sentei no chão para me levantar.

__ Me desculpe mesmo, eu só estava aplessada pra ver o meu papai e acabei não vendo você.

Ela segurou minha mão e me puxou para cima. Ela era muito fofinha, linda.

__ Tudo bem.__ sorri quando ela pegou minha bolsa do chão. Os pais dessa criança devem a educa-la bem.

__ Qual o seu nome?__ ela perguntou.

__ Lili, e o seu?

__ Meu nome é Luisa. Nossos nomes começam com a mesma letla!

__ É verdade.__ sorri.__ quem é o seu papai? Eu posso te levar até ele.

__ Meu papai... Papai!__ vi a garotinha correr e levei meu olhar até o homem que a esperava de braços abertos e com um sorriso que eu jamais tinha visto antes.

Cole Sprouse, meu chefe, pai da menininha educada e linda. Vou até ir embora.

__ Esse é o meu papai, Lili!__ ela gritou no colo do homem alto e lindo...__ tchau!__ ela acenou para mim e eu fiz o mesmo gesto sorrindo.

Cole a levou para sua sala e eu tive que ficar esperando mais alguns minutos o elevador que agora já tinha descido.

Quando cheguei no andar debaixo, vi uma mulher alta e loira sentada mexendo no celular, talvez seja a babá da menina.

__ Tchau meninas!__ falei para as funcionárias da faxina que estavam indo embora.

Quando cheguei na área da segurança, vi Charles e resolvi ficar esperando ele terminar o seu turno, assim ele poderia me dar uma carona.

__ Vai demorar muito?__ ele olhou seu relógio de pulso.

__ Daqui 35 minutos.__ bufei.

__ Você é muito apressada, Lilith.__ sorri.