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Abri os meus olhos devagar sentindo uma dor enorme no meu pescoço. Resmunguei pela claridade em meu rosto e voltei a fechar os olhos, devo ter esquecido a janela aberta novamente.

__ Acorda!__ ouvi um grito de uma mulher e rolei para o lado caindo no chão. Ouvi uma gargalhada alta e vi o rosto da Reinhart.

__ Mais que merda... O que está fazendo na minha casa, Reinhart?__ esfreguei meus olhos soltando um bocejo.

__ Você está na MINHA casa. Já esqueceu de como chegou aqui ontem?__ franzi a testa a olhando, mas rapidamente algumas lembranças passaram em minha mente. Mas especificamente de nós dois abraçados no banheiro dela e pelados.__ acho melhor você se ajeitar, jaja a Luisa acordar e podemos dizer que você só veio hoje buscá-la.

__ Ela dormiu bastante, né?__ falei me levantando e sentando no sofá.

__ Você também. Já são 10 da manhã.

__ Acho melhor eu acorda-la para irmos embora, já te incomodei bastante.__ ela me deu as costas caminhando para a cozinha que era bem em frente a sala.__ eu posso usar o seu banheiro?

__ Claro.

Caminhei até o banheiro dela e fechei a porta. Usei o banheiro e escovei os meus dentes com o dedo, era o que tinha para eu usar... Usei também o seu enxaguante bocal e depois saí do banheiro vendo a pequena de cabelos pretos abraçando a Lili.

Ela não abraçava assim nem a mim.

Vi Lili dar um prato com um pedaço de bolo para ela e as duas se sentaram na mesa começando a comer. Eu gostava do que eu sentia quando via a Lili e a Luisa juntas, mas tinha medo dessa aproximação magoar a minha filha mais na frente.

Lili é somente a minha funcionária, e por mais que eu adore transar com ela não imagino que nós dois temos tanto futuro juntos.

__ Quer bolo?__ Lili perguntou.

__ Bom dia papai.__ sorri caminhando até a minha pequena anjinha dando um beijo em sua cabeça.

__ Não quero, obrigado. Vou esperar você terminar e iremos para casa.

Luisa fez um biquinho, mas concordou. Elas duas ficaram conversando de coisas que eu não prestei tanto atenção, mas elas pareciam se conhecer a décadas. Lili ouvia cada palavra que saia da boca de Luisa com atenção, nem eu tinha toda essa paciência com a minha filha.

Quando Luisa terminou, levantou deixando o seu prato em cima da pia e correu até Lili abraçando suas pernas. Lili a abraçou de volta, como um urso abraça a sua presa.

__ Eu gostei muito de ontem.__ Luisa falou.

__ Eu também pequena, se o seu papai deixar...__ Lili me olhou com as suas esmeraldas verdes.__ podemos sair mais vezes. Posso te apresentar às minhas amigas.

__ Ele vai deissar, ele não resiste ao meu sorriso.

Lili sorriu beijando a sua bochecha e acompanhou nós dois até a porta. Minha filha se despediu do pulguento da Reinhart, eu até vi o pulguento soltar um choramingo.

Coloquei Luisa na cadeirinha e fechei a porta do carro, me virei vendo Lili bem próxima de mim e dei mais dois passos ficando mais próximo dela.

__ Obrigado, Reinhart. Pelo o que você fez pela minha filha e por mim.

Vi suas bochechas gordinhas se tornarem vermelhas e seus lábios ficarem mais vermelhos que o normal. Ela sorriu sem mostrar os seus dentes, somente com os seus lindos lábios que eu adoraria beijar nesse exato momento.

Entrei no carro e comecei a dirigir e conversar com a Luisa sobre como foi o dia dela com a Lili ontem. Ela me disse que a Lili lhe ensinou a como fazer um bolo, mas já esqueceu tudo. Ela contava tudo com muita alegria, disse que a Lili era a sua primeira amiga verdadeira.

Passei o dia inteiro com a minha filha, quando chegamos em casa eu dei um banho nela e deixei ela escolher a sua roupa para almoçarmos juntos no shopping. Depois a levei nos brinquedos do shopping e fomos para casa com ela dormindo no carro.

No dia seguinte eu acordei cedo para uma reunião que eu teria com um cliente novo de outro estado, seu nome era Drew.

Como Lili agora era a minha secretaria, ela participava dessas reuniões comigo. Ela até ficou muito inteligente neste cargo... Mas eu jamais falaria isso para ela.

__ Bom dia, Reinhart.__ falei entrando no elevador e avisando a loira que estava mais bonita que o normal hoje.

Ela vestia uma calça jeans escura com o final da calça aberto. Eu nunca tinha visto ela com esse tipo de calça e nem fazia a mínima ideia de como se chamava, mas ela estava muito bonita. Sua regata preta realçava os seus seios e seu blazer branco a deixava elegante.

__ Bom dia, Senhor Sprouse.

Contive o sorriso. Ela só me chamava de Cole quando estávamos fora da empresa, mas talvez eu gostasse dela me chamando de Sprouse.

__ Hoje teremos uma reunião com um novo sócio. Ele é de Matera.

__ Certo. Qual o horário?

__ Às 11:00. Não se atrase!

O elevador abriu e eu deixei que ela passasse em minha frente, mas só para avaliar a sua bunda deliciosa naquela calça jeans.

Caminhei para a minha sala e vi ela ir até o seu posto. Não sei bem o porque, mas enquanto eu trabalhava só conseguia pensar nela, e quando eu pensava nela o meu coração acelerava.

Ficava olhando de dois à dois segundos o meu relógio para ver se dava 11 horas e que desse para eu vê-la.

Resolvi olhar pelas câmeras do prédio onde ela estava, vi que ela estava no último andar conversando com um dos meus seguranças. Charles.

Eu sabia que os dois eram bem amiguinhos, mas porque ela estava com a mão em seu ombro. Porque ele estava entregando um lanche para ela?...

Meu Deus! Eu só posso estar louco.

Voltei a me concentrar no meu trabalho e despertei quando Lili começou a me ligar da recepção me avisando que o tal Drew estava subindo o elevador.

Saí da minha sala indo em sua direção para esperar o homem. Ela estava bebendo um café e me estendeu o copo perguntando se eu queria. Neguei com a cabeça olhando para os lados um pouco nervoso, mas voltei a atenção para ela quando a ouvi falar.

__ Puta que pariu...

Lili estava branca igual ao um papel, ouvi um barulho alto de vidro e olhei para trás vendo Camila com os olhos arregalados e um copo quebrado no chão.

__ Não...

Eu não estava entendo o que ela estava dizendo, já que ela estava dizendo baixo e em português. Mas eu sabia que não era coisa boa.

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