Doce paixão

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O Brasil era realmente um país lindo. Tão lindo quando a minha Lili.

Eu estava a algumas ruas da sua nova casa, estava tentando criar coragem para ir até lá e dizer o quanto eu sou um idiota por não ter acreditado nela e o quanto eu a amo. Que eu e minha filha somos loucos por ela e que queremos ela ao nosso lado, junto com o bebê que ela carrega no seu ventre.

Eu fiquei dois meses na Itália cuidando de perto do caso do Drew, só vim para cá quando eu garanti que ele não seria solto, inclusive agora ele está preso sem direito a habeas- corpus. Agora Lili estaria segura.

__ Então eu vou ter um irmãozinho?__ Luiza pulou de alegria.

__ Calma, calma. Ainda não sabemos se vai ser um menino, talvez seja uma menina.

__ Eu vou poder blincar com o bebê, né?

__ Bom, enquanto ele for muito frágil não. Mas depois você vai poder brincar com ele o quanto quiser.__ ela sorriu e me abraçou.

__ Papai.__ ela afastou seus braços do meu pescoço e me olhou com a cara duvidosa.__ de onde vem os bebês?

Oh, meu Deus.

{...}

__ Eu acho que ela vai me bater.__ falei para Camila pela ligação.

__ A Lili não costuma ser irracional, mas eu te bateria muito. Você foi um babaca, concertou, mas ela ainda não sabe disso e não atende às minhas ligações.

__ É como se ela não quisesse falar conosco.

__ Ela não quer. Mas hoje ela me mandou uma mensagem falando o sexo do bebê, ela descobriu hoje. Aproveita que ela está feliz e vai lá.

Meu coração ficou quente e paralisado. Ela sabia, ela deveria estar tão feliz. Um sorriso surgiu em meu rosto, mas quando lembrei que deixei ela passar por isso sozinha se desmanchou na hora.

Quando eu ia perguntar, ela falou:

__ Eu não irei te contar, vá lá e descubra!

Ela desligou na minha cara e eu suspirei. Eu teria que enfrentar ela uma hora ou outra mesmo, mas o frio na minha barriga me deixava ansioso e nervoso, ela falaria o que?

Se bem que quem tem que falar alguma coisa sou eu...

__ Luisa, vá se trocar que vamos sair.__ falei e ela concordou balançando a cabeça.

Fui até o quarto que estava às minhas coisas e fui tomar um banho. Passei o perfume que ela me disse que gostava em mim no dia em que dormiu ao meu lado na minha casa, nessa noite conversamos tanto, nos amamos tanto.

Lili era tudo para mim, mas só vim perceber quando eu a perdi.

__ Onde nós vamos, papai?__ Luisa perguntou colocando a coleira em Milo.

__ Até a Lili.

Ela me olhou com a testa franzida e como se eu fosse um louco. Eu não tinha contado a ela que estávamos no país da Lili e que ela era a mulher que carregava a sua irmã ou irmão. Mas agora ela iria saber.

__ Ela mola aqui?

__ Sim, aqui pertinho.__ me ajoelhei terminando de por a coleira em Milo.__ está com saudades da Lili, Milo?

Quando o cachorro ouviu o nome da sua antiga dona o seu rabo se abanou e ele latiu alto procurando por ela. Nos primeiros dias ele sentiu muita a falta dela, até se acostumar.

Mas como eu e a Luisa, ele a amava também.

Antes de ir até a casa de Lili que eu sabia exatamente onde ficava, pratiquei um pouco do horrível português que eu tinha e almocei com a Luisa em um restaurante. Quando estava dirigindo até a casa da loira, meu coração gelou um pouco, eu não sabia como seria a sua reação e se ela simplesmente não estivesse em casa?

Assim que parei na frente da casa amarela, vi uma mulher com uma criança saindo da casa. Parecia muito a Lili, mas não era ela. Ela não era tão alta assim e seus cabelos eram curtos, dessa mulher eram grandes.

Quando desci do carro, ela paralisou me olhando com a testa franzida. Luisa acenou para ela que copiou o gesto da minha filha sorrindo.

__ Oi, eu sou...

__ Eu sei quem você é.__ fiquei um pouco surpreso quando ela respondeu em italiano.__ sou Chloe. Você deve ser a Luisa, certo?__ ela disse sorrindo para a minha filha que se agarrava a minha mão.

__ Sim. Como você sabe?

__ A Lili fala muito sobre você. Ela sente muito a sua falta, sabia? Acho que vai ficar feliz em te ver.

__ Jula!? Que legal!__ minha filha deu alguns pulinhos.__ quem é essa? É sua filha?

__ Sim, essa é a Addy. Ela não vai entender o que você fala, já que fala uma língua diferente da sua.__ as duas riram.__ fala oi para a Luisa, Addy.

Ouvi a pequena loira que também parecia a Lili falar um "oi" para a minha filha que deu um aceno para ela com a mão.

__ Você está falando com quem, Chloe...__ Lili abriu a porta e quando me encarou sua voz diminuiu de tom.

Meu coração acelerou de uma forma que eu achei que fosse pular para fora. Porra, ela estava belíssima, como sempre esteve. Ela vestia uma legging e uma blusa que mostrava a sua barriguinha saliente. Lá dentro estava o nosso bebê...

__ Lil!

Minha filha correu até Lili que se abaixou a abraçando forte e dando beijos em sua bochecha. Quase vi Lili chorar, talvez esteja emotiva pela gravidez.

Chloe me olhou de uma forma ameaçadora e chegou mais perto de mim enquanto às duas estavam distraídas se abraçando.

__ Se você magoar a minha irmã novamente, eu arranco o seu pênis e você não vai engravidar nunca mais ninguém.__ engoli em seco, recado dado.

Concordei com cabeça e ela sorriu.

__ Mas ela gosta de você e creio que você goste dela, se não, não estaria aqui. Estou certa?

__ Certíssima.

__ Tchau Lili, vou buscar a Tess.

Lili concordou e mandou um beijo para a sua sobrinha que deu tchau para a minha filha. Lili me olhou sem reação alguma, isso me deixou mais nervoso ainda.

Eu abri a porta do carro fazendo Milo pular para fora e correr até Lili pulando em suas pernas e se esfregando igual ao um pulguento nela. Eu sorri, como uma mulher podia fazer todo mundo gostar dela assim.

__ A gente pode conversar?__ perguntei me aproximando.

__ Agora não. Quero ficar um pouco com a Luisa primeiro.__ concordei com a cabeça e ela caminhou com os dois para dentro da sua casa, achei que ela fosse me deixar do lado de fora, mas depois ela me chamou com a mão mandando eu entrar.