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Quando ela se tirou do meu quarto, eu soltei um suspiro. Lili Reinhart mexia comigo de um jeito estranho, antes eu só a olhava como mais uma funcionária qualquer, na verdade ela nem é uma das melhores.

Mas ela é bonita, isso eu não posso negar.
Talvez seja por isso que ela mexa tanto comigo.

O fato de eu ainda gostar da Ashleigh muda tudo, o que tivemos foi tão especial que eu nunca consegui esquecê-la, nem mesmo com a mãe da Luisa.

Na verdade ela só foi um caso. Infelizmente ela morreu no parto. Sarah era é uma mulher muito bonita, minha filha tem alguns traços dela como os seus cabelos negros.

Tivemos um caso assim que a Ashleigh terminou comigo para ficar com o Rick. Mesmo fazendo isso comigo, eu não consigo tirar ela da minha cabeça.

Não é como se eu fosse ir atrás dela e implorar para que ela fique comigo, mas nenhuma mulher conseguiu entrar em seu lugar e eu acho que isso nunca vai acontecer.

Namoramos por cinco anos, eu tinha 22 anos quando nos conhecemos e quando terminamos eu tinha 27. Hoje tenho 30.

Enquanto eu jantava sozinho em meu quarto, recebi uma ligação de Ari. Já até sabia o que ela queria.

__ Por que você não me disse que essa loira estava com você aí?!

__ Ela é minha funcionária, Ari.__ revirei os olhos.

__ Idai, eu também sou sua funcionária e você fica comigo quase todas as noites!

__ Eu não estou afim de discutir, ainda mais por isso. Eu já lhe disse milhões de vezes que o que a gente tem é só sexo, somente isso. Você concordou!

__ Você sabe que isso passou de sexo, Cole.__ ela falou com uma voz triste.

__ Fale isso por você.

Desliguei a ligação e voltei a comer o meu jantar. Fiquei me perguntando se Lili já teria jantado...

Liguei para a recepção perguntando e eles me disserem que além de já ter jantado, ela estava bebendo várias garrafas de vinho.

Essa Reinhart...

Saí do meu quarto e bati na sua porta, ela estava ouvindo uma música baixa, mas dava para ouvir do lado de fora. Eu não entendia a letra, não fazia a mínima ideia do que ela estava ouvindo.

__ O que foi? Outra reunião?__ ela disse quando me viu.

__ O que você está ouvindo? Consigo escutar lá do meu quarto.

__ Cazuza, já ouviu falar?__ franzi a testa.

__ Que? Cazu...

__ Cazuza! É um saco ser brasileira e ninguém entender o que você está ouvindo, ainda mais as músicas desse homem. Entra aí, você vai ouvir agora.

Ela puxou meu braço para dentro do quarto e fechou a porta. Enquanto a música passava, ela cantava e dançava para os lados.

__ Exagerado! Jogado aos seus pés eu sou mesmo exagerado!__ ela me entregou uma taça cheia de vinho e começou a se balançar para lá e para cá enquanto cantava e bebia.__ amor da minha vida! Daqui até a eternidade...

Algumas coisas até dava para entender, o português é um pouco semelhante ao italiano, mas ainda assim é um pouco estranho.

Quando a música terminou, ela mexeu no controle da Tv e colocou uma outra música. O começo parecia um pandeiro, não sei...

__ Agora é o seu Jorge... Ela é amiga da minha mulher, pois é pois!

Lili estava bêbada, certeza.

__ Anda, dança!__ ela segurou meus braços e me puxou começando a dançar de um jeito engraçado. Eu sorri e bebi todo o vinho que estava em minha taça.

Eu não entendia porra nenhuma que estavam falando na música, mas o toque era muito bom. Brasileiros devem ter bom gosto para músicas.

Depois de algumas taças e Lili dançando, eu estava tão agitado quanto ela. Eu me sentia leve, ela transmitia esse sentimento para mim. Leveza.

Ela acendeu um cigarro e sugou, soltou a fumaça para cima e sorriu para mim trazendo o cigarro até os meus lábios.

__ Amanhã eu vou estar morrendo de vergonha por estar dançando com o meu chefe.__ ela riu alto jogando a cabeça para trás.

Eu sorri com o cigarro entre meus lábios. Ela estava tão linda desse jeito, estava tão alegre.

__ Agora eu vou por um sertanejo e vou te ensinar a dançar.__ outra música começou a tocar e ela caminhou até mim.

Pegou minha mão colocando em sua cintura e a outra mão grudou com a sua. Ela começou a se mexer e ficava mandando eu me soltar.

__ Parece uma valsa agitada.__ disse rindo e ela gargalhou olhando para mim. Seus olhos verdes brilhavam... Ela estava mais linda do que o normal.__ você está bonita, Lili.

__ É a segunda vez que você fala isso na mesma semana, você está bem?__ riu e se afastou de mim se jogando na cama.

Me joguei ao seu lado e entreguei o cigarro para ela. Ela ficou olhando para o teto e eu virei o rosto olhando para a sua face.

__ Eu sinto falta de casa...

__ Não seja boba, Reinhart. Iremos voltar logo.

__ Não estou falando dessa casa. Estou falando do lugar onde eu realmente fui feliz.

__ Aonde?__ franzi a testa e ela se deitou de lado ficando cara a cara comigo.

__ Na casa dos meus pais. Se eu tivesse sido menos burra, estaria perto da minha família agora. Eu fui muito ingênua.__ ela riu e vi uma lágrima cair do canto dos seus olhos.

Estendi a minha mão limpando a pequena lágrima solitária que caiu pelo seu rosto e ela fechou os olhos. Quando voltei a minha mão ela ainda continuou com os olhos fechados.

__ Reinhart?__ sussurrei e ela não respondeu.

Ouvi um ronco baixo saindo dos seus lábios e eu sorri me levantando. Desliguei a música sentindo a minha cabeça girar e meu corpo tombar para os lados um pouco. Peguei o cobertor que estava na ponta da sua cama e joguei em cima do seu corpo.

Milo que estava dormindo no chão, pulou na cama se deitando ao lado de Lili.

__ Boa noite, pulguento.__ falei passando a mão na cabeça do cão.

Voltei para o meu quarto ainda meio grogue, me joguei na cama e dormi rápidamente. Eu me sentia bem...

Muito bem na verdade. Talvez seja pela bebida que ingeri, não foi pouco.

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