Doce paixão

17

Acordei um pouco mais tarde que o normal hoje, já iria me levantar correndo achando que estava atrasado para o trabalho, mas aí me lembrei que era sábado.

Caminhei até o meu banheiro e tomei um banho longo e demorado. Depois de me trocar eu caminhei até o quarto de Luisa vendo a minha pequena dormindo, sorri caminhando até ela para acorda-la. Iria levá-la para tomar café fora de casa.

Quando ela abriu os seus olhinhos lindos e azuis, ela me olhou e se virou de costas para mim. Ainda estava brava.

__ Eu vou te levar para tomar café naquela padaria que você adora!__ falei fazendo carinho em seu braço.

__ Não.

__ E porque não, Lu?

__ Você sabe o puquê, eu quero sair com a Lil.__ soltei um grunido.

__ Por que você só fala dela, Luisa?

__ Eu gosto dela. Gosto muito.__ ela se virou ficando frente a frente comigo. Estava com os olhinhos cheios de lágrimas.__ eu queria que ela fosse a minha mamãe.

Eu arregalei os olhos sem reação. Luisa nunca havia falado nada sobre mulher nenhuma, nem mesmo sobre a Ari que é a sua babá dês dos seus 10 meses. Inclusive ela não gosta muito dela.

Mas porque a Lili? O que diabos essa mulher tem de especial de além de me deixar doido, deixa a minha filha também.

Ver a minha filha assim, me fez ficar o número de Lili e ligar para ela. Eu conhecia muita bem a Luisa, se eu não fizesse isso ela ficaria brava comigo por dias. Até eu deixar ela sair com a Lili. O que ela não sabe é que eu estarei junto, até parece que eu vou deixar a minha filha com uma mulher que eu não conheço tão bem assim.

A primeira vez ela não atendeu, mas na segunda sim.

__ Achei que hoje fosse sábado...__ sua voz saiu abafada.

__ Preciso de um favor.__ falei baixo saindo do quarto da Luisa.

__ Sábado, Cole. Sábado!

__ Eu sei, eu sei! Mas a Luisa está super brava comigo dizendo que quer ficar um pouco com você e com o pulguento. Ela não quer nem falar comigo, Reinhart.

__ Você quer que eu fique com ela, certo?

__ Eu posso te pagar.

__ Você não precisa me oferecer dinheiro pra ficar com a sua filha, eu não sou uma prostituta... Eu não estou em casa agora, mas daqui a pouco irão me levar.

__ Quem?__ a pergunta saiu tão espontânea, que eu só percebi quando saiu.

__ Tchau, Cole.

Fiquei olhando o seu contato e sua foto de perfil. Tão linda... Quando a tela do celular se apagou, eu franzi a testa vendo que eu estava sorrindo pelo meu reflexo. Balancei a cabeça tentando esquecer esses pensamentos inúteis.

__ Eu vou ficar com a Lil hoje?__ Luisa perguntou sorrindo na porta do seu quarto.

__ Sim.

__ Isso!__ ela pulou de animação.__ agola podemos ir pala a padalia.

Ela correu de volta para o seu quarto comemorando e eu dei risada. Ver esse pingo de gente feliz é o que me torna um homem feliz. Luisa se tornou minha única família, minha única esperança, meu tudo! Somente ela, ninguém mais.

{...}

Enquanto eu dirigia para o endereço onde Lili me passou, Luisa tagarela-va no banco de trás o quanto estava animada e o quanto que estava com saudades da sua única amiga Lili.

Talvez Lili teria que me explicar o que ela fez para que a minha filha gostasse tanto assim dela. Luisa não gosta nem da minha mãe.

Ela é uma garota difícil, e minha mãe é chata.

Quando virei na rua da casa de Lili, avistei ela de longe. Mas não estava sozinha, muito pelo contrário, estava com um homem ruivo. Beijando em seus lábios.

BEIJANDO!

Eu não sei explicar o que eu estava sentindo nesse exato momento, mas não era nada agradável. Ela não ficava somente comigo, mas o que diabos eu estava esperando? Eu também não fico somente com ela.

Antes de eu estacionar o carro na frente da sua casa, o ruivo saiu de carro. Idiota!

__ Olha papai! É a Lil!

__ É Lu, eu já vi.

Minha filha retirou os cintos quando encostei o carro na frente da casa simples de Lili e perguntou se poderia sair do carro. Quando eu permiti ela pulou do carro com tudo e Lili à pegou no colo abraçando ela forte. Minha raiva da loira sumiu, e o amor que minha filha estava sentindo por ela talvez tenha feito um pouco de sentido.

Lili veio até o vidro do carro e colocou a cabeça para falar comigo.

__ Que horas você vem buscá-la?

__ Eu estava pensando em ficar com ela, na verdade.__ disse sério.

__ Fala sério, Cole. Eu não vou sequestrar a sua filha. Você sabe onde eu moro, sabe o meu número, e eu ainda sou sua funcionária. Eu estava pensando em passar o dia somente com ela.

Enquanto ela falava os motivos para eu deixar a Luisa com ela, eu saí do carro indo até a pequena para me despedir.

__ Eu só quelo ficar com a Lil!__ a pequena falou para mim.

__ Sua traidora!__ falei brincando e nós três rimos.__ tudo bem, mas eu venho te buscar às 18:00. Está bem para você?__ olhei para Lili que concordou com a cabeça.

Abraçei forte em minha filha e falei para que iria sentir saudades. Ela sorriu e me deu um beijinho na bochecha.

__ Te amo papai. Vamos Lil!__ ela segurou a mão da loira a puxando.

__ Eu vou cuidar bem dela, não se preocupe!__ ela gritou um pouco distante.

Observei as duas entrarem na casa amarela rindo. Quando Lili abriu a porta, o pulguento pulou em cima dela e depois começou a cheiras os pés de Luisa.

Sorri e entrei em meu carro saindo dali.

Como Lili estava aproveitando não só comigo, mas com outras pessoas também. Eu iria fazer o mesmo. Liguei para Ari dizendo a ela que Luisa não estava em casa e perguntei se ela não queria ficar comigo hoje.