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Dia anterior:

Cole realmente sabia deixar uma mulher louca por ele, mas eu já sabia disso a um tempo... Pelo menos ele me deixava completamente louca por ele.

Depois que fechei a porta ouvindo o seu carro sair da porta da minha casa, eu sorri soltando o ar pela boca. Não deu nem 10 minutos e eu ouvi a campainha sendo tocada, eu franzi a testa imaginando que fosse o Cole, então corri abrindo a porta, mas meu sorriso morreu na hora.

Eu tentei fechar a porta, mas ele era mais forte do que eu e me empurrou fazendo a porta bater na minha testa e eu ir para trás. Ele entrou na minha casa e fechou a porta, eu ouvi a tranca se fechando e comecei a ficar desesperada.

__ Vai embora!__ gritei.

__ O que ele estava fazendo aqui, Pauline?

__ Eu já falei para você não me chamar de Pauline! Saí da porra da minha casa agora!

__ Não precisa se exaltar, Principessa. Eu estava com saudades de você...

Ele se aproximou de mim com rapidez segurando em minha cintura. Eu senti o hálito de cachaça dele e fiz cara de nojo, era como se eu estivesse revivendo tudo aquilo que eu vivi no passado.

__ Tira essas mãos nojentas de mim.__ tentei tirar suas mãos da minha cintura, mas ele tinha muita mais força do que eu me apertando mais e mais, ele estava me machucando do mesmo jeito que sempre me machucou.

__ Eu não quero ver ele mais perto de você. Você não imagina o quanto fiquei triste vindo até aqui te ver e vendo ele beijar a sua boca, tocar no que é meu!__ enquanto ele falava, apertava mais a minha cintura e tentava me beijar, mas eu virava o rosto tentando me soltar dele.

__ Eu não sou sua caralho!__ dei um tapa em seu rosto tão forte, ele tinha que ver que eu não era mais a mesma boba de sempre.

__ Minha Lili não era assim antes...__ ele fez um bico e sorriu.

__ É porque eu não sou mais sua, trate de me largar e ir embora agora, ou então você vai sair na porra de uma viatura.

__ Eu vou, Pauline. Mas eu volto... Eu voltei por você.

Ele me soltou e eu fiquei imóvel no mesmo lugar, ainda mais quando ele me deu um beijo na bochecha. Ele passou sua mão nojenta no meu rosto secando às lágrimas que caiam dos meus olhos.

Eu vi ele caminhar e abrir a porta, ele me olhou ainda, mas eu estava tão imóvel que só consegui me mexer quando ele saiu. Eu soltei um grito agoniante, estava preso em minha garganta dês do momento em que eu o vi.

O corte que ele havia feito na minha testa não havia provocado nada do que ele já havia provocado dentro de mim. Eu corri até a porta a trancando, peguei uma cadeira colocando no trinco da porta e depois fui até às janelas.

Depois de ter certeza que eu estaria segura, eu liguei para o meu pai. Eu contei tudo a ele, e depois dele fazer a minha cabeça para eu ir embora eu me decidi.

Eu vou voltar para o meu país.


Tempo atual:

Camila e Charles tentavam colocar na minha cabeça que eu deveria ficar, mas era difícil isso entrar na minha cabeça já que eu já tinha tomado a minha decisão.

__ Você vai abandonar tudo o que construiu aqui? Não faz sentido!__ Camila gritou e eu bati na porta do meu guarda roupa com força.

__ É por culpa dele! Para de falar merda de uma coisa que você jamais vai entender, porra!

Os dois ficaram em silêncio e eu comecei a chorar baixinho. Eu não tinha contado para ninguém sobre a visitinha que eu tive ontem, além do meu pai.

__ É por causa do Cole...?__ Charles perguntou com a voz cuidadosa.

__ Não... Drew.

__ O que aquele canalha fez?!__ Camila segurou em meus braços e me virou para olhar para ela.

__ Ele veio aqui...__ eu desabei em lágrimas novamente, Camila me puxou para um abraço como se entendesse tudo o que eu queria dizer.

Eu estava com medo, eu estava apavorada.

__ Ele fez alguma coisa com você?__ Charles perguntou e eu concordei com a cabeça.

__ Merda Lili, você deveria ter nos avisado, deveria ter denunciado ele!

__ Você sabe que isso não funciona para pessoas que tem dinheiro igual a ele, Charles.__ falei me separando do abraço de Camila.__ eu sou a porra de uma brasileira imigrando em um país que não é meu, você acha que se eu denunciasse de novo alguém acreditaria? Você esqueceu de como foi na primeira vez...

__ A Lili tem razão. Se você quiser voltar, eu te dou todo o meu apoio e dinheiro para pagar a passagem.

__ Eu ainda acho que você deveria pensar melhor. Você construiu uma vida aqui.__ Charles disse.

__ Eu já tomei a minha decisão. Nós não vamos deixar de ser amigos.__ sorri passando a mão em baixo dos meus olhos.__ vocês dois são a minha família da Itália, eu pretendo vir aqui ver vocês sempre que eu puder.

Os dois me deram um abraço forte. O nosso famoso abraço triplo.

__ Espero que vocês não se esqueçam de mim, porque eu jamais vou me esquecer de vocês.__ eu falei.

{...}

Antes de eu ir embora, eu queria me despedir de uma pessoinha que conseguiu derreter o meu coração. Luisa.

Eu sentiria muito a sua falta, mas não queria cortar os meus laços com ela, por mais que seja difícil.

Mas acho que sentiria mais falta ainda do seu pai... Ele fez parte da minha vida dês do momento em que eu entrei em sua empresa, independente se ele tenha me magoado algumas vezes com as suas palavras duras, acho que eu sempre senti algo por ele. Só estava escondido dentro de mim.

Eu disquei o seu número no intuito de falar com a Luisa, mas quando a sua voz grossa me atendeu, meu corpo todo se arrepiou e caiu a ficha de que eu realmente sentiria muita falta dele.

__ Amanhã eu irei até a empresa entregar a minha carta de demissão.__ ele soltou um suspiro grande, mas concordou.

__ Eu não posso lutar contra as suas vontades, mas eu não queria que você saísse da minha empresa. Espero que você não tenha levado a sério em voltar pro Brasil.__ eu fechei meus olhos apertando forte.

__ Na verdade as minhas malas já estão prontas, eu te liguei porque eu queria ficar um dia com a Luisa antes de eu ir.__ ele demorou para me responder, demorou muito na verdade.

__ Iremos marcar... Eu vou sentir sua falta, Reinhart.

Sua voz saiu baixa, assim que ele disse isso ele desligou na minha cara fazendo eu derramar as últimas lágrimas que me sobravam nesse dia.

Eu também vou sentir sua falta, Cole.

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