ᴅʏɴᴀsᴛʏ - aemond targaryen

𝟙𝟠

Não era de seu feitio sair do castelo e muito menos andar sozinha no meio da madrugada, mas se fazia necessário naquele momento. Não demorou para que chegasse em seu destino, uma taberna. Andou em passos rápidos até uma das portas que havia ali, tomando fôlego e coragem antes de entrar. O lugar era pouco iluminado, mas conseguia ver a quantidade absurda de frascos e garrafas de todos os tamanhos que havia ali.

— Boa noite.—

Disse ao chegar à beira do velho homem que se encontrava atrás de uma mesa enchendo alguns frascos com um líquido viscoso e nojento.

— O que quer?Diga logo!—

O carrancudo rosnou fazendo com que a mulher engolisse seco, era assustador estar num lugar como aquele.

— Chá que evite gravidez, um seguro e potente. Por favor.—

Assim que a escutou, o homem olhou para o topo de uma das prateleiras e se esticou para pegar um dos pequenos frascos que estava ali.

— O mais seguro e sem efeitos colaterais...não sei se conseguiria pagar.—

Disse o velho seguido de uma risada estridente enquanto exibia em sua mão o pequeno recipiente.

— Isso é o suficiente?—

Perguntou a mulher o entregando três moedas de ouro, aquilo certamente seria o suficiente para comprar mais alguns frascos daquele. O homem analisa as moedas, tentando não parecer surpreso.

— Aqui está milady.—

Pegou o pequeno frasco das mãos do homem e saiu apressadamente dali, indo rumo a porta da taberna. Se sentia mais calma, agora era só voltar ao castelo. O que poderia dar errado?

Antes que pudesse enfim sair do estabelecimento, sentiu seu braço ser puxado bruscamente fazendo com que olhasse para trás de imediato. Seu coração para por um momento ao ver quem estava ali, era Lucerys.

— Tyara?—

Lucerys analisou a dama de companhia de sua irmã, definitivamente não esperava a encontrar em um lugar como aquele. Antes que Tyara escondesse o pequeno frasco, o príncipe já se questionava o que era aquilo.

— Príncipe Lucerys, como vai?—

Perguntou a mulher tentando manter um tom natural em sua voz, olhou em volta pensando em alguma desculpa plausível para justificar sua presença num lugar como aquele.

— O que acabou de esconder?—

O Velaryon questionou, logo a mulher decide que  o melhor a se fazer seria mostrar o recipiente ao rapaz e assim o fez.

— O que é isso?É para Arwen?—

Lucerys sentia a preocupação crescer dentro de si, enquanto Tyara formulava uma boa mentira que pudesse explicar toda aquela situação.

— Sim, é pra princesa. Ela está com fortes dores menstruais, então vim buscar isso...falando nisso, melhor eu ir ela está me esperando.—

Tyara disse rapidamente, em seguida tentou se soltar mas Lucerys ainda se negava a deixá-la ir.

— E por que não pediu para que os meistres do palácio a preparassem isso?—

Tyara se forçou a pensar em uma boa resposta para tal indagação.

— Bem, Arwen acha que os meistres do palácio são influenciados pela rainha Alicent. Então, ela decidiu não arriscar e confiar nos meistres para prepararem algo para ela.—

Lucerys assimilou a explicação da mulher, em nenhum momento se permitiu acreditar em tal baboseira. Mas, sabia que ela não falaria nada, descobriria sozinho.

— Entendo...vá com cuidado, Tyara.—

Lucerys a solta fazendo com que ela sorrisse brevemente e seguisse seu caminho rumo ao castelo. Tinha a plena certeza de que o príncipe era inteligente o suficiente para desconfiar da veracidade do que havia o contado, aquilo a assustava.

[...]

— Arwen, acorde!—

A garota permanece com os olhos fechados ao escutar a voz de Tyara, cobrindo sua cabeça para que pudesse dormir em paz. Não demorou para que a mulher mais velha a descobrisse, fazendo com que Arwen abrisse os olhos impaciente. A garota olhou mais à frente, vendo pela janela de seu quarto que ainda era noite.

— O que foi?Por que está me acordando a essa hora?—

Tyara estendeu o pequeno frasco já aberto para a princesa, que se sentou na cama um tanto confusa.

— O que é isso?—

Perguntou assim que pegou o vidrinho, o cheirando em seguida. O cheiro não era desagradável, assim como a aparência.

— Sei o que fez hoje, sei que se deitou com seu tio Aemond.—

Desviou o olhar do pequeno frasco em sua mão assim que a escutou, ao menos sabia o que dizer para negar tais palavras.

— Como?—

Tyara suspirou pesadamente, sabia que tinha acontecido, mas no fundo tinha um pouco de esperança de que aquilo pudesse ser apenas grandes coincidências.

— Arwen, eu cuido de voce desde que era pequenina. Sei quando mente e sei quando de fato está menstruada...o sangue que saiu de você ontem a noite não era menstruação.—

A mais velha sentou-se à beira de Arwen, seria um assunto difícil para ambas. Era difícil lidar com o crescimento de sua pequena princesa, ainda mais se tratando daquela situação.

— Além disso, eu não recolhi seus lençóis e quando cheguei, eles não estavam mais aqui...vi Aemond carregando panos pelo castelo, julgo ser seus lençóis.—

Aquilo estava mesmo acontecendo?Estava mesmo sendo descoberta?Não imaginou que alguém saberia, não imaginou que seria tão óbvio para alguém.

— Minha mãe sabe?—

Sentia medo da resposta de sua pergunta, mas precisava saber...precisava saber se tudo viraria um caos em sua vida.

— Não e se depender de mim, não saberá. Não quero mais um motivo pra guerra dentro de sua família.—

Suspirou aliviada ao escuta-la, Tyara estava certa, não havia pensado na reação de seus familiares se descobrissem tal coisa.

— Minha princesa, não estaria fazendo a minha parte se não a alertasse o quão perigoso é o que está fazendo. E se descobrirem?E se pegarem vocês?E se ficar grávida?—

A mais velha ergueu o queixo de Arwen para que a garota a olhasse nos olhos. Não havia dúvidas de que estava certa, mas era tão injusto ter que se privar de vivenciar coisas novas só por ser uma mulher.

— O que você fez, não há volta, não se martirize por isso...mas não cometa o mesmo erro. Agora beba e não falaremos mais disso. —

Arwen analisou o líquido em sua mão antes de bebê-lo em um só gole, sentindo o amargor em sua boca.