20. Passeio na cachoeira

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A ideia de saírem os quatro como dois casais tinha sido do seu Anselmo. Seu Nono se entusiasmou, até porque não ia precisar gastar um centavo para se divertir. Gustavo prestava atenção na conversa dos dois como era seu costume, enquanto trabalhava. A ideia de leva-lo junto como segurança de Elisa foi de seu Nono. Gustavo estranhou imediatamente essa sugestão e olhou logo para seu Anselmo que contestou essa possibilidade. Embora se animasse com a ideia de um passeio onde estaria com Elisa, Gustavo se preocupou com o que disso poderia surgir. Seu Anselmo já andava muito desconfiado dele em relação a Elisa e achou por bem contestar seu Nono, tratando de agir com cuidado para evitar atrito com este. Além do mais não lhe agradava muito a ideia de ir passear em uma cachoeira: o seu trauma com água era muito grande.

Seu Nono não se deixava convencer. Estava decidido de que não sairia mais de casa sem Gustavo e que portanto este iria. Gustavo ficou espantado com essa resolução, mas o que poderia fazer? Ficou ouvindo os argumentos sem fundamentos de seu Nono enquanto pensava feliz na ideia de passear com Elisa e constatar o quanto Nono precisava te-lo por perto.

Gustavo se interessou também se Nono ia considerar a opinião de Elisa sobre ir a este passeio, mas era claro que não. Quando ela chegou foi logo avisando que ela iria ao passeio, o que claro, a desagradou. Gustavo tentou se manter impassível, mas ao perceber que ela o olhava encantada com a ideia de sua presença nesse passeio, lhe sorriu feliz.

O passeio acabou sendo adiado por um dia devido ao falecimento da esposa do prefeito da cidade. Nesta noite teve mais um jantar de oito minutos. Gustavo se mantinha firme na ideia de não jantar uma vez que tinha almoçado, assim como recusara mais uma vez o leite no café da manhã naquele dia. Fazia parte das mentiras que dissera a seu Nono sobre seus hábitos alimentares para lhe agradar, no dia em que se mudou. Tinha pensado a respeito desses detalhes e quando Nono começou com o interrogatório as mentiras foram surgindo naturalmente. Sabia que isso deixaria Nono feliz em te-lo por perto e a confiança seria mais garantida.

No meio do jantar, Tomáz acabou perdendo a paciência com seu Nono, quando este mencionou Mariana. Gustavo ficou exasperado. Sempre essa impaciência de Tomáz estragando tudo. Será que nunca ia aprender? Felizmente Tomáz conseguiu se conter evitando outra briga com seu Nono.

O passeio na cachoeira acabou ocorrendo no dia seguinte. Foi mesmo aflitivo ver toda aquela água tão de perto. Agonia lembrar o que passou. Felizmente no restaurante não precisava estar voltado para aquele momento. Durante o almoço não hesitou em recusar a sair para pescar com seu Nono. Tal contrariedade não abalaria a confiança que Nono lhe depositava. Explicou que tinha sofrido um acidente no mar e quase morrera afogado. Evitou dar detalhes da circunstância e de quando isso ocorreu, embora seu Anselmo se mostrasse interessado na história. Ainda era muito aflitivo recordar tal momento.

O almoço até que foi mais ou menos, com o repentino sumiço de Mariana logo após a refeição. A principio seu Nono quis que Gustavo fosse atrás dela, mudou de ideia, mas por fim o enviou atrás de Mariana e claro ele não a encontrou. Quando voltou encontrou só o seu Anselmo à mesa e só um tempo depois, Elisa apareceu. Mais tarde, seu Nono retornou à mesa com Mariana e puderam ir para casa.

Em casa ainda teve que aguentar seu Nono obrigando Elisa a agradecer seu Anselmo pelo passeio e lidar com as sobras que seu Nono levou para casa do almoço. Seu Nono e suas idiossincrasias...

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