28.Precisa ser forte...

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Um barulho constante desperta minha mente, é um irritante gotejar, meus olhos se abrem, mas ainda está escuro, tenho uma uma especie de saco na cabeça, minhas mãos estão amarradas para trás, a corda está muito apertada, sinto meus pulsos doloridos assim como todo meu corpo.

Ignoro todas as dores que sinto no momento e tento me concentrar nos sons e cheiros do local, preciso esquecer o medo que estou sentindo e manter a calma. Além do gotejar irritante, ouço também o barulho de chuva, o cheiro de mofo é predominante, mas também tem algo mais sútil, algo que não consigo me lembrar no momento. O som de passos agora
fazem meu coração disparar, percebo que mais de uma pessoa entra no local, me mantenho em silêncio.

- Desculpe pelas precárias condições Senhorita Caliari. - E a voz de um homem.
- Sabe, é difícil hoje em dia conseguir um local para cárcere bem escondido e confortável.

- O que vocês querem? - Tento manter meu
tom neutro de emoções, mas na verdade estou assustada.

- Ora, dinheiro é claro.

- Quanto?

- Vejam, Senhorita Caliari aprende rápido. Não se preocupe com isso, apenas se mantenha passiva, cuidarei dos valores com sua família e sua querida namorada, Carolyna Borges.

- Deixe ela fora disso! Minha família lhe dará o dinheiro que desejar.

- Tem razão Senhorita Caliari, mas Carolyna Borges também pagará muito por você. Por que tirar apenas de um quando posso tirar de dois?

- Eu disse pra ficar longe dela! - Jogo meu corpo para frente, mas tudo que consigo é machucar ainda mais meus pulsos.

- Calma, calma.... Seja uma boa menina e
não faça alardes.- Sinto o saco ser tirado
do meu rosto, a Luz quase me deixa cega.

Quando finalmente abro os olhos não tem mais ninguém, estou sozinha em um quarto com cheiro de mofo e terrivelmente úmido.

***

- Como assim não sabem de nada ainda?

- Senhorita Borges, encontrar pessoas não
é um trabalho nada fácil, ainda mais quando não temos pistas.- O inspetor Rogers dizia pela terceira vez aquela mesma frase.

- Priscila está desaparecida a quase 24 horas, sabe o que pode acontecer com ela enquanto o Senhor inspetor mantém esse seu traseiro aí parado? - digo perdendo o resto de minha paciência.

- Mais respeito Senhorita!

- Carol, tenha calma!

- Não me peça calma Virgínia, aliás ninguém aqui se atreva a me pedir isso.

- Carol, precisamos pensar e não nos
desesperar.- Lucca diz enquanto me
entrega café.

- Lucca tem razão, foi obviamente um
sequestro, eles certamente irão entrar em
contato.

-Então por que ainda não nos procuraram?

- É tudo parte do jogo psicológico que eles
fazem.- O inspetor diz.

- Como saberemos que não fizeram nada
contra ela?- Levo minhas mãos a cabeça, estou desesperada.

- Eles não faram nada, a Senhorita Caliari é
muito valiosa, entendo sua preocupação, mas teremos que ser pacientes.

Deixei a delegacia ao lado de Vivi, Allan
e Lucca, cada um lidando com a situação
do seu próprio jeito, Vivi era a que lidava
melhor com os acontecimentos, ela estava
segurando a barra de todos, principalmente a minha e a de Allan. Voltei para meu apartamento, todos os outros seguiram para suas casas, ao entrar naquele ambiente vazio me senti ainda mais desesperada,é como se meu coração estivesse sendo esmagado.

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