1.Carolyna Borges

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O quão sinuoso é o movimento dos corpos?

Me perguntava enquanto observava meu noivo Gustavo paz, passeava suas mãos pelo corpo de uma outra mulher. Ambos tão perdidos em seu ato que não notaram minha presença.

Meus olhos acompanham os beijos desesperados que eram trocados em uma sincronia tão perfeita que Gustavo jamais conseguiu seguir comigo. Os seios fartos eram apertados pelas mãos inquietas de meu noivo que aproveitava o decote ousado de sua amante.

Quando o educadíssimo Gustavo proferiu a frase "irei come-la agora" experimentei duas sensações completamente diferentes, primeiro raiva e segundo frustração pois ele jamais me tratou de tal forma, eu não desejava a vulgaridade, mas ele jamais foi capaz de me dizer algo que transmitisse tal paixão quando estávamos juntos.

Observei o ato se concretizar, a mulher de cabelos castanhos recebeu o membro de Gustavo em seu corpo, notei sua expressão de satisfação ao ser penetrada por ele, uma sensação que de fato nunca me aconteceu de tal maneira.

Eu deveria entrar nesse momento gritar com Gustavo, acertar uma bofetada em seu rosto e também estapear minha rival, puxar seus cabelos e depois perguntar a Gustavo porque ele me traiu com uma qualquer.

Mas eu não poderia ele simplesmente salvou minha família da falência, graças a ele nossa rede de bancos Caliari bank havia se reerguido, sem Gustavo não teríamos conseguido escapar de uma quebra financeira iminente, além disso ele foi o único homem que me viu, a apagada Pricila.

Fecho a porta silenciosamente, ando até a varanda do andar mais alto de um dos mais belos prédios de New York. Recebo a brisa suave em meu rosto enquanto me estapeo mentalmente por não ter rompido com Gustavo dois minutos atrás.

O que realmente me impediu ?

Seria o amor ?

Não seja ridícula Pricila! Você sabe que não o ama, não dessa maneira absoluta.

Eu gosto de estar com ele, aprecio imensamente sua companhia e nossas conversas, gosto do seu jeito tranquilo e educado. Papai também o adora, certamente por ele ter nos salvado da pobreza, pois não existe nada que assuste mais a família Caliari do que a pobreza. Então deixar Gustavo era uma opção, eu apenas encararia essa traição como um deslize, um homem como ele chama muita atenção, tenho sorte por tê-lo conquistado

Suspiro longamente, meu corpo sendo
apertado por um justo vestido laranja, eu não devia ter cedido ao gosto de mamãe, essa coisa é simplesmente horrível e justo em lugares que realmente não me valorizam. Vou para parte mais escura da larga varanda, tento abrir o zíper lateral em alguns centímetros para respirar um pouco melhor. O maldito zíper está emperrado, que sorte a minha. Ponho um pouco mais de força e nada, puxo o ar para dentro dos pulmões e mais uma vez empurro
o zíper para baixo, ele sede completamente
quebrando a ponta deixando a lateral do meu corpo exposta.

- Que droga! - Rezo baixinho para que ninguém apareça agora, porém eu nunca sou atendida, no mesmo instante ouço passos vindo em minha direção.

- Malu? - Uma voz diz.

-Ham.. Não. - Digo na esperança de que a
pessoa vá embora e me deixe tentar resolver
meu problema em paz, mas como sempre não tenho sorte.

- Senhorita Caliari? - Meu campo de visão
é tomando por um figura alta e de curvas
acentuadas, um vestido preto de mangas
longas cobre seu corpo elegantemente, ela
se equilibra em um salto agulha com tanta
desenvoltura que acho quase inacreditável,
eu em seu lugar certamente já estaria com o
traseiro no chão. Foco para ver seu rosto que se esconde na penumbra.

- Lembra de mim?

- No momento não, eu não estou conseguindo ver seu rosto com clareza. - Digo sem graça implorando para que ela não se aproxime.

- Carolyna Borges, presidente da BorgesFast.

- Claro!- Carolyna Borges a mais nova rica de vida duvidosa, sua empresa era responsável pelo desenvolvimento de carros de corrida, ela tentava uma parceria conosco havia um tempo.

- Ah. Olá Senhorita Borges. Como vai? -
espero que ela não deseje falar de negócios.

-Bem, obrigada. - ela diz em seu tom sempre entediado. - E a senhorita? - Ela completa sem muito interesse na resposta.

- Bem. - Um silêncio incômodo paira no ar, até que ela continua.

- Por acaso você viu a senhorita Camargo minha sócia?

- Não, eu não a vi. - Digo me encostando
ainda mais a mureta de proteção ao sentir
meu vestido escorregar. Ela acompanha meu movimento.

- Tem certeza que está tudo bem?

- Sim, sim.

- Por que será que não acredito em você? - ela se aproxima de mim e seu perfume chega até meu nariz, ela cheira bem.- Vire-se.

- O que? - pergunto atordoada com seu tom
autoritário.

-Eu disse para se virar.

- Eu, eu não vou... Carolyna segura em meu braço esquerdo com força e me faz girar, a lateral nua do meu corpo pode ser vista agora.

- Como você conseguiu fazer isso?

- Estava muito apertado e eu tentei abrir o
zíper alguns centímetros, mas ele acabou
abrindo totalmente e...

- A deixou praticamente nua. - ela diz
divertida. - Eu poderia dizer que lamento por seu vestido, mas eu estaria mentindo, ele é horrível.

- Isso não foi muito educado senhorita Borges.

- Vocês ricos civilizados nunca dizem o
que pensam, isso me irrita! - ela começa a
procurar algo na bolsa.

- A senhorita é rica, muito por sinal!

- Mas não temo dizer o que penso, essas
normas de etiqueta me enjoam. - ela tira de
sua bolsa alguns alfinetes.

- Porque carrega tantos alfinetes em suas
bolsa?

- Sou uma mulher precavida. Agora segure
seu vestido, irei tentar fechar essa fenda com os alfinetes. Obedeço a senhorita Borges adentrava com os alfinetes em meu vestido de forma habilidosa, vez ou outra seus dedos pálidos tocavam em minha pele me fazendo ter irritantes arrepios, ao todo foram necessários 8 alfinetes para realizar o "concerto" do horrível vestido.

- Isso impedirá que fique nua na frente de
meia New York. - mais uma vez seu humor
ácido surge.

- Obrigada.

- Não precisa agradecer, tome! - Ela me passa um casaco, o qual é de ótima qualidade.

- Não é necessário.

- Claro que é, vista logo! - Faço como ela
diz No mesmo instante seu celular vibra.
Ela o retira da bolsa e lê o que parece ser
uma mensagem. - Preciso ir, foi um prazer
reencontra-la senhorita Caliari. - Ela gira nos calcanhares de forma elegante.

- Obrigada novamente. - ela olha por cima do ombro e balança levemente a cabeça,
Ela anda confiante em direção a festa, seus
quadris se movem de forma sensual, a observo até que ela desapareça do meu campo de visão.

Deixo meus dedos passarem pelo tecido
macio de seu casaco, seu agradável perfume permanece nele.

- Priscila? - Ouço a voz de Gustavo.

- Estive procurando por você em todos os
lugares Aposto que sim.

-Venha, a deixarei em casa.

Apenas segui Gustavo, sua mão segurava a
minha e aquilo me enjoava, ele não percebeu o largo casaco sobre meu corpo, nem mesmo as imperfeições em meu vestido, na verdade ninguém naquela festa me notou, ninguém além de Carolyna Borges.

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