31.CAROL!

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Sigo a toda velocidade pelas ruas de New
York, acelero o máximo que posso, porém
nunca parece rápido o suficiente, vejo que
ainda tenho 20 minutos para chegar ao
cais, lembrando dos anos em que corria por
diversão em rachas pela cidade descubro um antigo atalho que me levará diretamente para parte de trás do cais onde Gustavo disse que Priscila estaria.

Entro na rua estreita o motor ronca e meu coração acelera a medida que as embarcações surgem a minha frente. Diminuo a velocidade, ainda tenho 9 minutos. Paro o carro em uma parte escura, pego o dinheiro e ando pelo chão úmido até as embarcações mais luxuosas, conheço bem Regina e sei que ela irá querer o melhor até em um momento como esse. Meus passos aceleram ao ver o "Real" iate que pertence a família Mills, ando mais alguns metros até chegar a embarcação, vejo um homem alto se aproximar, noto que ele está armado.

- Não se aproxime, essa é uma área
particular.- ele diz.

- Tenho negócios a tratar com Regina Mills.

- A Senhorita Mills não está disponível agora.

- Tenho certeza que ela terá tempo para
mim e também para os 20 milhões que trago comigo. ele me olha surpreso, pega o celular e disca um número.

- Carolyna Borges está aqui.

Regina surge, sua expressão expressa total surpresa, mas segundos depois ela abre um largo sorriso. Observo seu rosto machucado, marca de unhas se destacam em suas bochechas, seu lábio inferior está levemente inchado.

- Vejo que andou levanto uma surra. - Digo.

- E você como sempre consegue me
surpreender.

- Você devia se certificar de que realmente
cobriu todas as pistas.

- Diga-me. O que eu deixei escapar?- ela me
encara de forma cínica.

- Gustavo paz.- Uma expressão de raiva
agora domina seu rosto, ela encara o homem alto que continua parado próximo ao iate.

- Achei que ele estivesse morto, eu...- O
homem jamais seria capaz de completar essa frase pois uma bala foi enterrada em seu crânio.

- Não existem mais capangas como
antigamente. - Reconheço a voz arrastada.

Um homem de altura mediana e barrigudo surge com uma arma em punho a qual ele aponta diretamente para mim.

- Vejo que Gustavo fez um belo estrago.

- Frank, ainda podemos dar um jeito.

- O único jeito é você cair fora e apagar essa aí. - ele diz segurando sua arma com mais
força.

-Vamos com calma Frank.

- Sinto muito Mills, mas sua garota sabe de
mais.

- Não sou a garota dela.

- Isso não me importa. Passe o dinheiro. -
Encaro o homem.

- Não, enquanto Priscila não estiver em
segurança o dinheiro fica comigo.

- Acho que não está em condições de negociar Senhorita Borges.

- Primeiro soltem a Priscila. Ando em direção a água.- Ou todo esse dinheiro ficará com os peixes.

- Vejam só, temos uma negociadora aqui.

- Não estou pedindo muito, não me importo
que me mate, apenas deixe Priscila livre.-
Frank parece avaliar a situação, tira o celular do bolso e segundos depois vejo um homem surgir com Priscila no alto do barco, ela tem as mãos amarradas e seu rosto está muito inchado.

- O que fez com ela? - grito.

- Apenas devolvendo favores. - Regina aponta para o próprio rosto.

- Carol? - ouço Priscila.

- Calma amor, você estará segura logo.- volto a encarar Frank.- Traga ela para baixo.

- Primeiro o dinheiro.

- Não! Quando ela estiver a uma distância
segura daqui darei o dinheiro.

- Muito bem.

- Não! Frank, não foi isso que combinamos.

- Regina, seu plano deu errado, agora eu estou no comando.

- Está enganado meu caro.- Regina saca uma arma e tão rápido quanto qualquer um poderia prever ela atirou em Frank, um tiro perfeito em seu peito.

- Regina você enlouqueceu?- pergunto sem
acreditar no que vejo.

- O que foi Carol? Isso é chocante demais pra você?

- Você matou uma pessoa..Como..como
conseguiu se transformar nisso?

- Você me transformou, tudo de ruim em mim é por sua causa. - Ela se aproxima.

- Quando vai entender que não tive culpa?

- Não venha com essa! Quando sua mãe se casou com meu pai deu início a esse inferno.

- Pet amava minha mãe.

- Não! Ela roubou o lugar da minha mãe e você me tirou o amor dele. Vocês duas com aquela história de pobres caipiras, um golpe para atrair meu pai.

- Você sabe que isso não é verdade. Pet se
apaixonou por minha mãe foi isso que você
nunca aceitou.

- Ele deixou a empresa pra você, a minha
empresa.

- Você colocaria tudo a perder, sempre agindo como uma irresponsável. Bebidas, drogas, orgias, escândalos.

- Eu mudei, mudei por você.

- Não, você mentia, todo contrato que
conseguia era em troca de uma noite suja de sexo, você dormia com homens e mentia para mim.

- Era para o bem da empresa.

- Foi por isso que Pet me confiou a empresa e não a você.

- Ora, ora.. Quanta hipocrisia! Priscila Caliari vai para sua cama todas as noites por causa de um contrato.

- Ela está comigo porque a amo e porque ela me ama!

- Veja o quão ridícula você está agora,
apaixonada como uma adolescente. O que
vem depois? Casamento? Filhos? Um lindo
cachorrinho?... Não. Não- Ela ri feito uma
lunática.- Você pertence a mim, mesmo
odiando tudo que você fez comigo eu te amo, te amo com loucura e não posso deixar que fique com ela.

- O que vai fazer?

- Acho que vou jogar água nos seus planos.

Regina olha para cima, faz um gesto sútil para dois homens que seguram Priscila, um deles amarra algo em seus pés enquanto o outro a segura nos braços.

- CAROL!

- Regina, por favor, por favor não machuque ela. - me jogo aos pés de Regina.

- E para o bem do nosso amor.- Vejo que um
dos homens segura uma bola de mais ou
menos 150kg, uma curta corrente liga a bola de ferro às amarras dos pés de Priscila.

- Regina, não faça isso!

- Solte!

O homem joga a bola na água enquanto o
outro solta o corpo de Priscila, ouço o impacto do seu corpo colidindo com a água.

-NÃO!!!


Corro o mais rápido possível até o local onde Priscila afundou, lanço me na água fria, o corpo dela desce com facilidade enquanto tento me guiar pelas bolhas de ar que ela deixa pelo caminho.




















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Em minha defesa, a culpa é toda da Regina...

O que acharam?

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