Aulas De Sedução

3.Gosta do que vê ?

A gargalhada que escapou de minha garganta foi tão alta que chamou a atenção de quem passava por ali. Allan só poderia estar completamente louco, Que mulher em sua sã consciência pediria aulas de sedução para uma outra mulher? Ainda mais quando se tratava de alguém como a Senhorita Borges, ela de fato era tão arrogante que jamais, em hipótese alguma eu iria pedir a ajuda dela.

- Não irei pedir a ajuda daquela mulher! ta ficando doido é!?

- Eu estou te dando a solução para o seu
problema, e é assim que me agradece?

- Você ta querendo piorar ainda mais o meu
problema, isso sim.

- Não vejo assim. Viu a forma como aquele seu noivo e os outros homens a olharam? Notou a maneira como ela se move e se comporta? E aquela voz? O corpo? A maneira como ela se veste?

- Ora, não sou cega Allan!

- Só que está agindo como uma. Quem melhor que aquela mulher poderia te ensinar a arte da sedução? E você ouviu o que sua mãe disse sobre ela.

- Ninguém sabe dizer se isso é verdade ou
não. E além do mais isso não tem o menor
cabimento.

- E o que você vai fazer para aprender a
despertar paixão em seu noivo? Pesquisar no google? - Allan ri sarcástico.

- Eu vou dar um jeito, só não pedirei a ajuda dela que obviamente iria rir da minha cara e ainda por cima me achar maluca.

- Priscila? Allan? - Adriana chama por nós. -
Venham! - Seguimos de volta para tenda, Gustavo estava sentado em uma das cadeiras, limpando o rosto com uma toalha, sua expressão era de poucos amigos.

Ao olhar para pista vi Carolyna ao lado da
mulher de sotaque bonito. Como é mesmo
o nome dela? Ah sim! Clara. As duas
conversavam animadamente e riam com
gosto de alguma piada contada pela morena, ela fazia caretas engraçadas o que fazia Borges rir e jogar a cabeça para trás, alguns homens as observavam. Fico me perguntando se algum dia eu conseguiria atingir esse tipo de magnetismo.

- Está analisando minha ideia? - Allan pergunta me assustando.

- O que? Claro que não! - Ele apenas sorri e se senta ao lado de meu irmão.

- Priscila, senta aqui ao meu lado. - Gustavo
pede.

- Você está bem? - pego a toalha de suas mãos e limpo seu rosto, Ele sorri agradecido.

- Estou melhor agora com seus cuidados. - Ele segura e beija minha mão. - Você é tão doce Pri, um verdadeiro anjo. - Houve um tempo em que esse elogio certamente me encheria de alegria, mas agora me incomoda, me sinto como uma criança de 10 anos que acabou de fazer algo certo e recebeu um elogio de um adulto.

- Obrigada querido.

Almoçamos no clube, a Senhorita Borges
já havia ido embora, assim como sua amiga,
Adriana voltou a citar os boatos que cercavam a vida de Carolyna, segundo os informantes dela Carolyna era uma mulher de vida fácil, saia com homens ricos por quantias exorbitantes.

Até que um dia conquistou um velho milionário que não tinha filhos e estava a beira da morte, o mesmo se encantou por ela e acabou deixando tudo que tinha para ela, que não perdeu tempo e investiu no mundo das corridas triplicando a fortuna que recebeu. Eu apenas ouvia as suspeitas levantadas, não tinha como opinar sobre o estilo de vida dela.

Os meios que a fizeram enriquecer podem não ter sido os mais ortodoxos, porém ela conseguiu criar um verdadeiro império e acredito que essa parte tenha sido resultado do seu esforço. As vezes me pergunto se a presença da Senhorita Borges incomodava minha mãe por seu passado ou pelo fato dela ter se tornado mais rica que a família Paz e os Caliari.