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• Maxinne · Presente •
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Estava um clima estranho. Eu havia fugido dos Cullen em todos os horários possíveis, mas o intervalo é algo sem escapatória. Tá bom, eu posso muito bem dar fuga na biblioteca ou banheiro, mas estou morrendo de fome e é claro que minha dedução das panquecas estava certa, com certeza não me deixariam cheia até o almoço. Entrei no refeitório me esgueirando por entre os alunos como um rato, mesmo que eu e meu irmão fôssemos o assunto do momento posso ser bem invisível quando quero. Só depois que entrei na fila que eles perceberam minha presença, então os murmúrios e sussurros começaram. Poderiam estar falando super baixo, porém, eu consigo escutar tudo. Tentei pegar a comida rápido e em seguida fui para uma mesa no canto, que estaria vazia se não fosse pelo meu irmão — que deve ter corrido para o refeitório assim que bateu o sinal. Do jeito que é desesperado por comida eu não dúvido nada dessa hipótese.

— Fui o primeiro da fila. — Admitiu mordendo um pedaço de torta e soltando um gemido satisfeito. — Delicia!

— Você me faz passar cada uma hein, nem para me esperar. — Sentei em sua frente de costas para o resto do refeitório. Não estou afim de ver a cara dessas pessoas, ainda mais escutando o que estão falando sobre nós.

— Dá próxima eu prometo te jogar nas minhas costas e te trazer como um saco de batatas. — Prometeu simplório e eu revirei os olhos antes de me alimentar. — Os Cullen chegaram. — Sussurrou olhando por trás de mim. Seus olhos tinham um misto de preocupação e felicidade, pareciam vários sentimentos controversos se chocando. — Tô me sentindo mais territorial do que o normal...

— Eles não são humanos, dá para saber pelo cheiro. — Dei uma fungada no ar e ele fez o mesmo, depois fez uma careta de quem não curtiu. — Acha que são o quê?

— Não faço idéia, mas não devem ser como nós né? — Perguntou encabulado e eu dei de ombros sem saber o que dizer, na verdade nem nós sabemos o que somos.

Num dia éramos humanos normais e no outro estávamos correndo pela floresta como lobos, depois de uma pesquisa soube da lenda dos lobisomens e deduzi que somos isso. Mas só sei o nome e algumas coisas que podemos fazer, fora isso não sei nada de nós ou como ficamos assim. Fomos transformados? Nascemos assim? Não fazemos idéia. Olhei para trás por cima do meu ombro encarando o grupo, todos já estavam olhando para nós dois. Pareciam chocados, surpresos demais até para piscar. Foquei meus olhos num por um parando no loiro, que diferente dos outros não parecia horrorizado ao me ver. Também percebi Bella na mesa ao lado do namorado, ela acenou para mim timidamente e eu sorri fechado em resposta. Antes que acontecesse qualquer coisa eu me virei de volta à minha posição inicial, terminei de devorar meu sanduíche e esperei meu irmão terminar a comida dele.

— Prontinho. — Call se levantou pegando nossas bandejas vazias e eu segui ele.

Segurei a barra de sua blusa listrada preta e vermelha, seguindo ele enquanto olhava para seus coturnos. Estou tentando evitar olhar para qualquer pessoa que não seja ele, então isso aparece uma opção viável.

— Olha por onde anda, babaca. — Um cara alto e de cabelos castanhos claros fala ao trombar com meu irmão, isso foi de fato proposital e até um cego perceberia isso. — Tá precisando de óculos ou esse cabelo de Bombril tá tapando sua vista?

— Ah, mas tu não fez isso. — Callyster proferiu já imaginando minha reação. E daí que ele é o mais velho? Eu que projeto ele.

— Seu escroto, tá se achando o fodão da escola ou o quê? — Puxei meu irmão pela blusa tirando ele da minha frente, em seguida andei alguns passos até me aproximar do cara que usava uma camisa de futebol americano, o típico jogador que se acha por arremessar uma bola. — Como ousa falar mal do cabelo de algodão doce do meu irmão, seu merdinha?!

𝐋𝐚𝐠𝐫𝐢𝐦𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐜𝐫𝐨𝐜𝐨𝐝𝐢𝐥𝐨 → ᴊᴀsᴘᴇʀ ʜᴀʟᴇ / ᴡʜɪᴛʟᴏᴄᴋ' Onde histórias criam vida. Descubra agora