Capítulo 4

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Noeul estava vivendo numa verdadeira corda bamba.

Com as entregas finais se aproximando, e a ansiedade tomando espaço em seu corpo, ficava bastante complicado manter a concentração e não surtar.

Mas ainda permanecia tentando, ou melhor sendo influenciado pela aura pressionante de Sky.

— Aqui está errado.

Ele e seu amigo passaram dois minutos contínuos encarando o "X" grifado de vermelho em seus esboços e papéis.

O projeto em questão se tratando de um centro de tecnologia, pensado para os estudantes das faculdades que integravam a área mencionada. Um trabalho braçal imenso, que, para o seu alívio, estava sendo desenvolvido em dupla, e detinha sessenta por cento da nota total daquela disciplina.

— M-mas como o senhor quer que façamos!? Nós não sabemos esse tipo de coisa! — Sky gaguejou apavorado, visto que o conhecimento exigido em engenharia sequer fazia parte da grade de ensino do curso de arquitetura.

Ridículos! Eles não poderiam cobrar coisas além da capacidade dos estudantes!

Enquanto o mesmo batia boca, Noeul se manteve calado, chocado demais com o projeto, o qual haviam passado madrugadas em claro na finalidade de adiantar, ser descartado daquela maneira fria e desumana.

Ele odiava aquele professor...

O velho, completamente cético, cruzou os braços e olhou para Nuttarat e seu amigo com a sobrancelha arqueada.

— Está escrito no programa do trabalho de vocês que é necessário utilizar uma técnica construtiva inovadora, e que fazê-lo "parar em pé" não será o único critério levado em consideração na hora da avaliação. — O mais velho iniciou, para total desgosto de ambos. — O sistema de fechamento automático da claraboia está errado, não é assim que ele funciona na realidade.

— E como o senhor espera que a gente saiba!? Não mexemos com esse tipo de "tecnologia''! — Sky bateu o pé em irritação.

— Perguntem a algum colega do departamento de engenharia mecânica, eles saberão como auxiliá-los. — Abanando a mão, o professor os despachou, recolhendo seus pertences. — Sinto muito, meninos, mas se quiserem a aprovação na minha disciplina, deverão desenhar corretamente cada uma das plantas listadas nos requisitos básicos.

Nem meio segundo depois que o homem deixou a sala de aula, Noeul berrou de frustração e afundou o rosto em seus braços.

— Estamos ferrados! — Ele não poderia se dar ao luxo de rodar. Choraria tanto se isso acontecesse, e seus pais ficariam tão decepcionados...

— Quer parar de ser pessimista? Vamos, levanta dessa cadeira! — Sky arrumou suas coisas, arrancando as folhas da mão de Nuttarat sem a menor delicadeza para armazenar na sua pasta.

Felizmente o mesmo sempre se mostrou contraposto de Noeul. A amizade baseando-se nessa dualidade.

Enquanto o mais novo era inseguro e pessimista, porém dedicado e centrado em suas atividades, o outro tinha estalos e tomadas de atitude nos momentos necessários, como um verdadeiro líder nato, contribuindo para que suas sintonias se mantivessem equilibradas.

— Aonde a gente vai? — O castanho claro piscou confuso, tendo que correr, ou não acompanharia o passo apressado do maior.

— Ao departamento de engenharia mecânica! Ainda é cedo, talvez alguém ainda esteja por perto.

O relógio de ponteiro do hall de entrada marcando dezessete horas cravadas, período o qual a maioria das aulas acabavam, portanto não havia tempo a ser desperdiçado.




















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