Underworld Love

Capítulo 16

Venice passou tanto tempo se martirizando, folheando os dizeres naquele caderno de capa mole, que as páginas do objeto de estudo de Sky chegaram a ficar amassadas.

Era a primeira vez que se sentia inseguro em sua própria pele, percebendo que detestava a ideia de Noeul deixar de gostar dele, mesmo que, na teoria, tivesse feito o possível para tal. A percepção do quão terrível era ser apaixonado por alguém o atingindo em cheio, como sempre, desde essa descoberta.

Não tinha mais controle a respeito desse tipo de situação, mas isso não significava que ele deu o braço a torcer tão facilmente.

Argh! O mais novo tinha que ser tão difícil!

O fato de que acabou sendo dobrado e desdobrado pelo citado nos últimos dias o deixando coberto de raiva, portanto não demorou muito até que tomasse coragem de ir mais uma vez atrás do mesmo, para finalizar o assunto em questão.

A seguinte situação acontecendo:

Frequentadores da sua antiga universidade comentando, enquanto o encaravam, como verdadeiros desocupados, e uma pequena parcela de indivíduos o fotografando, como se fosse algum tipo de artefato chamativo ambulante.

Puff! Inconvenientes.

Venice se amaldiçoou no exato momento, já que terminou por escolher o pior horário possível para aquilo, em razão de que se tratava exatamente de quando os jovens do período da manhã e início de tarde davam lugar aos outros estudantes, que possuíam aulas no turno noturno.

No entanto, não teria como adiar isso, quando viu que a figura baixinha caminhava lentamente em direção à saída do estabelecimento.

E ele também já havia previsto que o outro miraria os lados em desespero, procurando alguma maneira de escapar. As pessoas os encarando, à medida em que Theerapanyakul se aproximava do menor.

— P-pi? O-o que está fazendo aqui? — Noeul apresentou uma leve angústia, de olhos arregalados.

Enquanto Venice, definitivamente, não prestou atenção no jeito como os fios castanhos escuros, mais longos do que no passado, se movimentavam no rosto bronzeado, corado pelas circunstâncias e iluminado pelo sol, muito menos em como o brilho sobre aquelas orbes atenuavam ainda mais os cílios longos e delicados.

— Você tem duas opções: Me escutar aqui. — Sinalizou para o grande estacionamento e a quantidade substancial de indivíduos, fazendo o outro crispar os lábios, pronto para rebater tal insinuação. A ingênua ideia de ter ido para o centro de ensino superior naquele horário o favorecendo mais do que imaginava no início. — Ou, vai me deixar levá-lo para casa.

Nuttarat amaldiçoando-o alto perante cada uma das alternativas.

— Por que, diabos, eu faria isso!? Grr! Pi não pode simplesmente desaparecer? Eu já disse que sinto muito, e que não vou mais me aproximar de você! — Puff!

Venice achou engraçado que o menor exigia que sumisse como pó no ar, enquanto ele próprio poderia continuar coexistindo em sua órbita em cada momento do seu dia a dia.

A teimosia e orgulho de Noeul o irritando bastante, ao ponto de precisar rever por alguns segundos quais seriam as suas abordagens dali por diante. O fato de que o outro permanecia muito chateado consigo tornando a situação inúmeras vezes mais complexa.

— Tudo bem, foi você quem escolheu o caminho difícil. — Somente quando ergueu a mão e acionou o controle de seu veículo, trancando-o devidamente há alguns metros de distância, de sobrancelhas curvadas de estresse, foi que o estudante de arquitetura percebeu as suas reais intenções.