Capítulo 5

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A hora de almoço era sagrada para os Theerapanyakul, desde o momento em que Pete tinha decretado alguns anos atrás.

Não se usava o celular e muito menos se falava de negócios, sendo a ocasião perfeita para a segunda família compartilhar suas próprias novidades e apreciar a presença uns dos outros, enquanto faziam uma das refeições mais importantes do dia.

O assunto em questão se tratando das novas amizades do membro menor.

— Mas me conta melhor essa história. — Macau riu histericamente, interrogando seu sobrinho com a boca cheia, e levando um esporro de Pete.

— Tenha modos.

Vegas e Venice, até então, se mantiveram calados, apreciando a comida em seus pratos sem se preocupar com a conversa paralela, até a mesma chamar suas atenções.

— Pa quase matou meu amigo de ataque cardíaco. — Syn reclamou, para a diversão de seu tio e pai, que não puderam segurar a risada, enquanto o irmão mais velho apenas revirava os olhos. Óbvio que o culpado teve de se defender, antes que o marido pudesse abrir a boca para proferir xingamentos.

— Nem me olha com essa cara, Pete. Eu literalmente só desejei boa noite, ele que ficou emocionado. 

— Sim, com uma cara ameaçadora e uma arma exposta na cintura! — Syn contra-atacou.

— Vegas!

— O que você queria que eu fizesse? Fui obrigado a deixar a porcaria do serviço inacabado, para largar o seu filho na casa daqueles moleques! — Na verdade, o jovem teve sorte do líder da segunda família não ter aparecido em seu pior estado...

Esse tipo de situação servindo para mostrar que, ainda que tentassem ajustar suas vidas para os parâmetros de "normalidade", alguns acontecimentos nunca poderiam ser evitados.

Os Theerapanyakul não trabalhavam apenas para a máfia, eles eram a máfia. Seus serviços envolviam coisas que estavam além da compreensão de qualquer "cidadão de bem" de Bangkok, portanto ninguém ali estava de fato irritado ou arrependido com o que acontecera.

Syn no máximo ficou surpreso pela reação de seu amigo novo, que acabou sucumbindo a um medo que ia muito além do simples receio/temor.

— Ele deveria agradecer a minha boa vontade. Se eu não fosse rápido o bastante, o garoto teria se ferrado com a cara no chão. — Vegas deu de ombros, antes de voltar a comer a comida em seu prato.

Macau caiu na risada.

— Isso não tem graça! Ele estava com medo de verdade! — Syn defendeu Noeul com unhas e dentes, atacando seu tio e atraindo a irritação de Pete.

— Macau, deixa de ser insensível! Ele não está acostumado com a nossa realidade. — O mais velho brigou, beliscando a orelha do cunhado. — É uma pena seu pai ter assustado tanto o coitado, Syn. Diga a ele que sentimos muito.

— Mas eu não sinto.

— Sim, você sente. — Pete enfrentou. — Syn quase não possui amigos, não tente espantá-los!

O mesmo terminou a refeição com duas garfadas, levantando com pressa de sua cadeira e sinalizando para Venice acompanhá-lo.

— 'Nice e eu estamos indo para a casa da família principal, pois precisamos descobrir a raiz da falha na segurança. Encontraram dois traidores infiltrados, temos que impedir que isso chegue até nós. — Seu decreto atraindo seriedade nos demais. — Não se preocupem, iremos checar um a um assim que retornamos.

— Tenho certeza que sim. — Vegas concordou.

Se tinha uma coisa na qual ele confiava cegamente, era a capacidade e determinação do marido. Ainda mais quando a segurança dos seus entes queridos estava em algum tipo de ameaça.

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