Capítulo 3

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Noeul não sabia dizer quando havia perdido a consciência. Num momento tinha os olhos fechados de cansaço, devido ao ferimento em sua perna, e no outro P'Venice e os criminosos desapareciam, deixando-o desamparado no meio daquele local macabro.

Ele se encontrava assustado, porém não conseguia se mover devido a dormência em seus membros inferiores, o que acabou levando-o a um estado iminente de pânico.

— Pi!

Tentou e tentou, porém nada saia, como se também tivesse perdido a habilidade de comunicação.

— Noeul!

A única coisa possível de se ouvir sendo a voz distante, contudo não nítida o suficiente para distinção. O que acabou fazendo com que seu coração palpitasse a cem por hora no mais puro desespero.

Só quando um som ensurdecedor o entorpeceu, e duas mãos frias agarraram as suas com força demasiada é que ele viu a face preocupada de seu melhor amigo.

— Oh! Graças aos deuses! — Sky não era uma pessoa religiosa, porém naquele momento proferiu todos os tipos de orações que tinha conhecimento, suspirando pesadamente ao ver a face perdida e inchada de Nuttarat.

— O-onde eu estou? — Até mesmo sua voz apresentou estado de rouquidão, como se não fosse utilizada por um bom tempo.

— Onde mais? No hospital! — O citado exasperou. — Quer me dar um ataque do coração!? Como caralhos você se meteu nessa bagunça!?

Mesmo que estivesse preocupado, o mais velho não poupou gritos e xingamentos, obrigando Noeul a cobrir os ouvidos.

Forte o suficiente para que também recebesse um choque de realidade.

— O que!? Que dia é hoje!? — Desorientado, Nuttarat instintivamente levou as mãos em direção ao pescoço, estremecendo quando o percebeu livre de um hipotético explosivo. — P'Venice! Onde ele está!?

— Quem?

Sky primeiro o avaliou com seu olhar de lazer, gesticulando enquanto abria a porta do quarto do hospital.

— Noeul, amigo, você está bem? Espere um segundinho, vou chamar os enfermeiros.

O mesmo disparou tão rápido, que mal deu tempo do castanho claro implorar pela sua presença.

— Espere! Sky!

...Por favor, não me deixe. Estou com muito medo.

Ele teve vontade de completar, apertando os dedos dos pés e se encolhendo da maneira em que os ferimentos em sua perna possibilitaram.


























XXX























Mais precisamente um dia antes de Noeul acordar perdido no melhor hospital de Bangkok, o herdeiro da segunda família passeava pelo saguão do estabelecimento com um dos ombros enfaixados.

Para a sua infelicidade, nada o preparou para a fúria implacável de seu pai, que teve a decência de pelo menos agredir o seu braço que não estava machucado, gritando para quem quisesse escutar.

— Venice Theerapanyakul! Você sabe o que eu tenho vontade de fazer com você agora!? — Pete esbravejou, o rosto vermelho de raiva, o que acabou acovardando o mais novo.

— Olá, Pa. — Mesmo a saudação cabisbaixa e mansa não o impediu de ofegar com mais um soco certeiro em seus bíceps.

— "Ola, Pa?" Você tem noção da merda que fez!? Tem noção do quão preocupado nos deixou!? — O mais velho praticamente cuspia chamas, enquanto Macau e Porchay, que antes vinham ao seu encontro, resolveram manter distância assim como as demais pessoas presentes no ambiente. — Não, você não tem, porque nunca me escuta! Humpf! Às vezes penso... onde foi que errei! 'Nice, eu sou um pai tão terrível?

Underworld LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora