Capítulo 13

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Pulo temporal de doze meses.

Noeul nunca imaginaria, no passado, que a terapia poderia ajudá-lo tanto a lidar com parte dos traumas, quanto em resolver assuntos em aberto de inúmeros anos, como algumas feridas criadas no período da sua infância.

Sua psicóloga sendo muito simpática e compreensiva, ao ponto dele não ligar em desabafar e compartilhar cem por cento dos acontecimentos da sua vida. Foi muito aliviante também descobrir que seu comportamento paranóico não significava que estava ficando louco, mas que decorria de transtornos, desencadeados pelas sequências traumáticas às quais foi submetido, o levando a necessitar de mais sessões de terapia do que o pensado inicialmente.

Deveria agradecer Vegas por isso no futuro, pois, ainda que mal tivessem se visto desde o fatídico dia chuvoso, e que a mais próxima das suas interações se tratassem dos momentos em que este ia até a universidade para buscar Syn, nunca tinha pago um mísero centavo para as suas consultas, um segurança chamado Nop sendo aquele que lidava diretamente com o setor financeiro da clínica.

Bae, what's going on? You look so out of the orbit. (Bae, o que está acontecendo? Você parece tão fora de órbita.) — Jay, que havia desenvolvido o hábito de conversar com ele em inglês em momentos esporádicos, a fim de testar o seu nível de aprendizado constante do idioma, se aproximou de onde estava no refeitório para bagunçar o seu cabelo, agora castanho escuro e longo, com muito carinho.

Sua amizade tendo se desenvolvido tanto, ao ponto de ambos passarem uma boa parte do tempo juntos.

Claro, não era a mesma coisa que Sky, que permanecia ocupando o posto de seu melhor amigo para a vida inteira!

Nothing, Pi. I'm just exhausted from today's exams. (Não é nada, Pi. Eu só estou cansado das provas de hoje.) — Ele já sendo capaz de formular frases, ainda que seu repertório carecesse de muitas palavras, para que se tornasse um fluente devido na língua.

— Geez! Why do you people insist on speaking english? Just stop! I'm so bored of that! (Aff! Por que vocês dois insistem em falar em inglês? Apenas parem! Eu estou entediado disso!) — Syn, como sempre, chegou no local reclamando, enquanto Sky revirava os olhos e permanecia com a atenção fixada no celular, provavelmente para responder a alguma importunação de Prapai. — We're living in Thailand! Please, speak thailandese, 'cause I'm so done with my family speaking english all the time! (Nós moramos na Tailândia! Por favor, falem em tailandês, pois já estou exausto da minha família se comunicando em inglês o tempo inteiro!)

— Mas como você é exagerado. — Nouel se vendo na obrigação de se defender, enquanto Jay soltava uma pequena risada ao seu lado.

— Como você espera que o meu aluno seja fluente em inglês, se não quer que ele pratique?

Com o passar dos meses, o mais velho e o Theerapanyakul acabaram desenvolvendo o costume de discutir como duas crianças do fundamental, o que geralmente trazia muito divertimento e caos para os ambientes em geral.

Natutrat não dava a mínima para eles, acreditando que uma hora, se ignorados, parariam com a implicância e agiriam de maneira civilizada, ainda que isso permanecesse testando um pouco da sua paciência ilimitada.

― Você precisa sair mais cedo hoje? ― Jay chamou sua atenção, com a bolsa atravessada, sorrindo de maneira brilhante. ― Quer uma carona?

― Não precisa se incomodar, Pi, eu tenho como pedir um Uber até em casa. ― Desde o primeiro incidente de pseudo-sequestro, eram raros os momentos em que Noeul se sentia tranquilo em dirigir pela cidade, geralmente pegando carona com seus amigos ou pedindo para seus pais buscá-lo. Com o tempo, o hábito também tornando-o preguiçoso de tirar o seu carro da garagem. ― Concentre-se no seu TCC, não quero que se distraia e rode por minha causa.

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