Capítulo 4 - Conhecendo o inimigo

616 55 16
                                    


Como no capítulo anterior, a narração em primeira pessoa será do Stefan.

Escuto algumas batidas na porta e abro os olhos sem a mínima vontade de me levantar, porém logo me ponho de pé e vou até a saída. Assim que puxo a maçaneta dou de cara com quem jamais pensei. Era Elijah Mikaelson. O que fez me perguntar: O que ele quer?

Bom dia, Stefan — fala com a típica educação de sempre. Aceno com a cabeça e espero-lhe dizer o que veio fazer aqui.— Meu irmão o chama para tomar café da manhã conosco — levanto as sobrancelhas. Klaus? Espera, o Klaus me chamando para tomar café da manhã? Certo. Isso só pode ser uma dimensão diferente.

— Ah, é?— levanto uma sobrancelha e cruzo os braços. Ele afirma com a cabeça como se fosse óbvio.— E por que ele mesmo não vem aqui?

— Sei que sabe muito bem do tipo de comportamento de Niklaus. Porém ele resolveu me pedir isso, já que está colocando a mesa junto de Rebekah — só pode ser brincadeira. Eu vou ter mesmo que enfrentar isso? Não, eu não vou.

— Ah... diga a ele que não estou com fome. Obrigado, Elijah — fecho a porta e volto para a cama.

Se ele quisesse vir me chamar que fosse por conta própria e não pelos outros. Por que ele agiu dessa forma, afinal?

Esse híbrido vem me deixando muito confuso e eu odeio isso. Mas não vou ceder tão facilmente assim. Não iriei fazer tudo o que ele quer. Não é como se eu fosse seu baixinho de estimação. Não quero ser obediente e ganhar pontos com ele, qual a diferença disso?

Tudo bem que eu resolvi passar um tempo aqui, ver se era o certo a se fazer, porém não significa que tenha que aturar todas as invenções do Mikaelson.

Escuto novamente batidas em minha porta, mas dessa vez não me levanto. Levo as mãos para trás da cabeça e me encosto na cabeceira.

— Stefan!— era perceptível o tom de irritação de Klaus do outro lado. Ah, amo irritá-lo e o melhor é como ele fica com raiva fácil, diria até demais.

— Stefan não está, por favor deixe um recado — imito a voz da minha caixa postal e posso sentir o revirar de seus olhos do outro lado da parede. Rio baixo.

— Abre isso!— claro que era uma ordem, entretanto quem disse que vou obedecer?

— Hum — digo desinteressado — Não tô afim, vou dormir mais um pouco eu acho — abro um sorriso enorme quando o escuto bufar.

— Não se esquece que essa cama é minha, esse quarto é meu!

— Então a porta também deve ser sua, só que eu não tô vendo seu nome nela. E, para constar, você quem me colocou aqui, lembra?— foi aí que eu percebi que tinha passado dos limites.

Caio na real quando vejo o loiro estraçalhando o objeto de madeira. Sim, ele tinha arrombado a porta. Nesse momento estou um pouco arregalado com a situação. Só o Klaus mesmo. Não posso acreditar que ele realmente fez uma coisa dessas. O mais impressionante é o que digo a seguir, não sei como ainda estou vivo.

— Essa se foi, mas você tem dinheiro para pagar né? Ah, nem precisa a casa é sua mesmo — dou de ombros.

Ele se desvia para mim. Podia ver o fogo em seus olhos. Diria que quer me jogar de um prédio ou algo assim, mas tudo o que faz é apertar seus punhos e respirar fundo. Franzo o cenho imediatamente. Ele estava tentando se controlar?

— Por favor, vamos tomar café, Stefan — aponta para a saída com um sorriso gentil nos lábios. O que ele estava fazendo?

— Ahm... Klaus?— avalio-o de cima abaixo, queria confirmar se realmente era o Mikaelson ali.

— Vamos?— diz novamente com expectativas.

— Ah...— suspiro já sabendo o que estava acontecendo.— O Elijah que te ensinou esse novo modo de lidar com as pessoas? Porque se sim é uma tática interessante, mas não combina com você — confesso jogado folgadamente na cama, ainda.

— Tá e que tal isso?— faz uma pausa.— Se levanta daí e desce comigo agora! — o sotaque britânico ficando cada vez mais forte a cada palavra pronunciada. É impecável. Porém não significa que irei segui-lo.

— É uma tática interessante — aponto com um dedo.— Passo novamente.

— Stefan, pelo amor de Deus!— fala com os olhos fechados.

— Eu não estou com fome, Klaus.

— É só por isso que não vai descer?— levanta as sobrancelhas. Eu afirmo com a cabeça.— Tudo bem, então por que não fica lá enquanto como?

— Quer que eu seja uma estátua em uma mesa?— ele rir nasalado. Claro que eu não ia fazer isso.

— Tudo bem. Eu deixo você falar com o Damon — abre os braços com os lábios escondidos. Abro um mínimo sorriso e me levanto da cama.

Pego a blusa que estava em cima da cômoda e a visto. Logo após descemos escada abaixo. Posso ver Elijah e Rebekah, já sentados. Mas tinha outro alguém também. Era o cara da foto. Só agora lembro-me que Klaus não me disse seu nome.

Caminhamos até as duas cadeiras vazias. Então é por isso que ele me queria aqui? Para ver o inimigo?

Seja bem-vindo, Marcel — ele diz com um sorriso, sem mostrar os dentes, no rosto. Levanto as sobrancelhas por tal ato. Pensei que odiasse o cara.

— Conheço muito bem esse lugar, Klaus. Fico feliz que me mostrou onde está ficando — acena com a cabeça. Contorço os lábios.— Quem é esse?— finalmente aponta para mim. Não que eu queira algum tipo de atenção.

— Ah... esse é meu novo parceiro, claro que menos importante que você — acrescenta rapidamente. Reviro os olhos. Se sou menos importante o que diabos estou fazendo aqui então?

— Posso saber seu nome?— pergunta direcionado para mim.

— Stefan Salvatore e o seu?— coloco os dois cotovelos apoiados em cima da mesa. Queria parecer interessado, mesmo sendo o contrário disso.

— Marcel — entre-abro os lábios e afirmo com a cabeça.

— Klaus me disse que você era como um filho para ele — continuo.

Era?

Desculpe, é — escondo os lábios.

— Vamos comer, o que acham?— o Mikaelson interrompe. Logo eles começam a servir, porém eu não ingiro nada por estar cheio. Não sei da onde, mas estou.

Em meio a tudo isso~ [ KLEFAN ]Onde histórias criam vida. Descubra agora