Capítulo 6 - Hayley

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Klaus estava ao meu lado sentado em um banco de uma praça. O que diabos estávamos fazendo aqui? Eu não faço a mínima ideia. Está de noite e provavelmente de madrugada também, o que só aumenta minhas dúvidas.

Eu tinha ido subir para dormir, assim como ele também. Mas um pouco mais tarde ele me acordou e vínhamos até aqui.

Não disse nenhuma palavra. Nem no caminho, nem quando chegamos. Estou começando a achar que enlouqueceu de vez. Até que encaro a figura de terno.

— Elijah — o loiro pronuncia.

— Irmão — só eu que tô achando esse clima muito tenso?— Te chamei aqui porque uma bruxa me revelou uma coisa que pode mudar nossa história — abre um sorriso mínimo. O que ele queria dizer com isso?

Só de olhar para cara de Klaus era possível ver que não estava caindo nesse papinho.

— Hum — demostra desinteresse.

— Venha comigo, eu lhe mostrarei — será que o loiro cairia nisso? O que diabos Elijah estava tentando dizer? O que era tão importante que mudaria a história deles?

— Terá que se mais convivente irmão, não sairei de New Orleans — esconde os lábios.

— Não será preciso — na mesma hora Klaus inclina a cabeça para o lado. Diria que está confuso.

Depois disso seguimos Elijah até um cemitério. Isso já está começando a ficar sinistro. Não sei mais o que podem inventar para me pôr junto.

Por fim, entramos em uma espécie de caverna. Dentro tinha alguma mulheres, mas no centro havia uma que parecia especial, ou melhor, uma que eu já tinha visto.

— Hayley?— Klaus fala. Sabia que me era comum, era uma das híbridas do Klaus? Não era?

— O que ele faz aqui?— ela pergunta para outra mulher. Uma que tinha cabelos pretos soltos com uma franja cobrindo metade de um olho.

— Não se preocupe, querida — Elijah intervém. Parecia querer passar segurança.— Klaus, essa é a Hayley como você sabe — aponta para a garota.— E ela está grávida.

— O que isso tem a ver comigo?!— o loiro pergunta se exaltando um pouco. Espera... grávida? E chamaram o Klaus? Franzo o cenho.

— Irmão, o bebê... ele é seu — o tom do de terno era convincente. Mas, como sempre, Klaus explode em uma discussão.

— Não, é impossível — ele nega com a cabeça.— Vampiros não podem procriar!— era um bom argumento, porém ele era um híbrido. Até que fazia sentido.

— Mas lobisomens podem — a mulher da qual Hayley tinha se questionado intervém.— A magia fez você vampiro, mas você nasceu lobisomem — isso me surpreende. Klaus se vira para a tal bruxa.— É o híbrido original, o primeiro da sua espécie. E essa gravidez é um dos desvios da natureza — Klaus contorce os lábios. Aparentemente estava com muito ódio de que isso podia ser verdade.

— Você esteve com outro, admita!— grita para cima de Hayley. Confesso que me deu vontade de rir, mas me segurei.

Ele avança para cima da garota, ficando frente a frente com ela, mas Elijah avança um passo fazendo o loiro recuar.

— Ei, eu passei dias prisioneira em um pântano, cheia de jacarés, porque eles acham que eu estou carregando um bebê mágico e milagroso. Acha que eu não teria confessado se não fosse seu?— ela diz um pouco rápido.

— Minha irmã deu a vida para fazer o feitiço — Sophie, seu nome do qual Elijah nos explicou no caminho, interrompe novamente. Tinha resquícios de lágrimas em seus olhos.— Que ela precisava para confirmar essa gravidez. Por causa do sacrifico de Jane Anne, a vida dessa moça e do bebê agora são controladas por nós.

Não posso acreditar que Klaus teve um caso com uma amiga do Tyler e agora tem um bebê. Isso é muito hilário, mas eu não posso rir. Stefan... se concentra. Se não todos aqui vão te matar.

— Se não nos ajudar a derrotar Marcel. Acredite, Hayley não vai viver para ver o primeiro vestido de gestante — era uma ameaça.

— Espera, o que?— a lobisomem fala assustada.

— Chega disso, se querem Marcel morto ele morre, eu mesmo faço — Elijah fala dando um passo à frente. Está do lado de Klaus agora.

— Não, não podemos. Ainda não — Sophie interrompe novamente. Não posso evitar perguntar.

— Por que?

— Temos um plano claro que tem de ser seguido e regras que não podem ser quebradas!— agora que o pingo de sanidade que existia em Klaus se esgotou. Ele se virou com tanta fúria no olhar que eu diria que atravessaria essa parede se fosse possível.

— Como vocês ousam mandar em mim! Me ameaçam com o que acham, erradamente, que seria um ponto fraco meu!— meche as mãos enquanto fala. Sophie estava perplexa. O que estava esperando afinal?— Eu não vou ouvir mais nada — diz no ouvido de Elijah, porém auto e claro para todas escutarem.

— Niklaus — a voz do de terno era tentadora. O loiro se vira.— Escute.

Não acho que o híbrido queria fazer isso, na verdade tenho certeza, mas mesmo assim ele se vira novamente, mas dessa vez para Hayley. Ela estava com uma mão na barriga. Klaus desceu o olhar para a mesma e se concentrou. Estreitei os olhos e fiz o mesmo, estou ao seu lado agora.

Quando ouvi mais de um batimento cardíaco pude surtar de vez. Se eu estava assim imagina o loiro. Quando vejo a lágrimas em seus olhos, lutando para se libertarem, mas ele não as deixa. Me surpreendi por vê-lo chorar. Estava emocionado?

Por impulso me aproximo dele e pego seus ombros o virando para mim. Nosso olhos se encontram pela primeira vez depois dessa discursão. Ele está assustado e sinto a obrigação de acolhe-lo.

O abraço. Por cima de seu ombro encaro Elijah que afirma com a cabeça. Respiro fundo e fecho os olhos. Posso sentir a umidade em minha camisa. É tão confortável ficar assim com ele, mas tão estranho ao mesmo tempo.

É o Klaus... ele é uma pessoa horrível, mas aqui e agora eu vi que... ele tem um lado bom. Ele não é só escuridão e tudo isso. Talvez ele tenha salvação ainda.

Só percebo que não estamos mais abraçados quando novamente escuto eles falando.

— Niklaus, por favor. Essa é a chance de provarmos que não somos monstros. Podemos construir uma família novamente, como você sempre quiz! — Elijah insiste. Klaus não queria ajudar. Simplesmente não o entendo.

— Tá — cede por fim.— Vamos cuidar dela, mas até descobrimos que esse bebê não é meu — aponta com um dedo na cara do outro Mikaelson. Depois sai andando e eu o sigo.

— Você é um idiota e muito burro... e sentimental — acrescento rapidamente.

— Cala a boca — diz com uma voz de quem não queria dizer mais nada. Normalmente eu só o deixaria quieto, afinal depois do que ele acabou de passar. Descobrindo ter um filho. É informação demais.

— Não, Klaus — o puxo pelo braço.— É seu filho lá — aponto com um dedo em direção ao cemitério.— Tem noção?

— Sim, Stefan! Eu tenho!— grita comigo.

— Você tá com medo — digo e ele franze o cenho.

— Enlouqueceu?

— Você tem medo.

— Medo de que?!

— Medo de amar seu filho, porque isso significaria fraqueza, certo?— parece que peguei em seu pronto fraco.

— Você acertou e daí?— dá de ombros e sai andando na frente. Respiro fundo.

Não consigo imaginar Klaus cuidando de seu filho, mas tenho certeza que ele seria muito protetor.

Em meio a tudo isso~ [ KLEFAN ]Onde histórias criam vida. Descubra agora