Capítulo 14 - Todos sumiram

369 39 0
                                    


Quando volto para casa vejo Sebastian e Davina deitados no chão de frente para a TV. Estão dormindo com ela lhe abraçando. Tenho um pouco de raiva do garoto, mas confesso que são muito fofos.

Subo, pego uma coberta e volto para baixo. Os enrolo. Pego o balde de pipoca indo para a cozinha.

Por que Klaus estava sendo tão legal com eles? Talvez esse seja seu plano. Ganhar a confiança dos filhos de Marcel para usá-los contra si próprio. É uma boa e cruel estratégia, ou seja, bem seu estilo.

Mas será que está apenas usando eles para conseguir o que quer? Realmente espero que não. Os dois não merecem isso. Ninguém merece ser usado para ser descartado.

— Stefan!— o híbrido abre a porta da frente com certa violência. Reviro os olhos. Continuo encostado no balcão esperando que venha até aqui.

— Que foi?— pergunto inocentemente.

— Não saia mais correndo assim!— caminha ligeiramente até mim falando na minha cara. Reviro os olhos novamente com abuso de seu humor.

— Qual o problema? Vai me impedir?— inclino a cabeça para cima.

— Se for necessário.

— Você tá todo sujo de tinta — aponto tentando mudar de assunto.

— Claro, você jogou um balde cheio em mim!— exclama se aproximando. Tendo recuar, mas me encurralo no balcão.— Sabe o trabalho que vai dar tirar isso do meu cabelo?

— Desculpa — peço mentalmente que se afaste, entretanto parece que não vai acontecer.

— Pedir desculpas não vai mudar em nada — as vezes parece que ele está procurando briga. Que raiva.

— Também não posso fazer nada. Quer que eu te der banho por acaso?— me irrito. Ele levanta as sobrancelhas.— Por que tudo com você tem que acabar em briga? Quer sair daqui?

— Não — nega com um semblante sério.

— Então eu mesmo saio — o empurro para trás, logo saindo da cozinha subindo para o meu quarto.

Sinceramente lidar com Klaus Mikaelson é um coisa muito cansativa.

***

Acordo sem nenhuma interrupção. Sem ninguém me chamando ou algum barulho. Isso não acontece a um tempo, o que me preocupa.

Me levanto. Tomo banho e depois desço para ver o que está acontecendo. Percebo que não tem ninguém em casa. Franzo o cenho.

Escuto meu celular tocar, em meio a todo o silêncio, me fazendo tomar um susto. Suspiro e o saco do meu bolso.

Alô?

— Stefan! Finalmente, tá me ignorando por quê?— era a voz da Elena.

Elena. O que você quer?

— Onde você está?— não respondo nada.— Damon me disse que você está viajando, mas eu não acreditei — claro. Reviro os olhos.

Apenas desligo a chamada e decido ir até a cidade. Não é possível que todos sumiram assim do nada.

Ignorar a Elena completamente pode não ter sido uma das melhores ideias, porém o que mais poderia fazer? Dizer-lhe para não se preocupar? Que está tudo bem? Mesmo assim continuaria me ligando até que soubesse onde realmente estou e viesse até aqui. Esse último com certeza desenrolaria outra briga entre Klaus é meu irmão. Nem quero pensar nisso. Só espero que ela não tente discar meu número novamente.

Vou em direção a cidade que é um pouco longe da casa do híbrido para falar a verdade. Será que Klaus foi atrás do Marcel? Será que está pondo em prática algum plano maligno? Sem mim? Seria capaz de fazer isso? Mas é claro, a gente só briga. Não faria diferença a minha presença. Ele só me trouxe aqui porque gosta de mim, tenho certeza. E isso não é auto estima ou qualquer outra coisa sobre ego, é apenas a verdade e nada menos. Consigo interpretar isso muito bem.

Será que ele foi atrás do vampiro de ontem? Não, não faria sentido. E por que a casa estava vazia? Onde estava Hayley? Elijah? Rebekah? Onde estava todo mundo?

Por onde eu sei, isso tudo pode ser apenas um sonho e posso acordar a qualquer momento como se nada fizesse sentido, Klaus estaria lá em baixo com as crianças, provavelmente, Elijah com Hayley e Rebekah, como está agora, fora de casa.

Enquanto caminho decido ligar para Klaus, se ele atender iriei agradecer mentalmente. Disca, disca, disca e nada. Caixa postal. Respiro fundo e volto a andar mais rapidamente dessa vez. Onde esse loiro se meteu? Confesso que já estou ficando preocupado.

Decido ir até a igreja, já que já passei pela casa de Marcel e não encontrei ninguém. Rezo para que não encontre nada de ruim, como: vários cadáveres, sangue ou qualquer sinônimo a isso.

Adentro o local com receio, mas ao mesmo tempo com pressa para poder sentir o alívio de encontrar Klaus. Sei que ele é um híbrido original, porém mesmo assim me preocupo consigo.

Paro imediatamente quando escuto um grito. Era dele. Era do Klaus. Demoro um instante para processar antes de sair correndo. Assim que vejo o pátio da igreja Davina está no centro com o loiro a sua frente ajoelhado, Marcel ao seu lado com os braços cruzados. A expressão do híbrido era de pura dor. Seus ossos estavam sendo estraçalhados pela bruxa.

— Davina!— me ponho a ir até lá com minha velocidade de vampiro, contudo sou interrompido por Sebastian.

— Não se aproxime!— diz segurando meu braço. Quero me soltar e até tento, entretanto não surte efeito.— Se você chegar perto o suficiente e tirar a concentração dela é capaz de se machucar feio — fala com o semblante de que está se sentindo culpado.

— Foi você, não foi?!— falo um pouco mais alto que o comum. Ele me encara confuso. Só pode ser sonso. Tenho vontade de arrancar seus rins agora.— Você quem o atraiu até aqui?!— a acusação parece demais para suportar e o de olhos azuis abaixa a cabeça soltando meu braço.

— Eu não queria...— sussurra com um pouco de lágrimas nos olhos.— Desculpa, Stefan... — inclino a cabeça para o lado. Estava prestes a perguntar o porquê das desculpas quando vejo vários vampiros cercando as entradas da igreja.

Tento me convencer de que Klaus irá ficar bem, pois é um original, mas não sei se isso vai funcionar contra minha própria cabeça. E se eles tiverem a estaca de Carvalho branco? E se tentarem matá-lo? E se torturarem ele? Jamais aguentaria o ver sofrer. Não é como antes que eu torcia para ver a dor em seus olhos. Agora só quero seu bem.

— Como pôde fazer isso?— questiono enquanto vários capangas me cercam e me puxam pelos braços.— EM?!— grito para que possa ouvir e me impulsiono para frente, logo levo uma pancada na cabeça e tudo o que vejo é preto e nada mais.

Em meio a tudo isso~ [ KLEFAN ]Onde histórias criam vida. Descubra agora