A mulher mais procurada

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Com atraso, mas afeto, chegamos ao novo capítulo! (eu estou nesta semana com um sono ABSURDO, então acho que muita coisa vai chegar atrasada)

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Esther se sentia uma prisioneira dentro da própria casa. Seus passos eram observados tanto pelos empregados que trabalhavam na residência quanto pela babá.

Ela não admitia ter uma babá. Quantos anos Esther tinha?

"Sou uma mulher rica, independente! Não deveria estar aqui sendo comparada a uma criança birrenta! Sou a duquesa de Axum, estou sendo desrespeitada na minha própria casa!"

Não possuía dinheiro vivo, e aparentemente ninguém naquela casa poderia lhe fornecer qualquer apoio ou ajuda. Todas as pessoas que entravam e saíam, da equipe de criados, pareciam subordinados à Eulalia Bergen, que circulava pelo duplex se considerando "dona e senhora" da habitação, o que enraivecia a aristocrata.

A questão principal era que Esther precisava encontrar uma forma de ganhar dinheiro e recuperar pelo menos o que ela considerava sua "dignidade" perdida. Sem dinheiro, ela não conseguiria comprar as suas bebidas, ou aproveitar as suas saídas.

Sim, ela queria uma noiva para casar, mas não em detrimento de uma mudança tão drástica em seu estilo de vida.

Foi então que a aristocrata foi surpreendida por algumas batidas na porta e uma visita que parecia ter vindo dos seus sonhos mais felizes.

- Esther! Você sumiu, perdeu a balada do século em Nova Axum!

Jonas Tedros era um bom amigo de baladas e bebidas, e fazia parte da velha turma, que num passado muito distante incluiu até mesmo o príncipe Bruno, atual homem sério e casado, o Conde de Calábria. Porém, a rotina de Esther seguiu a mesma, e os amigos de farra de Bruno passaram a gravitar em torno dela.

- Queria muito ido, mas meu irmão teve uma ideia imbecil e agora estou aqui, sozinha, sim meu cartão de crédito e sem apoio de ninguém.

- Que horror! Como é viver sem cartão de crédito?

- Terrível! Me sinto igual uma plebeia.

- Se você quer que eu te ajude, eu te ajudo. Vai ter hoje uma festa aqui na cidade, naquela boate ultra VIP. Eu pago sua entrada e as bebidas até você conseguir a grana.

Esther não pensou duas vezes em dizer "sim". Sentia falta das farras com os amigos, e a rotina no apartamento era maçante. Para completar, ainda tinha a história do emprego. Ela era uma aristocrata, jamais bateria em portas em busca de emprego como se fosse um assalariado!


Lália estranhou o sumiço da duquesa durante todo o dia.

Perguntou a Judite e Maria José sobre o paradeiro dela, sem sucesso. Considerou que a falta de notícias era porque Esther saíra de casa para procurar um emprego, mas a babá não era tão otimista.

A situação piorou quando caiu a noite e as luzes belas e naturais das capital de Axum foram substituídas pelas luzes artificiais da noite agitada de Vermiglio.

- Será que ela foi pra alguma festa? Mas ela não tinha grana!

A jovem parou para avaliar as possibilidades: imaginou que de alguma forma, Esther tinha saído para algum lugar, só não sabia como; e com o dinheiro de quem. Parte de suas respostas foi sanada quando a porta se abriu, revelando uma Esther bem alterada e um senso de humor alterado pela bebida.

Os longos cabelos cacheados estavam por todos os lados, bagunçados, descendo pelos ombros e as costas, e ela segurava uma bolsa de mão de couro, mesmo material da calça legging apertada. O look era monocromático – a camisa gola rolê cropped com a manga longa também era preta; porém, Eulália notou uma mancha estranha no tecido, como se alguém tivesse jogado uma bebida nela. Não ficou surpresa.

A Duquesa (livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora