A Duquesa (livro 3)

A primeira dança

Feliz ano novo galera!

Recomeçamos os trabalhos em 2023 com a reta final de "A Duquesa" e um bom barraco se iniciando...

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- Então quer dizer que essa é a razão pela qual você não quer casar comigo?

A dança das duas mulheres, que pareciam envoltas no próprio mundo, foi interrompida por uma voz estridente e um bater de pés no chão de alguém que não estava com muita paciência.

Esther foi a primeira a observar a mulher loira que estava entre ela e Eulália, com cara de poucos amigos.

- Finalmente perceberam minha existência aqui?

- Fale baixo, está numa festa, com pessoas importantes presentes.

- Não me importa. Vim aqui para me casar com você e não ser ignorada por essa duquesa sem graça.

Lália franziu o cenho.

- Quem é essa, Esther?

- Você nunca falou sobre mim pra ela, darling?

- Por que eu falaria sobre a noiva por contrato para a mulher que eu amo?

- Não se esqueça de que não há amor nos casamentos entre nobres, minha cara.

- Eu sou o tipo de pessoa que gosta de mudar o status quo.

Aos poucos, o trio começou a chamar a atenção, por não estarem dançando, e sim em meio a uma intensa conversa. Os fotógrafos usaram lentes, interessados em saber o teor da conversa, em especial por causa da presença de Esther Menelik, que sempre foi alguém famosa por seu comportamento rebelde. Os reis de Azzurro ficaram preocupados, porque normalmente as festas no Salão Redondo não geravam confusões por conta de barracos que não eram controlados por Leon IV e seus assessores. Aquilo era bem diferente.

Uma quarta pessoa decidiu se envolver: Bento Menelik, presente no baile para fazer valer o contrato de casamento.

- Não vamos estabelecer uma discussão deste nível em meio a uma festa.

- Por que não estou surpreso por sua presença aqui, windim?

- Você deveria ter me ouvido e... Precisamos falar sobre muitas coisas, em especial a loucura de... Ser ministra, trabalhar para Leon IV!

- Sério que a ideia de me ver trabalhando te enoja tanto?

- Você é a duquesa de Axum! Sua posição é de simbolismo!

- Por isso que me tornei ministra. Farei deste simbolismo algo relevante. Não viverei toda uma vida dependendo de um nome e de uma tradição que só me tolheu e me limitou.

- Uma tradição que você aproveitou por muito tempo...

- Até por que se não fosse por seu nome, quem se casaria com você, Esther? O que tem a oferecer? – Samantha não se furtou a provocar, para a surpresa do duque; mas os dois não esperavam a réplica de Eulalia:

- E o que você tem a oferecer, loira azeda, que não seja um nome irrelevante na Europa?

Samantha levou a mão ao peito e ficou boquiaberta.

- Quem é você, sem graça? Uma pobre, plebeia, que teve esse título compra...

- Madrinha de dois membros da família real azzurrina e duquesa de Winter. – a postura da jovem era diferente, mais impositiva, queixo erguido, e um olhar que fez Samantha prosseguir com a mão no peito, apoplética. – E se você e seu ex-futuro cunhado vieram para meu baile atrapalhar a festa, peço que vão embora, todos.